Não aguento mais ser eu

Feita por >Angustiada · 20 set 2020 Depressão

Tenho 39 anos, tenho filhos, sou casada, tenho mãe viva e um tio que sempre me tratou bem, sendo inclusive padrinho dos meus filhos. Sou formada em nível superior, mas tive que deixar meu serviço para dar mais suporte e auxílio em tempo integral ao meu caçula, portador de transtornos de aprendizagem e de atenção.
Desde a primeira lembrança que tenho da minha vida, sempre me senti só, negligenciada, mesmo com pessoas ao meu redor, sempre me empurravam de um lado pro outro, de uma casa pra outra. Minha mãe me criou e sustentou porque foi forçada pela família, que era muito rígida, e talvez por ter alguma noção de responsabilidade; mas quem me educou foram as minhas BISAVÓS. Cresci, dei muita cabeçada na vida, e após a morte das minhas bisas, não tinha mais quem me orientasse, quem me amparasse, eu tinha um teto, uma cama, comida e só. Sempre que podia, minha mãe não perdia a oportunidade de me expor para os outros, e nunca de maneira positiva. Sempre me chamou de burra, sempre falou que eu sou "cabeça fraca", desde muito nova.
Me casei com 21 anos, tive meu primeiro filho, e nesse primeiro amor materno que desenvolvi percebi que eu nunca fui amada de verdade por ninguém, muito menos protegida.
Meu marido está do meu lado fisicamente, mas não posso falar com ele sobre meus problemas, minhas frustrações, nem sobre o nosso relacionamento. Ele ignora, finge que não ouve, e quando ouve diz que eu estou "brigando" com ele e sai de perto, vai dormir ou sai pra rua, mesmo eu não estando. Ele é um bom pai, um homem esforçado e trabalhador, mas tenho muita mágoa por ele, depois dele ter me abandonado grávida, passando fome e necessidades, e voltou pra casa só após o nascimento do meu caçula. Ele também jamais me defendeu em nada nessa vida, os pais dele não aceitam o casamento de nenhum dos filhos e vivem me atacando, e ele sempre apoia os pais.
Vivo metendo os pés pelas mãos, principalmente na TPM, acabo descontando o meu fracasso como ser humano nas pessoas ao meu redor.
Recentemente meu pai faleceu, e vim viver no mesmo terreno da minha mãe e do meu tio, pra ajudá-los e me ajudar também, dividindo as despesas.
No meu último ciclo menstrual, expulsei meu tio de casa num rompante de raiva e indignação, e ele está desempregado e vivendo de bicos, já com idade avançada, em plena pandemia, por ele não ajudar nos gastos de casa. Ele está realmente se mudando mesmo depois de eu pedir perdão, e eu só penso em acabar com a minha vida por ser tão fdp com os outros, por não ser uma pessoa amorosa, uma pessoa centrada. Eu não tenho jeito. Eu já perdi as esperanças de ser gente. Eu me sinto só mesmo rodeada de gente. Tudo o que eu faço pensando em ajudar aos outros ou a mim mesma, sempre tem efeito contrário e eu acabo prejudicando e machucando os outros, ou acabo piorando as coisas pra mim. Eu queria simplesmente dormir e nunca mais acordar, já que tive a minha vida inteira como prova de que eu nem deveria ter nascido... Terapia não me ajudou, medicação muito menos, e eu não vejo mais saída pra me melhorar, acho que morrer dói menos do que permanecer viva sendo eu. É minha última tentativa, o que eu posso fazer pra me tornar amada e útil?

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A melhor resposta 21 SET 2020

Olá Angustiada! Grato por participar. Pelo relato podemos observar que você apresenta um coração bondoso, de perdão, de acolhimento, reconhece a bondade de pessoas próximas., tem intenções de acertar. Hoje, ao escrever, você está dando um passo importantíssimo na busca de ser educadora de si mesma. Isso é busca de autonomia, de ação amadurecida, integrada socialmente, ponderada, na troca com os valores e costumes sociais. Tenho certeza, que um de nós, psicólogos, poderá contribuir muito para que você possa dar novo significado à tua história, tua identidade, resgatando metas, sonhos, desenvolvendo possibilidades e potenciais. Basta para tanto você apresentar disciplina, abertura mental e persistência diante da conduta científica do psicólogo escolhido.
Estaremos à disposição.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia, sejamos razoáveis: ética, solidariedade, empatia, abertura mental, Ciência!)

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.


Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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21 SET 2020

Olá,
Primeiramente parar de se culpar. Acredite, você não tem culpa dos seus momentos de raiva, eles são consequência de tudo o que viveu. Precisa se permitir a se conhecer para realmente descobrir quem é você. Me parece que você está cansada de poder não ser você, chegou a hora de se permitir.
A terapia é um espaço só seu, para descobrir suas vontades, despertar o seu valor, e tratar toda essa falta vivida desde a infância.
Fico a disposição.
Um abraço.
Rute Martins - Psicóloga Clinica.

Rute Martins Psicólogo em São Paulo

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