Sou casada e tenho dois filhos não planejados. O primeiro nasceu ainda na juventude. Foi e é uma criança absolutamente adorável e calma, uma grata surpresa. Tive ajuda da minha mãe para cuidar dele e tocar a vida nos estudos e trabalho. Prosperei, dentro do possível. Após dez anos engravidei novamente. Meu marido e eu nos deparamos com uma série de frustrações desde que a gravidez surgiu. Ele foi transferido de local de trabalho, o que afetou seu conforto e tempo livre. Esperávamos muito uma menina, mas tivemos outro rapaz. Tive problemas graves no parto, que ocorreu em um local odioso, com péssimo atendimento e meu filho tem risco de sequelas que ainda não sabemos se vão se manifestar. O bebê é extremamente chorão, irritado, dá trabalho demais para qualquer atividade simples como comer, mamar, dormir. Vivo investigando doenças e problemas porque o comportamento dele é terrível. É um desprazer cuidar dele, pois são raros os momentos de sorriso e calma. Teve uma piora importante após o quinto mês. Não conto com ajuda como da primeira vez, pois minha mãe envelheceu e está exausta. Sinto um peso enorme, desânimo. Provavelmente o bebê sente todo esse desamor em relação a ele, ou tem algo grave não descoberto, apesar de ganhar peso e estar com o desenvolvimento dentro do esperado. Olho fotos do meu filho mais novo com a mesma idade (seis meses) e vejo o quanyo ele foi e é maravilhoso, e como a maternidade foi sublime, e agora vivencio esse caos. Acabo chorando muito e ficando bastante mal, me sentindo culpada achando que atrapalhei a vida de meu filho mais velho, que recebe cada vez menos atenção. Mal tenho tempo para mim, tive vários planos acadêmicos e profissionais interrompidos. Quero me curar. Quero amar estar com meu filho mais novo, aprender a abdicar da vida maravilhosa e plena que estava levando antes de seu nascimento. Tenho TAG e provavelmente desenvolvi DPP. não sei que rumo tomar para aceitar minha nova condição e parar de remoer o passado tranquilo, estável e cômodo que vivi.
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19 MAI 2020
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Olá Ana Paula
Espero, sinceramente que você possa e queira procurar uma psicóloga, para te auxiliar neste momento, pois com ajuda profissional você poderá melhorar a sua qualidade de vida e de sua família, sozinha é muito difícil pra você.
Entendo que algumas coisas, não tão boas, já vinham acontecendo em sua vida antes do parto, como por exemplo a mudança profissional do seu marido,o que provavelmente influenciaram na forma como tem administrado a sua vida presente e sua relação com seus filhos.
A princípio sugiro que todos os dias procure elogiar seu bebe e pense nas atitudes boas dele, se possível anote logo pela manhã o que ele tem feito de bom, assim poderá trazer mais conforto à você e a todos em sua casa.
Espero ter ajudado.
Jane assunção
20 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 1 pessoas
Minha querida
Você está certa. Ansiedade e depressão são doenças da mesma família e muitas vezes ansiosos desenvolvem a depressão. Com todas as coisas que você relatou, precisa de ajuda medicamentosa e terapêutica.
Não é culpa sua. Ninguém fica doente porque quer.
Procure ajuda.
19 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Olá Ana Paula! Obrigado por participar. Lendo seu relato deduz-se que você apresenta histórico do exercício de abstração. Sendo assim, é muito importante pensar que nossa mente pode aprender a lidar com as situações de médio e longo prazo, adaptando o investimento e qualidade das emoções envolvidas. Primeiro é preciso ponderar que é bastante comum a demora por consolidar uma definição de doença ou saúde para crianças, quando envolve aspectos subjetivos. Um bom caminho para lidar com a situação é vê-la (a situação) como um jogo, um desafio, no sentido ético, em que se está atento a tudo para aprender a jogar. Isto é, com amor e atenção, registrar, documentar, para vocês, todos os aspectos que revelarem dados importantes para decifrar as formas, os detalhes do comportamento do seu filho, com vistas a compreendê-lo, ajudar a si mesmos a lidar com eles, e também, ajudar aos profissionais de saúde com informações detalhadas. Certamente essa fase difícil vai passar, tanto vocês aprenderão a lidar com a questão com maior tranquilidade, quanto seu filho avançará. Não se culpe, apenas faça o melhor que puder: você é uma pessoa sensível, preocupada com uma causa nobre. Será também muito importante, sendo possível, haver alguns tempos de descanso para você, acompanhados de trabalho técnico-científico, com psicólogo. Em outra frente, será importante você poder contar com visões de outros profissionais, quanto à evolução e possíveis interferências nela, por parte de outros profissionais. Abraços virtuais (em tempos de pandemia, saia de casa, somente para o que for necessário, com máscara, higiene e distanciamento físico: uma morte a mais evitada, vale toda a vida preservada!) Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.