Eu acho que é só uma coisa da cabeça dela, pois ela ainda não tem idade para entender isso. Alem disso, ela tem uma prima de 14 anos que este ano se declarou abertamente como pansexual. Essa prima mora muito longe e elas se falam pouco, mas sei que ela tem admiração pela prima, então imagino que isso possa influenciar um pouco.
Agi com muita naturalidade, e tentei explicar que ela ainda era nova e tal. Não recriminei, de forma alguma, mas gostaria de mais elementos sobre como lidar com essa questão.
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21 DEZ 2020
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Olá Maria! Grato por escrever. Parabéns! Você apresentou, pelo seu relato, uma atitude correta. A sexualidade humana é uma construção particular, individual, para toda a vida. Esses rótulos: bissexual, homossexual, heterossexual, pansexual, são formas muito resumidas que as pessoas encontram para tentar se encaixar e se sentir pertencentes a esse ou a aquele grupo. O que é importante no momento:
- Ela está com apenas dez anos, não tem elementos nem maturidade para ponderar as caminhadas sexuais futuras dela;
- Será providencial você acompanhar de perto, porque, em tese, ela deve compreender que a fala sobre uma escolha sexual é uma coisa, outra completamente diferente é viver as consequências dessa escolha;
- Seja firme nas suas convicções e sabedoria: quem direciona uma criança de dez anos é o adulto responsável por ela.
- A sociedade sempre foi e será preconceituosa com as caminhadas sexuais que consegue ver ou perceber, que não coincidam com o que acha razoável, juntando Biologia com costumes;
- O corpo de mulher em ambiente no qual as mulheres se sentem felizes em ser mulher, representa uma boa ajuda.
Cabe, dentre outros aspectos, destacar que as pessoas são muito influenciadas pelas trocas sociais significativas que elas vivem.
Será que sua filha está convivendo com pessoas reais e razoáveis, mais do que com internet, celular, televisão, computador, jogos eletrônicos. Pessoas precisam de pessoas reais.
Espero ter ajudado. Estarei à disposição para esclarecimentos e aprofundamentos que se fizerem necessários.
Abraços virtuais (em tempos de aumento da pandemia, sejamos ainda mais razoáveis: máscara, higiene, distanciamento físico, senso de comunidade, empatia, Ciência!)
Oi Maria
Que bom que ela te contou e que bom que voce a recebeu com naturalidade.
De fato, ela é muito nova para resolver ser de uma forma ou de outra.
Estas definições não se dão pelo pensamento, não são criadas pelo raciocínio.
Na vida tem dois generos: masculino e feminino, mas as pessoas se orientam pelo sentimento. Algumas preferem sua orientação masculino com feminino; Outros preferem masculino com masculino; Outros feminino com feminino; Outros, com os dois generos.
Importante é voce ser amiga dela, estar muito próxima dela e ir conversando abertamente sobre todas estas formas de relacionamento. Importante é conversar sobre sentimentos dela a respeito de um e outro modo e amá-la como filha,
Voce pode ser um porto seguro para ela, em vez de proibir, esclarecer!
Olá Maria, boa tarde!
Quando se trata de uma criança devemos tomar alguns cuidados no entendimento que temos ou na interpretação que fazemos disso. Temos que ouvir da criança, qual é o entendimento que ela tem. Muitas vezes por conta da imaturidade o entendimento não é mesmo que temos. O acolhimento é muito importante nesses casos, gera segurança e cria uma referência muito grande, já que em muitos ou melhor na maioria dos casos existe um preconceito, ou uma repulsa.
Pergunte para sua filha o que é ser bi? Vamos entender o que ela pensa.
Estamos a disposição para ajudar.
Olá Maria! Obrigada por sua participação.
Parece que você e sua filha tem um bom relacionamento para que ela tenha conseguido dizer a você sobre o que ela pensa e sente. E, o fato de você não a ter recriminado e tentando explicar para ela sobre a idade, pode ter sido a forma que você encontrou de amenizar a situação? Mas como você se sentiu diante disso? Como sua filha reagiu ao que você falou? Você conhece os diferentes tipos de orientações sexuais? Penso que o primeiro passo é esse, a leitura. Há vídeos explicativos de especialistas sobre o assunto, assim como depoimentos.
Espero ter contribuído. Qualquer dúvida estou à disposição.
Um grande abraço,
Bruna C. Laureanti R. - Psicóloga
CRP 08/30665.
Olá, Maria.
Sua postura transmitiu acolhimento e confiança. Continuar oferecendo este espaço de escuta para que sua filha sinta-se confortável para compartilhar todos os sentimentos, possibilitará fortalecimento do vínculo entre vocês e segurança para ela.
Parabéns.
