Perda na vontade de viver, mãe tóxica

Feita por >Eduardo Córdova · 26 ago 2023 Abordagem psicológica

Sempre vivi junto com minha mãe. Desde sempre nunca tive respeitada qualquer opção de escolha. Sempre fui afastado tanto do meu pai, quanto de outros familiares. Necessidade básicas em geral, de alimentação, lugar bom p dormir, escola, sempre me foram fornecidas. Mas necessidades psicológicas, muito pelo contrário, sinto que sempre fui minado, tudo na relação com minha mãe me fazia ficar inseguro e me sentir estranho quanto aos outros (colegas de escola, etc)

Quando via algum tio ou algum familiar do tipo, sempre acabava me achando estranho, ficava ansioso e só torcia para a interação acabar logo. Meus tios e avós são muito diferentes da minha mãe, mas achava eles interessantes, só que ficava com tanto receio de perceberem que eu era diferente, uma culpa, que acabava não me sentindo confortável de ficar perto deles por mais tempo. O afastamento por parte da minha mãe com esses parentes acabava não sendo tão forte, era mais sutil, e muitas vezes mais psicólogico. Já com meu pai, ela realmente me impedia mesmo de ter contato com ele, como uma forma de represália por ele não cumprir com as obrigações de pai dele (??? / pensão). Sendo que com ele não me sentia mal, e sinto que muito da minha insegurança vem da falta de contato com meu pai desde a infância. Também nunca me senti protagonista da minha vida. Poder ter minhas atividades ou gostos próprios, etc.

A partir dos 15 anos, comecei a sentir também o peso de ter que ajudar no cuidado do meu irmão mais novo, que tem atraso no desenvolvimento. O ruim é que isso foi cada vez mais se sobrepondo à atividades e encontros sociais minhas, e também me saturando. Pouco antes de fazer 18, acabei tendo um surto psicótico, por não estar mais aguentando minha forma de viver. Fiquei internado por uns dias, mas logo que voltei à realidade me deram alta.

Mas nada foi resolvido. Hoje em dia tenho 23 anos e faço tratamento já faz 4 anos para depressão. Finalmente fui percebendo o quão tóxica e o quanto eu me sinto mal perto da minha mãe. (Antes eu não tinha a mínima ideia disso, só comecei a perceber que ela não me tratava de um jeito certo após essa internação). Ao mesmo tempo, me sinto sem ter muito para onde correr. Me sinto mal por sentir que não consigo me sustentar, ainda mais com a constante falta de energia que sinto. Então fico obrigado a continuar morando de favor na casa dela.

Pensar nas questões com minha mãe muitas vezes me dá crise de ansiedade. E também nesses tempos, não é muito raro eu ter pensamentos de morte, é como se não encontrasse sentido na minha vida até aqui, e também fico receoso de que mesmo que conseguisse superar essa fase, alguém que sai do zero e não tem apoio familiar não parece conseguir conquistar uma vida realmente boa.

Sobre meu pai, de alguns anos pra cá quebrei a barreira comecei a ver ele, mesmo contra vontade da minha mãe. Mas infelizmente é como se tivéssemos perdido muito já e não conseguimos nos conectar de maneira decente. Além de que ele está sempre vivendo em lugares precários e gerindo de forma também estranha seu dinheiro. Cheguei a entrar numa faculdade em 2019, mas acabei largando, e agora em 2022 entrei numa faculdade ead de computação. Mas tá sendo difícil absorver bem o conteúdo, sinto que não tenho conseguido me concentrar bem nas aulas. Essa última semana fiquei tão mal, que mal saí do quarto o dia inteiro. Cheguei a fazer vários bicos desde 2018, o que já me ajudaram a melhorar um pouco minha qualidade de vida, posso as vezes escolher o que comer e isso já faz bem. Mas não garante nada muito além disso.

Já faço tratamento com remédios, mas a depressão muitas vezes bate muito forte e só penso em morrer. Muitas vezes fico sem saber o que fazer, e parece que todo esforço é uma luta em vão, que nunca saio do mesmo lugar..

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A melhor resposta 30 AGO 2023

Olá, Eduardo,
Vamos partir de um ponto muito importante: você está aqui, expondo a sua situação e buscando um caminho, um caminho seu. Só por isso já pode ter certeza de que existe em ti a determinação em encontrar sentido para a tua vida. E não se engane ao pensar que só tem uma vida "realmente boa" quem teve todas as condições que considera ideal para ter essa vida boa. De modo algum! A "vida realmente boa" é objetivo, meta, alvo e não depende do ponto de partida, mas dos passos que damos em direção a ela. Viktor Frankl, um neuropsiquiatra austríaco que passou cerca de 3 anos em um campo de concentração nazista na 2ª guerra, disse "Quando não podemos mais mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos", ou seja, a mudança do nossos estado atual está sempre ao nosso alcance, mesmo que não pareça. Afinal, a vontade de mudar a situação já é mudança em si. Você procurou ajuda aqui, lembra? Se ainda não leu, fica aqui uma sugestão de leitura que no mínimo vai te dar o que pensar: "Em busca de sentido", de Viktor Frankl.
Bom, não vou me estender muito mais, mas saiba que a vida é uma maratona, não um sprint. "Temos todo o tempo do mundo", disse Renato Russo. Acredito que ele falava sobre essa angústia de querer viver a própria vida.
Eduardo, fico à tua disposição para agendarmos um horário e explorarmos estas questões.

Abraço e até mais.

Lourenço Torresini Psicólogo em Curitiba

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30 AGO 2023

Eduardo
Veja e considere isto:
Voce está preso emocionalmente à mãe, precisa cortar o cordão umbilical psicológico com ela; precisa se emancipar da mãe. Voce já tem 23 anos e continua sendo cuidado por ela. Voce não precisa mais dela; ela já cumpriu a missão dela como mãe, ela te cuidou e te deu proteção. de agora em diante, voce precisa ser pai e mãe de ti mesmo, voce precisa se responsabilizar por tuas escolhas e decisões e se responsabilizar pelas consequências de cada escolha.
Voce apenas nasceu por meio dela, mas não é dela.
Voce nasceu, não para ser apreciado, valorizado, aplaudido... nasceu para executar o teu propósito de vida e através deste, ser feliz.
Voce está assumindo o papel de vítima: a culpa é da minha mãe, é tóxica... Seja como for, a tarefa é tua em compreender e mudar de ambiente. Voce precisa ser dono da tua vida e não terceirizar a administração de ti mesmo.
Nada pode fazer para mudar outras pessoas, mas tudo pode, mudar a ti mesmo.
A vida te deu a liberdade... o que está fazendo com ela? Nada, está dando desculpas, colocando a culpa na mãe.
Faça Psicoterapia para se conhecer e ser o que veio fazer aqui.
Se não fizer isso, não vai conseguir se desenvolver pessoal e profissionalmente.
Voce já está tomando medicação... medicação nenhuma cura angústias, depressão, ansiedade, traumas... precisa de Psicoterapia.
Quanto mais medicação tomar, mais doente fica.
Espero que entenda e decida por ti... a vida está te dando esta oportunidade de resolver teus conflitos.
A escolha e a decisão é tua.
Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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27 AGO 2023

Olá Eduardo! Obrigado por escrever. Pelo seu conteúdo apresentado, você está explicando as coisas pela forma como sua mãe conduziu as coisas. Certamente ele fez assim por entender como a melhor forma de fazer. Mães querem o bem de seus filhos. Como humanas, todas as mães vivenciam erros e acertos, coerências e incoerências, assim como todos os filhos. Não ficou claro se seu tratamento de quatro anos é com psicólogo (a). Se for, é preciso aprofundar com ela (ele), com mais ousadia e profundidade. Caso não seja com psicólogo, será importante você iniciar e continuar.
Cursos, interações, amizades, devem ser prioritariamente presenciais. Pouquíssimas pessoas conseguem rotina comprometida, motivadora e aprofundante em cursos EAD.
Faça coisas ao vivo e em cores, em contato real com pessoas, natureza, animais, plantas, espaços abertos: esportes coletivos de contato, trabalho em interação direta, estudos em grupos presenciais.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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