Relação entre pais e filhos: quando o amor sufoca
Onde fica o limite do zelo? Quando o excesso de cuidado com a criança pode acabar privando-a de experiências importantes para a construção de sua autonomia e identidade?
Na clínica atual são bastante comuns casos em que a relação dos responsáveis com suas crianças compromete a autonomia delas. Os adultos têm suas razões para se preocuparem, mas, uma vez que a criança de hoje será o adulto de amanhã, a independência é inevitável. E a psicóloga Anna Gabriela Volpe aproveita para conversar com a gente sobre o tema.
Logo antes de talhar o desenvolvimento infantil, comprometendo a autonomia dos mais novos, é preferível incentivar essa autonomia e saber dosar as responsabilidades que a criança já é capaz de assumir. Tal situação passa, muitas vezes, despercebida por quem cria essa criança e a família chega à clínica psicológica encaminhada por algum profissional que reconhece algum sintoma, sintoma esse que diz respeito a toda família.
Isso porque, ao não incentivar a autonomia desse filho, o que pode estar por trás é a insegurança dos próprios responsáveis e as dificuldades que enfrentaram durante sua infância. É aconselhável aos pais, mães ou responsáveis trabalhar tais questões em terapia quando se percebe que a relação com a criança repercute de modo negativo no desenvolvimento delas.
Algumas vezes, as inseguranças da criança refletem as inseguranças de seus pais. Durante o processo terapêutico é possível atentar para essas questões e observá-las a partir de outra perspectiva, favorecendo a família como um todo.
Como a criança constrói sua identidade e autonomia
Antes mesmo de a criança conseguir falar, ela já expressa sua vontade. Por exemplo, ao rejeitar um alimento. Para alguns pais isso pode ser entendido enquanto birra/manha, porém, para a criança, é uma forma de ir se separando das vontades dos outros e construir sua autonomia.
Por que não considerar a vontade da criança? Por que não deixar a criança escolher sua própria roupa se ela já é capaz, mesmo que nos pareça uma escolha extravagante? Por que não deixá-la ajudar arrumar a mesa do jantar quando tem a altura para isso? Enfim, por que não delegar à criança tudo aquilo que ela demonstra conseguir fazer e deixá-la tranquila realizando as tarefas, no tempo delas?
É no convívio diário que é possível reconhecer o que a criança consegue fazer e aqui foram citados apenas alguns exemplos que podem ou não se adequar à realidade do leitor. Ao fazer pela criança não lhe é dada a possibilidade da experiência, tão importante para a aquisição de habilidades cognitivas, motoras e emocionais.
A frustração que advém do insucesso na realização de algumas tarefas é estruturante à criança. Não há razão para os adultos privarem-na desse contato. É dessa forma que elas vão se construindo. Além disso, a confiança que quem cria uma criança passa a ela também tem seu valor. Ao proibi-la de realizar algo que seus colegas podem fazer ou simplesmente fazer por elas não é passada à criança a mensagem de que se confia nela para realizar tais tarefas, o que pode afetar sua autoconfiança.
Convidar uma criança a participar da divisão de tarefas de uma casa, além de valorizar a presença dela, ainda oferece mais uma oportunidade de realizar novas descobertas e aprendizagens. Sem mencionar o fato de favorecer o adulto que ela será um dia.
A insegurança dos pais é comum, lidar com as frustrações dos filhos e sua crescente independência é um processo inerente à relação. Tal processo modifica tanto aos pais quanto aos filhos. Mas nem sempre esse processo ocorre livre de percalços e, nesses momentos, pode ser útil a ajuda de um profissional para debater a questão.
Fotos: por MundoPsicologos.com
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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Bom dia! Recebi esse link p ler , após um recado de meu filho q já saiu de casa desde 2018. Curiosamente penso q sempre procurei dar atividades cobrar a execução, e como nada era feito no meu tempo , não pq demoravam , mas pq só buscavam fazer qdo encerrassem as diversões deles ou mais adultos algum compromisso ( até aí compreendo) Ocorre q não há nenhuma iniciativa em coooerar c mada na casa nem em Comoras de mercado como tb lavar louça Eles tem 26/27 anos Segue a mensagem de meus filho q enviou o link Esse bilhetinho que vc botou nas minhas coisas - achei mt fofo, vou guardar, mas também recebo a mensagem de que vc invade o meu espaço, sabe? Meu quarto, meu ambiente de trabalho... Você comentou outro dia que o Raja ta sem coleira, pq antes voce puxava ele pela coleira pra dar carinho... Tem que respeitar ele, se ele quiser carinho ele irá até você ele entende quando vc chama.. Dar carinho só pq vc quer dar carinho é desrespeitoso e invasivo.. Assim como eu, tá? Não significa que eu não te ame, apenas te amo de um jeito diferente! Essa agarração é demais pra mim, me afasta "Onde fica o limite do zelo? Quando o excesso de cuidado com a criança pode acabar privando-a de experiências importantes para a construção de sua *autonomia* e identidade?" 1. Inicialmente, quero constatar que eu nunca tinha lido ou conversado com alguém sobre essa temática. Porém é exatamente o que eu falei, sobre você ser sim responsável pela falta de autonomia e poder de independência, seja física ou emocional minha e do Victor. Em segundo lugar, acho um *absurdo* eu ter que pontuar isso (ponto 1.), pois é a maior prova de que você não enxerga a nossa autonomia de criar os nossos próprios pensamentos. *Tudo* que falamos, é, e sempre foi, por causa de um amigo, terapia, namorada, arte de viver, etc, etc. A sensação é de que você nunca nos considera, como pessoas pensantes, mas sim pessoas que refletem as outras, e quando esse reflexo não é o que *você* pensa, você rejeita. Ou seja, você nos rejeita como seres humanos diferentes de você, e isso é algo que *você* tem que trabalhar com si mesma! Eu não sou mais um pedaço de você há MUITO tempo, você sempre será a minha mãe, e eu te amo. Mas entenda, o cordão umbilical já cortou há tempo!!!!!! Acorda!!!! Não adianta falar que sabe disso, mas agir de outras formas, tem coisas que estão profundas na nossa consciência, que a gente pode ter dificuldade de enxergar. Pode ser que eu tenha problemas e não sei quais são? Sim, com certeza. Mas isso é problema meu. Todos temos questões a serem trabalhadas para sermos pessoas melhores. Leia o site que enviei antes de me responder Confesso q desde 2018 tenho sido reticente ao me aproximar dele Evitado ser invasiva como ele escreve E nesse ano pensei q era melhor me aproximar de um filho q está tão distante e por alguma razão q desconheço mas desconfio , ele tem ficado lá em casa no quarto dele . Ele tem um cão q disse q assumiria e nada aconteceu desde 2017 e nesse ano pedi p q ficasse c ele no apartamento dele Parece q vai viajar p São Paulo e deve estar “arrumando terreno” p deixar o cão lá em casa... Penso em Me silenciar e a vida q seguirá eu continuando orar p ele é realmente nem sei mais o q fazer.
Gostaria de saber como lidar cm o amor de meu filho de Deus 11 anos . .pois é ele que me sufoca. Chego até me irritar.