Pará de Minas, 17 de outubro de 2024
Querido Leitor (a),
Escrevo essa carta num momento não tão oportuno, visto que, agora são 2:00h da madrugada e eu me encontro em um grande conflito entre terminar essa mensagem ou largar toda essa merda e ir dormir. Ao dar continuidade, já se sabe qual decisão tomei, enfim, qual é o ponto disso?
Não sei, tem tanta coisa se passando em minha cabeça que me sinto incapaz de escolher um início.
Que tal se eu começar falando da bagunça que se encontra minha vida e meu coração? Bom, me sinto exausta, um sentimento de impotência e inferioridade faz com que eu me exclua cada dia mais, faz com que eu recue para dentro de mim novamente e eu já passei por isso uma vez, não foi agradável.
Minha aparência é de uma pessoa cansada, mas não consigo fazer nada para mudar isso, meus dias estão me matando, a cada dia que passa sinto que me afasto cada vez mais do meu eu verdadeiro que não tenho conhecimento e é só inevitável que meu corpo transpareça isso.
Meu coração é forte, o conheço, mas nem ele está se dando conta do vazio que o transita. Eu sei que que deveria estar cheio de amor por mim, mas também sei da minha insatisfação em fazê-lo, sabendo que cada mínimo detalhe meu me incomoda e só é muita loucura querer que alguém os enxergue e os ame, ou ao menos veja graça.
E com esse turbilhão de palavras toscas, mas sinceras, vou chegando ao final da minha carta sem destinatário específico, pois me recuso a pensar em uma única pessoa que queira ler uma carta mal escrita, de uma adolescente a beira de um colapso e que se culpa por não saber lidar com as coisas que sente, porque isso não é ensinado por ninguém, e esse é um motivo qual encerra uma expectativa infantil, afinal, "era suposto ser divertido fazer 18 anos".
Aqui me despeço, tentando por um fim em minha agonia escrevendo um grande monólogo de madrugada como se eu não tivesse que trabalhar ainda hoje e fugindo da opção de conversar com alguém.
Com grande pesar no coração e lágrimas que estão condenadas a viverem por toda eternidade na beira dos meus olhos,
gabrielly.