Estranheza, suspeita e confusão...

Feita por >GSN · 4 jul 2024 Abordagem psicológica

Olá, boa noite à todos (bom dia ou boa tarde dependendo do horário)! Vou me chamar por GSN, que são minhas inicias...

Bem, sou uma mulher de 20 anos, desempregada, cursando auxiliar de farmácia on-line e simplesmente perdida em meu próprio caminho, tenho baixa autoestima, ansiedade (talvez) exagerada e suspeito que tenho alguma neurodivergência (ou quem sabe, só seja algo da minha cabeça).

Até onde eu me entendo por gente, nunca fiquei bem comigo mesma, quando eu era pequena, eu era tão inocente, bagunceira e falante, tão viva e sem preocupações, eu falava com todo mundo e, por mais que algumas crianças não gostassem de ficar perto de mim, eu não tinha noção alguma...

Agora, eu me sinto quase que completamente inútil, mesmo não querendo isso, não é exagero dizer que eu me odeio, simplesmente não tenho nenhum talento, as pessoas falam que sou inteligente, quando pergunto no quue sou boa, elas não sabem o que responder, não as julgo, eu também não sei, dou muito ansiosa, tímida, nervosa, atrapalhada e estranha.

Uma autoestima muito baixa, tenho dúvidas até mesmo se sou autista ou se tenho algo do tipo (não me levem a mau, não estou dizendo que pessoas autistas são loucas ou retardadas, muito pelo contrário, conheço algumas que respeito muito), sou muito estranha, as pessoas devem ter pena de mim, percebo o olhar desconfiado e penoso delas, eu queria ser melhor, eu queria ter mais qualidades, eu queria ter um emprego, queria ser uma filha melhor, mas sou dependente dos meus pais.

Eu já entenguei vários currículos, mas ninguém me chama, até mesmo para jovem aprendiz, mas tô na espera até hoje, fui em duas entrevistas, uma me disseram que eu passei, porém, não me chamaram até hoje, outra eu não consegui passar, acho que meu jeito não ajuda em nada.

Já trabalhei uma vez, por um programa que profissionaliza jovens e adolescentes, CAMP Guarujá, instituição boa e muito competente, porém, eu não adaptei lá, culpa minha. Quando trabalhei, foi erro atrás de erro, tive até mesmo chance de ser demitida por justa causa com 17 anos, eu me senti e, me sinto um lixo por isso, apesar da minha supervisora dizer que havia me perdoado, eu não acredito naquilo, ela ficou desconfiada e diferente comigo, foi tudo culpa minha.

Enfim, hoje estou em casa, fazendo alguns afazeres de casa, ajudando minha mãe e minha tia a cuidar da minha vó, indo para a igreja, estudando e enfim, vivendo a vida, sem muita perspectiva do futuro, vivo me comparando aos outros, com as pessoas que trabalharam comigo e que, hoje em dia ainda trabalham, com os irmãos da igreja, com a minha família, enfim, é difícil ver uma luz no fim do túnel.

Não me entendam mal, eu creio em Deus, sou cristã e, sei que no final de tudo, Ele sempre sempre esteve, está e estará do meu lado, mesmo nos momentos difíceis, Ele me sustentou até hoje aqui.

Eu só queria uma palavra de alguém na área de psicologia, não estou mais indo na minha psicóloga por não comparecer a um bom tempo (esquecimento e muitos compromissos), agora, só posso ir nela com encaminhamento do clínico, pelo SUS...

Também gostaria que, se pudessem, alguém analisar uma observação que fiz de mim mesma sobre, minha própria suspeita de ter autismo (não está completa, pois, nem eu nem minha mãe nos lembramos muito da minha infância):

Quando eu era pequena, eu era muito tagarela, gostava de ficar em cima de todo mundo e não respeitava o espaço dos outros (as crianças, ou não gostavam de mim, ou baguncavam junto comigo). Eu era muito chorona e birrenta também, atendia quando me chamavam, mesmo que eu não parasse quieta no lugar! Minha mãe dizia que algumas crianças falavam para as mães ou colegas que eu era chata ou insuportável, mas, nunca percebi isso...

Porém, eu também gostava de brincar sozinha, especialmente quando eu tinha que montar minhas bonecas da "Polly Pocket", eu amava organizar e deixar tudo alinhado, gostava de montar também! Minha mãe disse também que eu não falava olhando nos olhos de pessoas estranhos, somente da família e amigos.

Eu também tinha muitos interesses em que, focalizava muito, geralmente desenhos, eu era muito viciada em "Polly Pocket", "My Little Pony", depois na adolescência passei a gostar e a me fixar em jogos de terror (inclusive uma colega minha dizia que eu era obcecada por um certo personagem de jogo terror), depois em animes e entre outros...

Eu também andava muito na ponta dos pés, melhorou um pouco agora com 20 anos, mas, quando eu corro, na maior parte eu corro com a ponta do pé, acho que foi por conta balé.

Enfim, por conta da minha infância e, mais dois fatores, eu descarto a possibilidade de ter autismo, os outros dois estão aqui:

Metáforas, sarcasmos e ironias: Até onde eu me lembro, eu consigo entender facilmente metáforas, só se com o tempo eu aprendi eles, mas, creio que os autistas, mesmo obtendo a explicação, ainda sim, não veem sentido nas metáforas. Sarcasmos e ironias dependem muito da pessoa, se for alguém de casa, amigos ou algo do tipo vou entender rápido, porém, se for alguém de fora, talvez eu demore um pouco. As metáforas eu entendo tipo 95%, só se for algo muito especifico ou estrangeiro, aí não tem como mesmo. Minha mãe disse que eu não entendia muitas coisas, mas, acho que porque eu era criança mesmo, eu também não entendia muitas piadas.

O outro fator é:

Compreender expressões facias, regras sociais, relacionamentos: Fiz um teste num site chamado "Embrace Austim" e lá, tem um teste para analisar as expressões facias e ver o que elas transmitiam, de 36, errei somente 5! Apesar de que, quando alguém quer falar comigo de longe, usando o rosto e gestos, eu quase nunca consigo entender o que querem (não sei se isso tem relação).

Além das expressões, também acho fácil entender regras sociais, algumas coisas claro, tive que aprender, talvez na infância eu fui tão cobrada que, tive que aprender de qualquer forma, se eu não entender algo, só uma coisa ou outra pelo que lembro (não tenho boa memória normal, ela é muito falha). Em relacionamentos, de fato eu tenho poucos, só família, alguns pouquíssimos amigos e só, eu sempre me vi como complicada e às vezes, falo e ajo de maneira estranha, sei que as pessoas têm pena de mim por vezes...

Em tudo isso, acho que que possível eu não tenha o TEA, hoje em dia, tenho alguns sintomas do espectro autista: odeio barulhos de bexigas (nunca gostei desde pequena), fogos de artifícios (fogos de artifício só de longe!) e barulhos altos; comportamentos repetitivos; rotina; preferir ficar sozinha; ter dificuldade em olhar nos olhos (consigo mais com a família e amigos, também consigo quando alguém não está olhando para mim diretamente, porém, quando uma pessoa olha para meus olhos e, eu percebo conscientemente, me incomoda muito); tenho certa dificuldade em falar sobre meus sentimentos; atrapalhada, estabanada e desastrada (desde pequena também); não gosto que me toquem muito, especialmente quando vou dormir, se alguém me tocar eu acordo a pessoa só para ela se virar (exemplo, estou dormindo com a minha avó que necessita de vigilância, quando ela toca ou se aproxima muito de mim, acordo ela e falo para ela se afastar); gosto de assuntos específicos; toco as mesmas músicas 90% das vezes; odeio etiqueta e certas texturas de alimento.

Em relação aos testes, fiz vários testes, muitos mesmo, em geral, nos teste de AQ de 10 perguntas, minha pontuação era de 7, nos testes de 50 perguntas do AQ, minha pontuação era de 31-32, num teste que fiz com a minha mãe do RAADS-R, de 0 a 240~, minha pontuação foi de 154...

Porém, dentre tudo isso, acho que não tenho autismo de fato, eu embarelhei tudo numa só pergunta, me perdoem por isso, eu queria falar mais coisas, mas não quero perturbar vocês toda hora, então, espero que possam me responder e me dar uma resposta, desde jáz muito obrigada a cada um que ver e responde...

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A melhor resposta 19 JUL 2024

Olá GSN! Interessante sua história e riqueza em detalhes.

Em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), de fato não é possível afirmar sobre diagnóstico sem uma análise clínica aprofundada, pois é necessário uma anamnese bem feita e aplicação de testes neuropsicológicos.

Há algumas características importantes de acordo com o que relatou (sensibilidades sensoriais, comportamento repetitivo, rotina, se expressar, entre outros) em maior ou menor grau, as quais precisam ser investigadas. Além da quantidade de testes já realizados pela internet, eu levaria em consideração analisar um possível hiperfoco nesse assunto já que podem ser pontuais. Vale ressaltar que testes on-line não funcionam para fins diagnóstico, pois é indispensável a análise clínica qualitativa e a validação científica.

É importante saber também que o TEA é apresentado de maneira diferente em meninas em relação aos meninos. O espectro é amplo e neles há maior prevalência de acordo com o nosso manual diagnóstico DSM-5-TR, enquanto elas conseguem “mascarar” suas dificuldades e passam a obter um diagnóstico tardio, devido sintomas serem comumente mais sutis/ nível 1 de suporte, de acordo com outros estudos.

Contudo, existe muito a ser trabalhado para fortalecer você emocionalmente e encontrar suas potencialidades. Independente de diagnóstico, o caminho é encontrar a si mesma e ressignificar esse sentimento de “como se não se encaixasse nos padrões cobrados pela sociedade”. É necessário curar a necessidade de aprovação e pertencimento social. Através do autoconhecimento encontrado na psicoterapia, você entende que você é única do jeito que é e também pode ser inspiração ao invés de ser apenas a pessoa que se inspira. É nesse processo de se conhecer que irá adquirir autoconfiança e autoestima!

Fico à disposição para outras dúvidas ou lhe ajudar nesse processo. Abraço

Sabrina Rattes Psicólogo em Manaus

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11 JUL 2024

Olá GSN,
Você traz diversas questões nas quais são dificeis de avaliar somente com que você traz aqui. Você tem diversas questões que precisam ser trabalhadas somente em terapia.
Se precisar estou à disposição.

Marília Figueiró Bueno de Oliveira Psicólogo em Ribeirão Preto

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9 JUL 2024

GSN
Há muitas coisas que poderia te dizer, mas, basicamente se refere ao desconhecimento de si mesma.
Você não sabe quem é; não sabe seu propósito de vida, não sabe como a sua mente funciona, como aprendeu a agir, reagir, perceber, se relacionar e até de amar.
Tudo o que sabe de si mesma é resultado do que o ambiente te condicionou e que não retrata o que você realmente é.
Uma coisa é a vida que você essencialmente é; outra coisa é o sistema, o ambiente no qual voce foi ensinada, treinada, adaptada.
Sua mente foi forçada a se adaptar para poder sobreviver, para ser aceita, validada, amada, tanto pelo ambiente familiar, educacional, social, religioso – você foi ensinada a ser boa para os outros e não para si mesma, por isso perdeu a referência da sua inteligência de vida.
O resultado é o que sente: baixa autoestima, ansiedade, nervosa, tímida, se sente inútil, se odeia, acha que não tem talentos.
Odeia a si mesma porque não se conhece... acha que não tem talentos porque nunca foram desenvolvidos pois a educação foi apenas uma imposição de conteúdos, de fora pra dentro, e nada foi desenvolvido. Então teus talentos continuam sendo escondidos, ignorados.
O que você está fazendo é tentando se adaptar à realidade do mercado, do meio, se condicionar aos empregos, aos comportamentos exigidos, está fazendo testes para ver suas aptidões, mas de nada adianta, sem antes recuperar a ti mesma; sem antes resgatar a tua inteligência de vida para poder se encontrar, se reconhecer, se fortalecer, se empoderar do espírito empreendedor que tem dentro. A maioria carrega dentro de si uma tumba que esconde o assissínio do seu potencial realizador. Substancialmente reduzem a própria existência a um ciclo biológico e sistêmico por não terem identificado e concretizado seu potencail realizador. Por isso, paga sistematicamente o assassínio desse apelo com a angústia.
Não foi por acaso que voce nasceu... foi para se realizar, para cumprir o teu propósito de vida.
Geralmente a partir dos 17 anos em diante, cada um precisa promover o nascimento de si mesmo, como pessoa autônoma, dona de si mesmo. Por isso, precisa resolver teus conflitos, teus traumas, tua dependência emocional e financeira.
A vida faz pressão para seres essa pessoa autônoma e se não conseguir, teu corpo começa e entrar em desequilíbrio e vem as doenças.
Faça Psicoterapia, autentique-se, livre-se do que não é você e então, teu caminhar começa a ter respostas compensadoras e gratificantes.

Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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5 JUL 2024

Bom dia, GSN! Obrigado por escrever. Li com atenção, todo o seu texto. Certamente você está procurando o que não encontrará; autismo ou outro adoecimento justificante. Pelo que se deduz o conteúdo que você colocou e os focos que se pode deduzir deles, certamente você precisa reorganizar tua vida, melhorar autoestima, vivenciar disciplina persistente com práticas mais saudáveis.
Algumas sugestões:
- Não procure emprego, procure trabalho, inicialmente sem escolher;
- Procure um grupo amador ou escola de teatro e a vivencia com dedicação e continuidade;
- Participe de turmas de colegas e conhecidos que sejam éticos e saudáveis. Insista muito nisso; essa é parte primordial;
- Evite ao máximo assistir televisão, celular, rádio, vídeo game e outros.
- Invista muito em contatos diretos, ao vivo e em cores;
- Faça, com regularidade atividade física;
- Resgate e efetive metas atuais e antigas que lhes sejam realistas, viáveis e significativas, na atualidade, para você.
Abraços!

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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5 JUL 2024

Olá, GSN,

Primeiramente, quero parabenizar você pela coragem de compartilhar suas experiências e sentimentos. Suas palavras refletem uma profundidade de pensamento e uma autoconsciência que são muito valiosas no processo da psicoterapia.

Autoestima vs. Isolamento Social: Percebo que você está lidando com questões relacionadas à autoestima e que o momento da sua vida parece colocá-la em uma posição de “isolamento social”. A percepção de não estar sendo valorizada ou de não ter habilidades reconhecíveis pelos outros pode ser extremamente frustrantes, já que dependemos do reconhecimento do outro para nos sentirmos parte de algo. A falta de interação social presencial, devido ao estudo a distância e ao desemprego, parece agravar essa sensação de frustração pessoal. É importante reconhecer como essas circunstâncias externas impactam seu bem-estar emocional.

Sentimentos de Tristeza e Desânimo: Os sentimentos de inutilidade, desvalorização do eu e desânimo que você descreve são observações que merecem a devida atenção. A dificuldade em ver uma luz no fim do túnel e a constante comparação com os outros são indicativos de que você tem algo a ser trabalhado. Considere a busca por apoio psicológico profissional, pode ser uma forma de investigar e tratar esses sentimentos de maneira adequada.

Suspeita de Neurodivergência: Buscar um diagnóstico ou explicação para suas dificuldades pode ser uma tentativa de encontrar sentido e uma explicação coerente para sua vida. Uma avaliação psicológica detalhada com um profissional especializado pode ajudar a esclarecer suas dúvidas.

Recomendações:
-Procure apoio psicológico: Considere buscar apoio psicológico. Um profissional poderá oferecer um espaço seguro para explorar suas emoções e experiências.
-Avaliação especializada: Uma avaliação com um psicólogo especializado pode fornecer clareza e ajudar você a compreender melhor suas dificuldades.
-Empatia e validação: Não se esqueça de que seus sentimentos e relações interpessoais são caminhos válidos e importantes para quem você foi, é e pode ser no futuro.

Erick Glauco Borges Viana Psicólogo em Bento Gonçalves

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