Estranheza, suspeita e confusão...
Olá, boa noite à todos (bom dia ou boa tarde dependendo do horário)! Vou me chamar por GSN, que são minhas inicias...
Bem, sou uma mulher de 20 anos, desempregada, cursando auxiliar de farmácia on-line e simplesmente perdida em meu próprio caminho, tenho baixa autoestima, ansiedade (talvez) exagerada e suspeito que tenho alguma neurodivergência (ou quem sabe, só seja algo da minha cabeça).
Até onde eu me entendo por gente, nunca fiquei bem comigo mesma, quando eu era pequena, eu era tão inocente, bagunceira e falante, tão viva e sem preocupações, eu falava com todo mundo e, por mais que algumas crianças não gostassem de ficar perto de mim, eu não tinha noção alguma...
Agora, eu me sinto quase que completamente inútil, mesmo não querendo isso, não é exagero dizer que eu me odeio, simplesmente não tenho nenhum talento, as pessoas falam que sou inteligente, quando pergunto no quue sou boa, elas não sabem o que responder, não as julgo, eu também não sei, dou muito ansiosa, tímida, nervosa, atrapalhada e estranha.
Uma autoestima muito baixa, tenho dúvidas até mesmo se sou autista ou se tenho algo do tipo (não me levem a mau, não estou dizendo que pessoas autistas são loucas ou retardadas, muito pelo contrário, conheço algumas que respeito muito), sou muito estranha, as pessoas devem ter pena de mim, percebo o olhar desconfiado e penoso delas, eu queria ser melhor, eu queria ter mais qualidades, eu queria ter um emprego, queria ser uma filha melhor, mas sou dependente dos meus pais.
Eu já entenguei vários currículos, mas ninguém me chama, até mesmo para jovem aprendiz, mas tô na espera até hoje, fui em duas entrevistas, uma me disseram que eu passei, porém, não me chamaram até hoje, outra eu não consegui passar, acho que meu jeito não ajuda em nada.
Já trabalhei uma vez, por um programa que profissionaliza jovens e adolescentes, CAMP Guarujá, instituição boa e muito competente, porém, eu não adaptei lá, culpa minha. Quando trabalhei, foi erro atrás de erro, tive até mesmo chance de ser demitida por justa causa com 17 anos, eu me senti e, me sinto um lixo por isso, apesar da minha supervisora dizer que havia me perdoado, eu não acredito naquilo, ela ficou desconfiada e diferente comigo, foi tudo culpa minha.
Enfim, hoje estou em casa, fazendo alguns afazeres de casa, ajudando minha mãe e minha tia a cuidar da minha vó, indo para a igreja, estudando e enfim, vivendo a vida, sem muita perspectiva do futuro, vivo me comparando aos outros, com as pessoas que trabalharam comigo e que, hoje em dia ainda trabalham, com os irmãos da igreja, com a minha família, enfim, é difícil ver uma luz no fim do túnel.
Não me entendam mal, eu creio em Deus, sou cristã e, sei que no final de tudo, Ele sempre sempre esteve, está e estará do meu lado, mesmo nos momentos difíceis, Ele me sustentou até hoje aqui.
Eu só queria uma palavra de alguém na área de psicologia, não estou mais indo na minha psicóloga por não comparecer a um bom tempo (esquecimento e muitos compromissos), agora, só posso ir nela com encaminhamento do clínico, pelo SUS...
Também gostaria que, se pudessem, alguém analisar uma observação que fiz de mim mesma sobre, minha própria suspeita de ter autismo (não está completa, pois, nem eu nem minha mãe nos lembramos muito da minha infância):
Quando eu era pequena, eu era muito tagarela, gostava de ficar em cima de todo mundo e não respeitava o espaço dos outros (as crianças, ou não gostavam de mim, ou baguncavam junto comigo). Eu era muito chorona e birrenta também, atendia quando me chamavam, mesmo que eu não parasse quieta no lugar! Minha mãe dizia que algumas crianças falavam para as mães ou colegas que eu era chata ou insuportável, mas, nunca percebi isso...
Porém, eu também gostava de brincar sozinha, especialmente quando eu tinha que montar minhas bonecas da "Polly Pocket", eu amava organizar e deixar tudo alinhado, gostava de montar também! Minha mãe disse também que eu não falava olhando nos olhos de pessoas estranhos, somente da família e amigos.
Eu também tinha muitos interesses em que, focalizava muito, geralmente desenhos, eu era muito viciada em "Polly Pocket", "My Little Pony", depois na adolescência passei a gostar e a me fixar em jogos de terror (inclusive uma colega minha dizia que eu era obcecada por um certo personagem de jogo terror), depois em animes e entre outros...
Eu também andava muito na ponta dos pés, melhorou um pouco agora com 20 anos, mas, quando eu corro, na maior parte eu corro com a ponta do pé, acho que foi por conta balé.
Enfim, por conta da minha infância e, mais dois fatores, eu descarto a possibilidade de ter autismo, os outros dois estão aqui:
Metáforas, sarcasmos e ironias: Até onde eu me lembro, eu consigo entender facilmente metáforas, só se com o tempo eu aprendi eles, mas, creio que os autistas, mesmo obtendo a explicação, ainda sim, não veem sentido nas metáforas. Sarcasmos e ironias dependem muito da pessoa, se for alguém de casa, amigos ou algo do tipo vou entender rápido, porém, se for alguém de fora, talvez eu demore um pouco. As metáforas eu entendo tipo 95%, só se for algo muito especifico ou estrangeiro, aí não tem como mesmo. Minha mãe disse que eu não entendia muitas coisas, mas, acho que porque eu era criança mesmo, eu também não entendia muitas piadas.
O outro fator é:
Compreender expressões facias, regras sociais, relacionamentos: Fiz um teste num site chamado "Embrace Austim" e lá, tem um teste para analisar as expressões facias e ver o que elas transmitiam, de 36, errei somente 5! Apesar de que, quando alguém quer falar comigo de longe, usando o rosto e gestos, eu quase nunca consigo entender o que querem (não sei se isso tem relação).
Além das expressões, também acho fácil entender regras sociais, algumas coisas claro, tive que aprender, talvez na infância eu fui tão cobrada que, tive que aprender de qualquer forma, se eu não entender algo, só uma coisa ou outra pelo que lembro (não tenho boa memória normal, ela é muito falha). Em relacionamentos, de fato eu tenho poucos, só família, alguns pouquíssimos amigos e só, eu sempre me vi como complicada e às vezes, falo e ajo de maneira estranha, sei que as pessoas têm pena de mim por vezes...
Em tudo isso, acho que que possível eu não tenha o TEA, hoje em dia, tenho alguns sintomas do espectro autista: odeio barulhos de bexigas (nunca gostei desde pequena), fogos de artifícios (fogos de artifício só de longe!) e barulhos altos; comportamentos repetitivos; rotina; preferir ficar sozinha; ter dificuldade em olhar nos olhos (consigo mais com a família e amigos, também consigo quando alguém não está olhando para mim diretamente, porém, quando uma pessoa olha para meus olhos e, eu percebo conscientemente, me incomoda muito); tenho certa dificuldade em falar sobre meus sentimentos; atrapalhada, estabanada e desastrada (desde pequena também); não gosto que me toquem muito, especialmente quando vou dormir, se alguém me tocar eu acordo a pessoa só para ela se virar (exemplo, estou dormindo com a minha avó que necessita de vigilância, quando ela toca ou se aproxima muito de mim, acordo ela e falo para ela se afastar); gosto de assuntos específicos; toco as mesmas músicas 90% das vezes; odeio etiqueta e certas texturas de alimento.
Em relação aos testes, fiz vários testes, muitos mesmo, em geral, nos teste de AQ de 10 perguntas, minha pontuação era de 7, nos testes de 50 perguntas do AQ, minha pontuação era de 31-32, num teste que fiz com a minha mãe do RAADS-R, de 0 a 240~, minha pontuação foi de 154...
Porém, dentre tudo isso, acho que não tenho autismo de fato, eu embarelhei tudo numa só pergunta, me perdoem por isso, eu queria falar mais coisas, mas não quero perturbar vocês toda hora, então, espero que possam me responder e me dar uma resposta, desde jáz muito obrigada a cada um que ver e responde...