Desde que era criança, sempre senti prazer em machucar a gengiva. Eu vivia arrumando alguma forma de a machucar, passando o fio dental nela até que ela estivesse cortada ou cutucando com a faca. Não é bem um prazer sexual, mas, é prazeroso. Um dia escovei tanto os dentes que a água ficou vermelha, nunca senti um prazer tão grande... Tenho TOC, não sei se isso interfere em algo.
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15 AGO 2024
· Esta resposta foi útil a 6 pessoas
Oi Alicent!
Você relata algumas características sugestivas para transtorno de escoriação e pode sim estar relacionado ao TOC. Esse comportamento muitas vezes começa de forma consciente e depois torna-se quase involuntário, por isso, a depender do nível de prejuízos na rotina e na vida social, é importante fazer uma avaliação médica com psiquiatra e relatar esse hábito, pois existem medicamentos que podem auxiliar no controle dos impulsos e quando associado ao tratamento psicológico proporciona maior qualidade de vida ao paciente. Os principais gatilhos podem ser estresse, tédio, ansiedade, insatisfação com a aparência ou solidão. Vale ressaltar que lesões podem causar infecções e ser prejudicial à saúde. Não deixe de se cuidar!
Olá Alicent.
Entendo que essa experiência possa parecer confusa e até preocupante para você, e quero ajudar a esclarecer o que pode estar acontecendo.
Machucar intencionalmente a gengiva, como você descreve, pode estar relacionado a um comportamento chamado automutilação ou autoagressão. Embora esse termo possa soar forte, ele se refere a qualquer ato em que a pessoa causa dano ao próprio corpo, mesmo que não tenha a intenção de causar uma lesão grave. Esse tipo de comportamento pode ocorrer por várias razões, como aliviar tensões, sentimentos de culpa, ou, como no seu caso, para experimentar uma sensação de prazer ou alívio.
Você mencionou que tem Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), e isso pode estar relacionado ao que você está sentindo. O TOC é caracterizado por pensamentos intrusivos (obsessões) e comportamentos repetitivos (compulsões) que a pessoa sente a necessidade de realizar para aliviar a ansiedade. Algumas pessoas com TOC podem desenvolver rituais que envolvem o próprio corpo, como escovar os dentes repetidamente ou cutucar a gengiva, buscando uma sensação de alívio ou prazer que, embora seja temporária, pode reforçar o comportamento.
Esse prazer que você descreve não é incomum em pessoas que têm comportamentos repetitivos e compulsivos. Ele pode estar ligado à liberação de endorfinas, que são substâncias químicas no cérebro que nos fazem sentir bem. Porém, esses comportamentos podem se tornar prejudiciais à saúde bucal e, mais importante, podem ser um sinal de que algo mais está acontecendo emocionalmente.
É importante abordar essa questão com cuidado. Se você sentir que esses comportamentos estão fora do seu controle ou que eles estão interferindo na sua vida, é essencial buscar ajuda. Falar sobre isso com um psicólogo ou psiquiatra pode ser um passo importante para entender melhor esse comportamento e encontrar maneiras mais saudáveis de lidar com as sensações que você está buscando.
Se cuide!
É importante que você saiba que o que você descreve é algo que pode estar relacionado a uma variedade de fatores, incluindo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) que você mencionou. Sentir prazer ao machucar a gengiva pode ser uma maneira de lidar com sensações internas intensas, como ansiedade, ou pode estar relacionado a um padrão compulsivo.
É comum em pessoas com TOC sentirem uma forte necessidade de realizar certos comportamentos repetitivos para aliviar desconforto ou ansiedade. Às vezes, esses comportamentos podem incluir ações prejudiciais, mesmo que não haja uma intenção consciente de se machucar. O prazer que você sente pode estar relacionado a uma sensação de alívio temporário, mas é importante reconhecer que esse tipo de comportamento pode ser prejudicial à sua saúde.
Seria muito útil procurar um psicólogo ou psiquiatra para discutir essas experiências de forma mais aprofundada. Um profissional poderá ajudar a explorar as causas subjacentes e trabalhar com você para desenvolver estratégias mais saudáveis para lidar com essas sensações. Existem tratamentos eficazes para o TOC e para comportamentos compulsivos que podem melhorar significativamente sua qualidade de vida.
Olá Alicent, tudo bem?
A sensação de prazer ao machucar a gengiva, mesmo não sendo um prazer sexual, pode estar ligada a uma busca por alívio ou satisfação que está associada a um comportamento repetitivo ou compulsivo.
Pessoas com TOC muitas vezes sentem uma necessidade intensa de realizar certos comportamentos repetitivos para aliviar a ansiedade. Esse comportamento específico de machucar a gengiva pode ser uma maneira de lidar com sentimentos de tensão ou desconforto.
Embora não seja necessariamente o mesmo que autolesão clássica (como cortes na pele), o comportamento de machucar a gengiva pode ter uma função similar, proporcionando uma sensação de alívio, prazer ou controle.
Reconhecer esse comportamento é um passo importante, e buscar orientação profissional pode ajudar a abordar o problema antes que ele cause mais danos à sua saúde.
Se precisar estou à disposição.
Marília - psicóloga de abordagem psicanalítica.
Oi Alicent,
De acordo com seu relato é importante fazer uma investigação mais profunda e buscarmos algumas informações a respeito do teu caso, em qual momento iniciou, quais os gatilhos que te levam a sentir essa vontade... E considerando o diagnóstico existente de TOC, que com certeza agrava a situação.
Compreendo que esse comportamento pode estar causando preocupação. É possível que esses impulsos estejam relacionados ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), onde a busca por alívio de ansiedade pode levar a comportamentos repetitivos, mesmo que possam causar dor ou desconforto.
É importante que abordemos isso com cuidado para entender melhor o que pode estar por trás desses sentimentos e encontrar maneiras seguras e saudáveis de lidar com esses impulsos. Vamos trabalhar juntos para explorar essas questões e buscar estratégias que possam ajudá-la a lidar com esses comportamentos de forma mais eficaz.
Bom dia, Alicent! Grato por se colocar. Precisaremos te conhecer com muito mais detalhes, avaliar como se configuram as particularidades daquilo que você chamou de TOC, assim como compreender a frequência, características e contextos do hábito de machucar a gengiva.
Quando conhecemos e entendemos as razões e circunstâncias de um fato, temos melhores possibilidades de alterá-lo.
Estarei a disposição para aprofundamentos.
Atenciosamente,
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Obrigado por compartilhar algo tão íntimo e delicado. Sua coragem em expressar essas experiências é um passo importante para o autoconhecimento e para o entendimento do que está acontecendo com você.
O que você descreve parece estar relacionado a uma forma de comportamento que pode ser entendido em várias dimensões psicológicas. Em um primeiro momento, é fundamental reconhecer que o prazer em causar dor em si mesmo pode ser uma maneira de lidar com emoções difíceis ou de encontrar uma sensação de alívio em meio a uma tensão interna. Esse comportamento, muitas vezes, pode estar relacionado a questões emocionais profundas, e, como você mencionou, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) pode sim ter uma influência nesse padrão.
O TOC frequentemente envolve pensamentos ou comportamentos repetitivos que trazem uma sensação temporária de alívio ou prazer, mas que, a longo prazo, podem causar sofrimento. O prazer que você sente ao machucar a gengiva pode estar ligado a uma tentativa de aliviar uma ansiedade subjacente, uma tensão emocional, ou até mesmo a uma busca de controle sobre uma parte da sua experiência que, de outra forma, pode parecer fora de controle.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), trabalhamos para identificar os padrões de pensamento que podem estar contribuindo para esses comportamentos e, a partir disso, desenvolver estratégias mais saudáveis de enfrentamento. Já na Terapia do Esquema, que aprofunda nossas raízes emocionais e padrões de comportamento, investigamos como experiências precoces podem estar moldando sua maneira de lidar com o prazer e a dor. Pode haver um esquema emocional, como o esquema de "Autopunição" ou de "Autossacrifício", que está contribuindo para esses comportamentos e que precisaria ser compreendido e trabalhado com mais profundidade.
É importante lembrar que esse tipo de comportamento não define quem você é, mas pode ser um sinal de que algo está acontecendo internamente e que merece ser explorado com cuidado e compaixão. Se você sentir que esse comportamento está afetando sua qualidade de vida ou causando sofrimento, procurar ajuda de um profissional pode ser um caminho valioso para entender melhor o que está por trás disso e como você pode encontrar novas formas de lidar com suas emoções.
Estou aqui para apoiar você nesse processo de descoberta e transformação, ajudando a encontrar um caminho de maior equilíbrio e bem-estar.
Esse comportamento pode estar relacionado a questões emocionais ou compulsivas, possivelmente ligadas ao seu histórico de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo). No TOC, é comum que as pessoas sintam um impulso intenso para realizar certos comportamentos, mesmo que saibam que podem ser prejudiciais. O prazer que você descreve ao machucar a gengiva pode ser uma forma de alívio ou gratificação que seu cérebro associa ao ato, mesmo que isso cause dor física.
É importante abordar esse comportamento com um profissional de saúde mental, especialmente considerando seu diagnóstico de TOC. O terapeuta pode ajudar a explorar as raízes desse comportamento e a desenvolver estratégias para lidar com ele de maneira mais saudável e segura.
Provavelmente algo ligado a fase da sua vida vinculada ao desenvolvimento da oralidade. Através da fala sobre esse momento você poderá colocar palavras, que igualmente estão relacionadas com a boca, e elaborar que espécie de prazer é esse que está vinculado a sua boca e de onde ele vem. A obsessão e compulsão estão igualmente relacionados a algo inicialmente difícil de enunciar mas que você poderá trazer através da associação livre de palavras e pensamentos. Esse hábito está no lugar de algo com o qual possívelmente você poderá tentar lidar de outra forma.
