Minha vó me pegou para criar desde muito pequena, meus pais moravam na casa dos fundos, então ainda tive contatos com eles e meus irmãos. Meus avós sempre fizeram de tudo por mim, para me dá o melhor, minha vó me mimou muito, tenho 18 anos e ela que ainda faz as coisas para mim, dentro de casa (não tenho orgulho disso, mas para ser analisada preciso contar os detalhes). Não tenho do que reclamar, mas acho que sou um pouco ingrata, eu era uma criança muito afetuosa e apegada a minha família, mas com o passar dos tempos isso foi mudando, fui me isolando e ficando fria, criei um bloqueio que eu não consigo demonstrar nenhum tipo de afeto, nem sequer dar um abraço e me desvio do afeto da minha vó qnd ela vem da um abraço por exemplo, e eu queria entender, eu tento mudar mas parece automático, não queria ser assim me sinto uma neta péssima... Eu vivo minha vida para estudar por que ao menos um dia eu quero melhorar a vida deles e retribuir tudo que fizeram por mim. Mas eu tbm queria retribuir gestos de carinho e palavras afetuosas, eu sei que meus avós sentem muita falta de uma atenção de um momento de conversa, e eu não sei porquê meu desdém é ainda maior para com minha vó. Eu os amo, mas eu sinto esse bloqueio que eu criei inconscientemente. Já com meu pai, eu consigo ser afetuosa e aberta, hoje ele mora em Santa Catarina com minha mãe e meus irmãos, eu escolhi ficar, mas mesmo de longe eu procuro meu pai para desabafar ao invés de quem vive cmg...
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3 AGO 2021
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Oi, sinto muito pelo que está passando.
Nossa estrutura psíquica se "forma" durante nossa infância e adolescência, tudo que vivemos nessas fases impactam diretamente a forma como vamos nos relacionar no futuro, entre outras coisas. Não sei como se deu esse processo de ruptura entre você e seus pais/irmãos, mas não tenho dúvidas que isso pode ter influencia no hoje.
É impossível dizer do que se trata exatamente, mas vou dar um exemplo para que entenda a complexidade do caso. Você viveu e foi criada pelos avós, enquanto via de perto sua família viver com tudo aquilo que se espera de uma família e por mais que você tenha optado em não viver com eles, inconscientemente as coisas são muito mais complicadas. Pode ser que você ainda busque pelo amor "primário", o amor daqueles que """não""" te amaram (seus pais) (essas são coisas que nossas cabeças criam mesmo quando na prática não faz sentido).
Desta forma, você possui segurança no amor dos avós e desejo/falta pelo amor paterno e é lá que busca. Talvez de maneira inconsciente você culpe seus avós por terem te amado muito e por isso você ter ficado distante de seus pais, por exemplo. É tudo absurdamente subjetivo e intimo. Em síntese, o amor, cuidado e afeto dos seus avós no seu inconsciente te distância do seu pai e daí vem os bloqueios afetivos (lembrando que é um exemplo, mas pode ser outra coisa por completo)
E sim, processos inconscientes estão envolvidos nesse caso (e em todos os outros) e o acompanhamento com uma psicóloga/psicanalista seria de grande ajuda para trazer para o consciente aquilo que não causa angústia e que nem podemos ver/perceber.
A melhor forma de aprender a lidar com isso é buscando uma profissional, espero que seja uma possibilidade.
Alice, se isso está deixando você desconfortável, é porque sente motivação para mudar. Isso está claro dentro de você! Parece que "como fazer " é que ainda está perdida em seus caminhos. A psicoterapia vai ajudar você a clarificar e tomar rumos que venham ao encontro de sua vontade. Invista em você e na sua felicidade!
Olá Alice.
Você disse que tem 18 anos, está saindo agora da adolescência, e esta fase de sua vida, é um momento de mudanças, esta ruptura é necessária para que conheça quem é você e seus limites, pois antes da adolescência, na fase criança, você era o espelho daqueles que te cuidaram. Sua reflexão já demonstra estar saindo da adolescência e entrando no amadurecimento, quanto mais conseguir perceber suas diferenças e semelhança com seus avós e tiver o discernimento de quem você é, o que aprendeu com eles e quer levar para a vida, e o que não quer ser como eles, mais você conseguirá se aproximar novamente do abraço, carinho e atenção que neste momento diz ter dificuldades. A proximidade com seus pais também pode ser indício de busca de identidade, aquela que foi junto com seus pais e irmãos para Santa Catarina.
Espero ter ajudado.
Jane Assunção.
Alice. Você é bem confusa. Quem te ama vc n quer.... História confusa. Faltam detalhes de sua vida. Rotina. Objetivos. Sentimentos. Emoções. .... Se interessar faça terapia.
ABS
Monica psicóloga
Olá Anônima! Grato por escrever. Muito provavelmente a coloração da tua intensa convivência com a avó, as implicações da vida, na interface com a avó, com vida social, com a formação da tua identidade, está te fazendo temer viver com maior abertura, com maior liberdade. Você quer uma coisa, mas vive outra.
É uma realidade atual, circunstancial, que você quer modificar, modificará com o amadurecimento, com a integração plena de si mesma.
É mais fácil demonstrar e viver afeto com pessoas mais distantes, menos intensas, em certa fase da da vida. Isso protege os frágeis delimitadores do eu, em relação ao não eu.
A psicoterapia científica, ofertada por psicólogos, poderá te ajudar em muito a lidar melhor com isso. Mesmo com dificuldades, treine o abraço, a troca afetuosa com sua avó. Fale com ela das tuas dificuldades, ela terá sabedoria e experiência para te ajudar.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia verdadeira, de maioria de falsos políticos, de grande maioria de falsos religiosos, até de alguns falsos cientistas, sigamos recomendações de institutições como: Instituto Butantan, TV Cultura, Universidades Públicas, Organização Mundial da Saúde!)
Ola quebrar bloqueios que criamos não é fácil mas não é impossível. Pedir seu prato preferido e elogiar ja pode fazer uma grande diferença. No início pode sentir que esta forçando, mas é só o bloqueio indo embora. A terapia pode te ajudar muito.
Estamos a disposição
Não precisa ser algo muito elaborado, bastam apenas as duas palavras mágicas ("te amo").
Se você ainda não se sente pronto para dizer que ama seus avós cara a cara, você pode deixar uma mensagem para que eles vejam quando você não estiver presente. Por exemplo, uma carta na mesa de cabeceira, um cartão na porta da geladeira, uma mensagem de texto no celular. Outra maneira de expressar isso sem palavras é através do ato de ajudar. Os exemplos mais típicos são as tarefas domésticas, mas há várias outras opções.
