Tenho 23 anos, sofro muito com isso desde o meu primeiro namorado, há 5 anos fui diagnosticada com depressão, frequentei psicóloga e psiquiatra, hoje só tomo as medicações mas tenho uma sensação gigantesca de que é tudo impossível de resolver. Estou realmente cansada de viver essa montanha russa, de sempre voltar pro fundo do poço. Tenho certeza que ninguém vai ser capaz de me amar do jeito que eu sou, no momento fazem 2 meses que meu ex namorado terminou comigo, um namoro de 2 anos. Sinto muito a falta dele, chego a sentir momentos de absoluto desespero, procurei ele tanto que me bloqueou em tudo. Queria me curar... Estou tão canada de fazer tratamentos e nunca nada resolver... sinceramente preferia ter uma doença "física" do que uma doença mental... Não tenho conseguido sair da cama nesses últimos dias, muito menos fazer algo de útil... emagreci muito, estou com 44kg. Já tem tanto tempo que tento vencer isso tudo, e sempre acabo voltando pro mesmo ponto. Só de pensar em voltar a consultaR um psicólogo e ter que recomeçar tudo do zero dá vontade de morrer... eu penso bastante em suicídio mas não tenho coragem de fazer nada. Gostaria de não acordar. Na verdade eu gostaria de ser normal né. Mas sou infeliz desde que me entendo por gente e os poucos momentos de felicidade que tive, foram quando fui correspondida por algum namorado, mas eles sempre acabam se cansando. Queria muito que o meu ex voltasse comigo, só por ele responder alguma mensagem já ganho o meu dia... A gente viveu momentos muito especiais, mas por X motivos ele acabou terminando (várias vezes). Mas sei que dessa vez é pra semore e só de.pensar nisso me vem uma angústia indescritivel. Gostaria de saber se vocês já acompanharam alguém quem conseguiu se "curar" de dependência emocional (e não apenas transferir pra outra pessoa como tem sido a minha vida toda).
O que fazer?
Já tentamos aquela coisa de melhorar a autoestima, ter amor próprio, etc, mas evidentemente sou incapaz disso, senão não estaria implorando por uma migalha de atenção de uma pessoa que já não quer contato comigo...
Tem algo que possa ser feito? Alguma técnica?
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9 AGO 2017
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Olá cara Carla, pelo seu relato posso perceber o quanto você está em sofrimento por não possuir maturidade emocional para lidar com as frustrações das relações afetivas que você teve que perder, pois é a perda faz parte do processo de estar vivo, e sempre é doloroso quando se está envolvido emocionalmente. O que acontece é que você investe muita energia no outro no relacionamento e se esquece que você existe independente do outro e terá que continuar existindo. Agora essa ausência de estrutura em lidar com as perdas afetivas está diretamente ligado a tua história de vida, percebo que em algum momento na tua vida você experienciou uma perda, um desamparo que ficou mal elaborado e abriu essa lacuna de um vazio existencial que você tenta preencher com o outro e isso a torna muito vulnerável a sintomas de angústia existencial, baixo autoestima, autodesvaloração, autossabotagem, relação de dependência do outro, ausência de motivação para as atividades do cotidiano, pensamento suicida que são sintomas de depressão e ansiedade.
Minha cara, você busca a cura para o seu problema, só que devo lhe informar que a cura é de ordem divina, há tratamento e o tratamento só tem exito para um reequilíbrio emocional e psicológico quando a pessoa envolvida quer e se permite atuando no processo de seu tratamento em conjunto com o psicólogo. No seu caso o tratamento de antidepressivo, ou seja, psicofármaco não vai trazer muitos benefícios sem o tratamento psicoterapêutico. E porque eu digo isso porque entendo que você não é a doença da depressão e ansiedade, você é para mim psicóloga uma jovem que está em sofrimento porque na sua história de vida experienciou situações e que a forma como essas situações foi interpretada por você a levou a somatizar e desenvolver esses sintomas que hoje você alega esta sentindo e que a está fazendo continuar num ciclo de sofrimento em que você aprendeu até por questões de autodefesa a reagir se permitindo estabelecer uma relação de dependência no outro como se o outro fosse mais importante do que você. E é isso que precisa ser trabalhado na psicoterapia e isso demanda tempo e só evolui positivamente através de técnicas de mudança de pensamentos e comportamento somado ao desejo do paciente de querer sair da zona de conforto que se tornou parte de sua identidade que é o sofrimento e autopiedade como uma pessoa que pensa que nasceu para sofrer e deve morrer sofrendo e que nada que fizer irá mudar, e esse tipo de pensamento de fuga, evitação e autossabotagem não resolve e só reforça o processo da doença. Não há milagre, há um trabalho em conjunto do psicólogo com o paciente para encontrar caminhos que está dentro do próprio paciente de poder lidar com essas e outras adversidade na vida e nos relacionamentos com o outro. Quanto ao pensamento de morte, com certeza não é morrer que você quer e sim acabar, arrancar com esse sofrimento psicológico em sua vida que doí como uma ferida latente não cicatrizada e inflamada. Agora se pergunte a morte é a única solução ou você espera um milagre sem se envolver no seu processo de tratamento e foge porque quando o psicólogo começa a mexer você foge e evita lidar com a dor? Você já tentou fritar um ovo sem quebrar a casca? não dá. O pintinho para nascer tem que quebrar a barreira da casca. Há uma vida dentro do ovo e tem um momento que para que a vida prossiga o seu ciclo a casca terá que ser rompido e um lindo pintinho, uma nova vida surge. Assim mesmo somos nós seres humano, não adianta ficar preso a passado sofrendo e com medo de se permitir ir mais além ou edificar a sua vida no outro porque você precisa existir além das pessoas. É preciso extrair de toda experiência (positiva ou negativa) o que há de melhor e deixar que as pessoas que passam em nossas vidas prossiga para que você tenha a oportunidade de conhecer e crescer com novas experiências. Os mortos não tem essa grande vantagem que nos vivos tem de poder crescer com o outro, só depende da forma como nós absorvemos e interpretamos tal situação e as pessoas que passam em nossas vidas.
Oi Carla, sinto muito por todas as tentativas frustradas em poder melhorar. Mas é importante que você saiba que a depressão é uma doença que não tem cura, apenas tratamento. E que antes de trabalhar em sua dependência emocional é necessário que você saiba reconhecer os sinais e sintomas da depressão, pois com certeza, por vezes é ela quem vem assumindo o controle da sua vida.
Aprender como a depressão influencia no seu pensar, sentir e se comportar faria muita diferença! Primeiro para que possa reconhecer e tratar a depressão, depois para que você consiga assumir as rédeas da sua vida, direcionando atenção pra coisas significativas como estar em uma relação e nutrir a mesma de forma saudável (sem dependência). Por isso sugiro que busque ajuda de um terapeuta cognitivo comportamental (TCC). É a abordagem psicológica que mais tem evidências no tratamento de muitos transtornos. Espero ter ajudado. Abraços
O trabalho do analista consiste em despertar aquilo que já existe dentro da pessoa. É a arte de despertar o sujeito para seu potencial criativo genuíno.
A finalidade não é curar, e sim favorecer o crescimento interior por meio das dificuldades pessoais.
No decorrer do trabalho analítico há a proposição de que pelo falar, pelo escutar e pelo fazer criativo nos confrontamos com nós próprios. Pôr-se em processo analítico é possibilitar o existir permeável a outros saberes. É despertar para o próprio caminho de vida como processo natural com sentido, finalidade e objetivo; é a experiência interior.
A experiência interior se torna experiência de vida quando vivida com todas as suas implicações.
Cara Carla. Vc já deu o primeiro grande passo, que é identificar que precisa de ajuda e que o seu comportamento vem atrapalhando seus planos e sua vida. Realmente ninguém vai gostar mais de você do que você mesma. Então, vc precisa se cuidar, voltar para psiquiatra e psicólogo e melhorar estes sintomas depressivos. Somente quando vc se amar muito é que isso vai se estender aos outros. Não desista de vc mesmo, vc pode. Tome posse de você e vá à luta. Beijo.
Realmente somente você pode saber o que está sentindo pela carência afetiva, pois pelo seu relato parece que nem você está gostando de si própria.
Seria interessante mudar a sua forma de pensamento e começar a mudar este comportamento em busca de uma qualidade de vida desejável: o que impede você gostar da pessoa maravilhosa que está dentro de ti? amar a si própria, descobrir a sua riqueza interior e não ficar na dependência de outra pessoa, se cuidar, se dar carinho, pensar de forma positiva, pois não podemos controlar o sentimento das outras pessoas.
Quando gostamos realmente de alguém desejamos que está pessoa seja feliz, independente das suas escolhas, caso isto não ocorra estamos sendo egoístas e este sentimento nos corrói por dentro, nos destruindo aos poucos, um vazio sem sentido.
No início realmente é muito difícil, mas é preciso dar tempo ao tempo e investir esta energia na sua construção pessoal, enriquecendo o seu interior, a sua personalidade e valorizar as pessoas que realmente desejam estar próximas a você, na sua rede de apoio.
Não busque a felicidade nas outras pessoas mas dentro de si própria, pois não adianta correr atrás do vento, deixe que ele venha até você e dai sim respire fundo.
Olá Carla!!
Entendo que seja muito frustrante ter iniciado algumas vezes o tratamento sem obter o sucesso desejado, mas infelizmente não existem fórmulas mágicas.
Sei que pode parecer desgastante iniciar a psicoterapia novamente "do zero" como mencionou, mas se continua neste ciclo de dependência, se a melhora foi provisória, ainda existe bastante trabalho.
Infelizmente quando falamos de seres humanos não existem fórmulas mágicas ou técnicas específicas capazes de solucionar algo com expectativa de prazo, mas não desanime! Procure um profissional que a fará sentir-se a vontade e motivada a realmente conseguir compreender a questão da dependência na sua vida podendo de fato se fortalecer emocionalmente e se relacionar de uma nova maneira: com os outros, mas principalmente consigo mesma.
Dependência emocional tem cura sim.
