Olá, eu tenho 47 anos, estou casada há 17 anos. Temos dois filhos 12 e 8 anos. Estamos sem relação sexual há quase 9 anos. Ele é alemão e eu brasileira com descendência alemã. Moramos na Alemanha. Problema, eu sou sempre a que procura sem sucesso. Ele é 5 anos mais velho. Ele trabalha muito, tem empresa própria, e em casa só cuida dos consertos e fica construindo mais e mais. Nosso relacionamento está como irmãos. Somos ambos engenheiros e trabalhamos. Nos damos hiper bem, nunca brigamos, discutimos quando o assunto é a falta que ele me faz como homem a cada 6 meses. Eu já me conformei com a situação. Pelas crianças continuo casada. E até mesmo por saber que todos os relacionamentos sempre acabam assim, não quero procurar mais ninguém. É tipo um ciclo, no início um fogo, paixão, depois o amor calmo e a rotina.
O que aconteceu nesta última Páscoa uma pessoa que foi muito especial para mim me procurou. Ele é extremamente inteligente, culto, gosta de artes e poesia. Também casado com uma alemã, e tem um filho de 7 anos. Ambos médicos, trabalham juntos. Tem a mesma carência sexual. Eles moram nos EUA. Ele quer se encontrar comigo qdo. estiver em viagem pela Europa. Sei da nossa forte conexão. Ele comenta que vivemos vidas como mirror imagens, que nossa ligação vai além, é algo espiritual. Tanto ele quanto eu sentimos essa conexão.
Nosso relacionamento aos 17anos durou cerca de um ano e meio. Dormimos duas vezes juntos. Mas foi inesquecível. Foi algo raro. Ligado a artes e poemas, A excentricidade e inteligência dele e a família rica me assustaram. Tivemos um encontro em Londres depois de terminarmos nossos estudos no exterior. Eu estava com 28 anos, como ele não tocou no assunto „casar e criar família própria, desisti dele, me despedi e nunca mais o vi. Agora nesta Páscoa, ele retorna a me procurar, fala do que sofreu depois de Londres. Depois de anos casou-se e de novo está a pensar em mim.
Ele estará em Paris agora no início de setembro. Poderá ficar um dia mais para ficarmos juntos, se eu quiser. Fala que não quer atrapalhar minha relação. Falou seriamente em sermos amantes. Não sei o que fazer. Devo ir ao encontro? Sei que iremos nos entregar de corpo e alma. Sinto isso nas nossas conversas por mensagens. Sei que se eu for, passaremos depois anos de novo sem nos encontramos, pois sempre é assim. É um envolvimento que ativa o inconsciente, como no mito Tristão e Isolda, para ser mais precisa. Sinto que deveria deixar nosso relacionamento intocável no mundo imaginário, mas o desejo, o tempo e a distância estão a me atiçar. Obrigada pela ajuda.
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22 AGO 2022
· Esta resposta foi útil a 4 pessoas
Olá Isolda, a bela!
Em primeiro lugar, se não tem relações sexuais com seu marido hpa 9 anos, como expressa sua sexualidade? Tem um filho de 8 anos... a ultima vez, foi dar origem ao filho! Correto que a sexualidade é uma energia e que pode canalizá-la no trabalho, mas, creio que o celibato não te agrada, tanto que procura ele, sem sucesso. Agora, com o resurgimento do teu primeiro amor, com certeza a adrenalina bate forte... Por que não ouvir a voz da tua inteligência? A voda te deu a liberdade para poder fazer tuas experiências; estás tentando contato com o seu marido, sem sucesso... por que não ter mais esta experiência? O que te impede de fazer? Será o medo? Mas, se admitir o medo também admitiria a dominancia de outro sobre você!
Voce prefere ser fiel a si mesma ou a um contrato? E por que não pode questionar este contrato, se for necessário, se ele te limita?
Por que não investe em autoconhecimento? Quem de fato voce é? Qual a sua identidade? Como se enxerga?
Você está num sistema, mas não é do sistema...
Certifique-se a si mesma, autentique-se de acordo com a tua vida, tua inteligência, a mesma que voce foi forçada a deixá-la em nome da intelectualidade, da informação, dos ensinamentos recebidos. Hoje quem vive é TI MESMA ou é a Isolda que a informação construiu?
Abraços
Boa tarde, Isolda.
Estudos mostram o quanto os filhos se beneficiam de relacionamentos saudáveis dos pais, o que inclui que ambos estejam felizes com a vida que levam, inclusive quanto a relacionamento e sexualidade. É um peso grande jogar a responsabilidade da infelicidade para os filhos.
Pelo que escreve parece que há uma dificuldade sua de falar sobre os seus desejos... expressar sua insatisfação sexual há cada 6 meses é o suficiente? Não falar com o ex os seus desejos quando se viram aos 28 anos... expressar o que sente e deseja não é impor, saiba disso, é lindo demonstrar afeto, uma forma pode ser também perguntar sobre o que o outro deseja. É importante frisar que pessoas podem discutir, expressar o que sentem respeitando o outro, cada um tem seus desejos e interesses e há formas de manter a atração sexual ao longo do tempo, como uma viagem de casal, momentos para namorar por exemplo, um hobby juntos, dança... o que sentirem vontade que faça com que se conectem, mesmo terapia de casal.
Quanto ao seu ex só você pode saber o que sente e deseja, um processo psicoterapêutico pode te auxiliar a se conectar com seus desejos mais profundos.
Fico à disposição.
Karen Borowski
Olá, boa tarde!
Acredito que só vc tenha essa resposta, é a única que pode escolher entre viver um momento de paixão ou não viver, acredito que o seu problema está além desse contato que hoje permanece " no mundo da fantasia" é bom ter fantasias e sonhar, são os desejos que movem a vida, porém aparentemente está vivendo de forma mecânica, faz tudo que precisa ser feito porém sem emoção, sem sentir, talvez seu tratamento não gire em torno de ir ou não ir a um encontro, esse parece mais um conflito moral, o mais importante talvez seja se perguntar porque permanece com as escolhas que já não trazem prazer, apenas ganhos secundários (como a estabilidade).
Olá Isolda! Obrigado por escrever. Há vários aspectos a considerar. Tentarei apontar os principais. Certamente uma cabeça, vivência e um corpo de dezessete anos é muito diferente quando se pensa uma pessoa de quarenta e sete anos, com dois filhos. Outra questão envolve os frequentes desgastes de corpo, de rotina, de vida, de demandas, de prioridades, que as pessoas chamam de desgaste de casamento. Mais uma frente:
- Se você quer viver melhor interação sexual porque ela precisa ser temperada por esses ingredientes (alguém do passado, com quem conviveu poucas vezes, faz trinta anos, que sabe que está casado, que você prevê que nunca mais de verão)? Outra questão ainda será, como você lidará consigo mesma, no contexto de vida e vinculações que tem, e com seus valores?
Em que medida será cômodo viver algo com alguém já conhecido com uma esperada regressão aos dezessete anos? Pondere.
Abraços virtuais (A Covid e a Dengue são reais. A maior parte dos políticos são falsos, a imensa maioria dos
ditos, "líderes religiosos" querem é dinheiro - são falsos, atores, comerciantes da fé, opositores do conhecimento - preste atenção! Há até alguns falsos cientistas. Diante disso, sigamos recomendações de instituições como: Anvisa, TVs Educativas Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)
Vacine-se! Vacine as crianças! Retome as máscaras, evite aglomerações e elimine os criadouros de mosquitos.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Olá Isolda! Muito interessante a forma como você traz a tua história. Parece que devido aos contextos da vida, você acabou se relacionando com “Marcos”, mas de certo modo, a porção mágica do amor Eros (sexual), perdeu efeito para ele, apesar de ainda resistir esse amor Fhilia (amizade) e o amor storge (família). Isso te faz falta, pois você guarda na memória a última data que vocês transaram. Existem alguns conflitos que você traz que é importante se questionar: porque do distanciamento do toque afetivo pelo Marcos? Relacionamentos realmente devem esfriar ao ponto de virar uma amizade? Que sentimentos existem ainda entre vocês? Você gostaria de manter essa relação? Até quando? O que você realmente sente pelo Marcos e por Tristão? O que o Marcos sente por você? O que Tristão sente por você? Que ganhos e perdas você terá ao se aventurar com Tristão? Tente responder essas questões com sinceridade e acolhendo os sentimentos que vierem com as questões. Talvez a terapia te ajude a entender esses sentimentos que podem ser conflituosos, para conseguir lidar com estas e outras situações. Espero ajudar, abraço!
