Em uma consulta com neuropsicólogo o foco fui eu e não o paciente?
Olá boa noite! Há 1 ano e meio namorado a distância, nos vemos todos os finais de semana e meu namorado não mede esforços para estarmos juntos. Ele já foi casado e tem um filho e eu sou mãe solteira de dois. Um dos meus filhos já tem o diagnóstico de TDHA e estamos em sessões com neuropsicólogo para avaliar possíveis comportamentos de TOD e etc. meu filho tem 8 anos e há 4 fazemos terapia e aprendemos e erramos juntos.
Meu namorado é extremamente carinhoso comigo, amoroso e dedicado. Porém ele não tem paciência com meu menino e agride verbalmente constantemente. Já tentei de todas as formas explicar o quanto isso prejudica o tratamento do meu menino, mas ele parece não entender e mesmo sem dividir a mesma casa, exige ter voz ativa, ser o homem da casa e ser respeitado pelo meu filho. Que por sua vez, não o respeita pois ao meu ver, não se sente seguro e acolhido, mas sim julgado e criticado. Um último acontecimento aconteceu por reação do meu namorado quando meu menino chutou a canela dele porque ele foi grosseiro e desrespeitoso. Inconsciente ele reagiu e deu um tapa nele. No mesmo momento ele percebeu a reação, pediu desculpa e foi procurar ajuda de um neuropsicólogo na tentativa de entender como se comportar em relação ao meu filho. Mas eu sinto que ele procurou “ajuda” para tentar ter respostas de conforto para sua tal reação, pois ele não se responsabiliza mas sim alega que reage “assim porque a criança faz assado”.
Ele foi ao especialista para fazer perguntas e tentar entender o comportamento de ambos, porém o retorno que tive, foi que: meu tratamento não é adequado, que é compreensível a reação agressiva dele física e verbal, que nós não conseguimos ter uma relação saudável sobre esse assunto. Desde o início eu peço a ele para se esforçar e mudar essa reação verbal. Quando criança ele foi muito agredido e menosprezado verbalmente. E hoje não sabe lidar com conflitos. Sempre que temos qualquer tipo de conflito, ele leva como briga, quer se separar e se sente ofendido. E nesse episódio com meu filho não foi diferente, pois eu me impus, falei algumas verdades sob o meu ponto de vista e que eu não aceitaria mais essa agressão verbal dele com meu filho. E desde o início eu falo pra ele que ele não é o pai, para que deixe isso de lado que estou cuidando da forma que posso com toda a rede de apoio que tenho. A questão é: na consulta dele, ele alega que 70% da mesma foi falado sobre mim, que o problema sou eu e que a profissional não falou nada sobre as agressões verbais dele. Ela entende que ele nos ama, está procurando ajuda e eu não sei enxergar e reconhecer.
Até que ponto um profissional não foca no paciente e sim na sua namorada? Até que ponto um profissional pode analisar uma criança sem ao menos conhecê-la? Até que ponto um profissional “diagnostica” um problema no outro e não só seu paciente?
Eu acredito e tenho por mim, que ele teve uma escuta seletiva e ouviu aquilo que apenas conforta seu ego e seu coração por tanto comportamentos incabíveis!
Diz ele que perguntou a ela, se precisava de tratamento terapêutico e a mesma disse que não via isso, mas sim que ele precisava tirar esse peso dele e deixar que quem cuide disso seja eu. Ótimo, também acho que ele não é meu marido, não é padrasto e não deve se envolver já que não consegue lidar. Porém estou extremamente desconfortável com o fato dessa única consulta ter dado a ele um alívio e não uma busca para uma auto cura, independente do meu filho, sabendo que ele possui vários traumas emocionais. Diz ele , que contou todos os fatos, porém ao ponto de vista dele, meu filho não respeita e o “método” dele lidar é outro. Que eu não concordo e jamais concordarei. Mas no ponto de vista dele, eu não dou a ele uma voz ativa e ele não tem autoridade. O que eu acho uma bobagem tremenda, mas firo o ego dele quando falo isso. Acredito que todos precisam ter voz, serem ouvidos e acolhidos e não só a criança precisa de limites, existe adultos que também precisam. Acredito também na nossa evolução, aprendemos muito um com o outro, porém estou com todos os pés atrás e bem insegura. Insegura pela análise que ele teve, insegura porque todo conflito ele quer separar, insegura porque ele alega querer ajudar, porém não sabe e age de forma agressiva verbalmente com meu filho. Essa forma agressiva é apenas com meu filho. Com nossos amigos, comigo, com minha filha, ele é amoroso e respeitoso. Eu o admiro em diversos aspectos mas me incomoda e muito a forma com que ele trata meu menino. Muitas vezes ele tem razão, porém a forma com que trata, a perde. E ele não enxerga quando eu falo isso.
Hoje já estou sem paciência e não consigo mais dialogar com ele sobre isso sem me exaltar, pois há mais de um ano tento com amorosidade explicar e pedir para que ele aja de forma diferente. Após a análise dele, bem raso em apenas uma única consulta, me senti ainda pior, pois não senti que ajudou em nada, mas sim, ressaltou nele a razão de todos os comportamentos. Estou começando a pensar se ele é abusivo e manipulador.
Acredito que ele ouvir nessa análise para tirar dúvidas, apenas aquilo que ele quis, para julgar a mim e ao meu filho ao invés de realmente querer ajudar e melhorar na tratativa.