Hoje ouvi que sou uma pessoa desprezível, e confesso que concordo com a pessoa que me falou isso, estou totalmente destruída e sem chão.
Minha vida toda ate aqui foi um fardo, recentemente fui diagnosticada com TDAH e TEA nível 1, para mim muitas coisas começaram a fazer a sentido, porém por outro lado não. Tenho 27 anos, sou casada, tenho uma filha e uma enteada de 11 anos, e eu nunca conseguir da amor e carinho para minha filha, a amo incondicionalmente, todavia não consigo expressar esse amor através de abraços, beijos e etc. Ela gosta muito de carinho e de abraçar e me beijar, só que eu não consigo aceitar, quando ela me abraça e me beija muito tempo parece que vou passar mal, e com minha enteada não é diferente, meu esposo fala que sou coração de pedra e que não merecia ter filhos por ser assim.
Na minha infância fui abusada, fui maltratada por minha mãe, tantas coisas ruins aconteceram na minha vida que não da pra falar por aqui, me sinto tão vulnerável, ninguém me entende e nem se coloca no meu lugar. As vezes da vontade de eu tirar minha própria vida por achar que as pessoas não merecem uma pessoa desprezível como eu ao seu lado, mas eu lembro que tenho uma filha e que independente de eu ser assim ela precisa de mim.
Será que a minha vida tem solução ou vou morrer assim? Eu odeio ser assim, queria ser normal como qualquer outra pessoa, nem amizades eu consigo fazer, não gosto de ninguém.
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1 NOV 2023
· Esta resposta foi útil a 4 pessoas
Olá, Luares!
Obrigada por compartilhar sua situação, é doloroso ouvir tantas palavras fortes e gostaria de oferecer meu apoio.
Entendo como deve ser difícil lidar com o autismo, TDAH e com a sensação de que você não é normal, ainda mais quando há uma pressão para ser um bom pai ou mãe e quando você não se sente confortável com o carinho físico.
É importante lembrar que o autismo é uma condição que afeta a maneira como a pessoa se comunica e se relaciona com o mundo ao seu redor, não significa que você não seja capaz de amar e cuidar do seu filho.
Existem muitas outras maneiras de demonstrar amor e carinho, você também pode demonstrar seu amor por meio de ações, como ajudar sua filha com as tarefas, ou simplesmente estar presente para ela.
Pelo que você relatou, parece que você teve um passado muito difícil e também atualmente está se sentindo sobrecarregada e em sofrimento. Portanto, te encorajo profundamente a buscar auxílio profissional, para lidar com essas dificuldades e sentimentos.
Sei o quanto é difícil lidar com essa sensação de que a vida não tem mais solução e lidar com esses pensamentos, mas tem, sempre tem, e a terapia irá te ajudar a buscar esse caminho. O(a) psicólogo(a) pode ajudá-la a lidar com as suas emoções, dificuldades e na sua relação com sua filha.
Espero ter ajudado de alguma forma.
Fico à disposição.
Abraço, Luares!
Oi Luares, obrigada por nos escrever. Veja, quando você se coloca nessa posição de se sentir diferente, automaticamente se despreza. Toda a humanidade tem suas diferenças.
Imagino como deve ter se sentido ao descobrir seu diagnóstico, porém, também foi de grande alívio, pois muitas das justificativas de tais comportamentos/sentimentos, são devido a ele.
Penso que com acompanhamento com psicóloga(o), você irá evoluir em suas queixas, e isso é necessário e essencial para seu bem estar e saúde mental.
Estou aqui se precisar.
Abraços.
Olá!
Sinto muito que tenha ouvido tantas palavras que a machucaram e ainda lhe trazem sofrimento. Infelizmente não podemos mudar o que aconteceu no passado, mas com a psicoterapia podemos dar um novo significado a esses acontecimentos que lhe causaram dor.
Como você disse que recentemente foi diagnosticada com TDAH e TEA e que isso faz sentido em algumas coisas e em outras não, possivelmente isso acontece porque você é muito mais do que esses transtornos. Você não é o seu diagnóstico, ele não define quem você é, e sim mostra que a sua forma de funcionar e diferente e está tudo bem. Somos seres humanos com subjetividades e capacidades diferentes e por isso o autoconhecimento é tão importante nesse processo de construção do amor próprio .
