Filha única, pais dos meus pais e angústia sem fim

Feita por >barbaranf · 2 ago 2023 Abordagem psicológica

Estou um pouco envergonhada de escrever aqui, mas realmente preciso de ajuda. Tenho um contexto familiar muito caótico desde que eu nasci. Sou filha única, tenho 28 anos e no momento trabalho viajando pelo país, praticamente não tenho casa. Na uma semana de folga por mês que tenho fico na casa dos meus pais porque dou meu máximo pra cuidar deles, não porque estão inválidos, pelo contrário, é porque tudo é tão extremamente caótico na casa e minha mãe é tão emocionalmente difícil que se eu seguir com a minha vida me sinto culpada de deixar eles na situação que estão. Meus pais são pobres, meu pai é motorista e ganha um salário mínimo e minha mãe tem um mini salão de beleza dentro de casa do qual ela não cuida e nem consegue evoluir. O meu problema é com ela, de tanto ver ela sofrer e mergulhar no problema dos pais, irmãos, sobrinhos e por aí vai, eu fui completamente esquecida. Ela trouxe todos eles, 10 pessoas, pra morar na mesma casa. Quando tinha 16 anos ela alojou três primos no meu quarto e me botou pra dormir num colchão no chão no quarto dela e minhas notas caíram porque não conseguia acessar meu computador e minhas coisas no quarto. A melhor comida é para os outros, o melhor tratamento, o afeto, tudo é para os outros. Eu recebi o que uma criança deve receber do básico, alimentação e escola e isso gerou uma dívida tão enorme em mim que não consigo pagar. Eu sinto uma culpa dilacerante de ter nascido porque não sei ter vida, não me ensinaram como vive. Minha mãe é tão ansiosa e depressiva que desenvolveu um vício por fluoxetina comprada sem receita e também uma doença emocional que chama dermografia onde tudo que encosta nela incha e dói. Todo dia ela chora com dores que já disseram ser psicologicas. Meu pai criou nós duas recebendo o mínimo pra viver e minha insegurança alimentar e financeira me causa angústia desde muito pequena. Isso me levou a ser uma filha extremamente correta, não chorava, não dava trabalho porque já tinha gente demais na frente. Só tinha angústia e culpa de ter nascido. Por causa dessa culpa corri atrás de estudar, trabalhar e me formar não por mim, mas pra ver se puxo eles pra um lado saudável onde não há dívidas, nem angústia e nem brigas. Mas acontece que eu vi como é o mundo lá fora e eu progredi um pouco porque me deu certa vontade de viver, mas por culpa eu não consigo seguir sabendo que eles estão em uma situação onde eu já tentei de tudo, mas não melhora. Eu dou mais de 50% do meu salário pra casa, eu tento reformar ela, eu pago a comida, tudo pra ver se melhora e no fundo pra ver se tem afeto, mas não adianta. Meu pai é omisso sobre a situação da minha mãe por causa do cansaço mental e físico que ele esta. Também já foi muito maltratado por ela, porque o jeito normal dela conversar é violento e abusivo. Não sei quanto tempo eu não namoro, não saio e nesse momento tive uma crise de pânico. Por causa do estresse extremo eu tenho respondido de forma agressiva e por isso eu ouço muito que sou uma pessoa de coração ruim, que o mundo sabe que eu sou ruim e desaprova e por aí vai. Não sou uma pessoa ruim, eu só tô muito exausta, não consigo sair dessa prisão e estou começando a ter pensamento de morte. Quem vê de fora acha ridículo porque é só largar e ir embora, mas fui criada numa dinâmica psicológica onde eu não consigo me colocar em primeiro lugar em nenhum aspecto, saúde, financeiro, relações e por aí vai. Eu nem sei como é. Também não sei o que fazer porque tenho medo de sair e eles se afundarem de vez. Pra além disso, minha mãe é tão doente emocionalmente que adotou vários animaizinhos e nunca os educou e nem deixa ninguém educar porque senão são pessoas ruins e que torturam animais. Com isso eles entram na casa, fazem xixi no fogão, no sofá, tem pelo em tudo e tá insalubre de morar lá. Eu amo muito eles, mas não dá mais, tá indigno demais. Ela simplesmente desistiu e eu não sei o que fazer mais. Se eu sair vou ser egoísta de ter uma vida minimamente digna porque sou filha única, se eu ficar eu creio que não duro muito tempo. Já tentei ajuda psicológica pra ela mas ela não aceita. Por último, desenvolvi depressão dos 18 aos 25 anos e foi um ex namorado que me ajudou a buscar ajuda de tão ruim que fiquei, enquanto ela caçoava e dizia ser frescura. A depressão me tirou empregos, namoros, saúde, mas insisti na terapia durante todo esse tempo e melhorei em muitas coisas, mas não consegui sequer tocar nesse assunto nas sessões de tão dilacerante que é. Parei com a terapia e com o antidepressivo quando estava desempregada e agora ficou insustentável de novo.

Queria uma opinião sobre o que eu faço. Eu sei que ela é vítima de uma educação onde também foi esquecida, eu já entendi o lado dela, mas se eu olhar só isso, vou acabar como ela. Só queria saber um jeito de ajudar sem ter que adoecer tão brutalmente.

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