Já não sei o que fazer com a minha mãe.

Feita por >Bela24 · 24 jun 2024 Terapia familiar

Olá, tenho 22 anos, sou filha única e hà 2 anos faço faculdade em outra cidade. A minha mãe sempre foi extremamente ligada a mim e foi sempre meio controladora. Há 1 ano comecei a namorar e ela odeia o meu namorado (muito provavelmente por conta do sentimento que ele está a "me roubar dela"). Mesmo ele sendo uma excelente pessoa pra mim e só me fazer bem, já conversei com ela sobre isso e ela continua com a opinião dela de não gostar dele e constantemente mandar bocas sobre a relação. O problema é: já tentei imensas vezes falar com ela sobre eu não a estar a abandonar, simplesmente estou a "sair do ninho" mas que vou sempre ama-la e estar cá pra ela. Ela não entende que goste e tenha que ficar mais na outra cidade do que com ela. Tivémos mais uma discussão muito grave em que ela grita, fica desequilibrada, me tenta bater, me culpa do desequilíbrio dela, me manda pro c***lho, diz que eu não valho nada, que sou tóxica, má pessoa, ingrata, que ela tá muito bem sozinha e que eu posso nunca mais voltar, que sou uma bosta de pessoa. Eu acho que ela tem uma depressão não diagnosticada entre outros transtornos, já aconselhei psicólogo mas ela ainda fica mais revoltada e diz que quem precisa de psicólogo sou eu. No dia seguinte, veio-me dar beijinhos e pedir desculpa por querer estar sempre comigo. Eu amo a minha mãe e reconheço todos os sacrifícios, mas estas discussões constantes, as agressões verbais, o comportamento de uma adolescente e depois agir como se nada fosse estão a fazer-me cada vez pior, já não aguento isto e não faço ideia qual a maneira mais correta de sair desta situação.

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A melhor resposta 25 JUN 2024

Este comportamento de sua mãe, ao menos pelo cenário que você descreve, sugere realmente um quadro de profundos desequilíbrios, espero que transitórios, mas me parece que neste momento ela não tem escuta para buscar a ajuda profissional que seria necessária. Esta ambivalência com carinhos e pedidos de desculpas após crises de agressividade são típicas de relacionamentos tóxicos, que revelam um quadro de sofrimento, mas que também pode ter um caráter manipulatório, consciente ou não. Em primeiro lugar, não permita as agressões, busque ajuda de outros familiares ou amigos, não se isole neste problema e, dentro do possível, mantenha certo distanciamento nesses momentos. Outro ponto, não se sinta culpada, pois é este sentimento que permite a manipulação. Se você estiver descrevendo corretamente a situação, você é a vítima neste caso, não ela, mas esta tentativa de inverter a posição é uma estratégia muito frequente em relações em que existem abusos. Caso você sinta raiva nestes momentos e vontade de manter a distância, não se culpe por isto nem isto significa que você não a ama ou que não seja boa filha. Não sei se é exatamente o caso da sua mãe, mas quando os filhos vão embora ou se tornam mais independentes muitas vezes ocorre o que chamamos de "síndrome do ninho vazio", como você mesmo cita de certa forma, em que a vida da mãe ou do pai parecem perder um pouco o sentido e se configura como um vazio existencial momentâneo. Pode haver também, ainda que de forma inconsciente, aspectos competitivos e de inveja, pois a juventude dos filhos nos coloca diante da passagem do tempo e das possibilidades não vividas. Tudo isto também não significa que ela não a ame. Os comportamentos humanos são complexos e muitas vezes ambíguos. Se proteja, mas evite o confronto direto, pois além de improdutivo ele pode terminar em agressões, segundo você descreveu. Sobre seu namorado, embora seja o ideal que sua família em geral o aceite, você não precisa necessariamente da aprovação de ninguém para viver seu relacionamento. No curto prazo me parece um pouco difícil esta aceitação, pois ele provavelmente é visto como um rival a afastá-la de casa. Enfim, tudo isto são considerações genéricas, hipóteses, baseadas no seu relato, pois não temos aqui outras informações nem conhecimento real das pessoas envolvidas. Pode ser que não seja bem isto. Mas, são pistas para ajudá-la a encontrar saídas e soluções que, embora possam ser difíceis e complexas, sempre existem. Com o tempo provavelmente sua mãe irá elaborar este cenário de certo luto e a relação de vocês poderá ser mais tranquila e saudável, sobretudo se no passado já foi assim. Este é um momento de transição que pode demorar mais ou menos tempo, mas que geralmente, salvo em situações mais patológicas, é passageiro. Um abraço

Flavio Gonzalez Psicólogo em São Paulo

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25 JUN 2024

Bom dia, Bela24! Obrigado por escrever. Comecemos pela ideia de que as pessoas, mais ou menos, até os vinte e sete anos de idade, devem priorizar estudos sérios, grupos de estudos, trabalho sério, turmas de colegas e conhecidos éticos e saudáveis, esportes coletivos de contato, viagens, teatro, arte e cultura. Estudar em outra cidade, implica, além do tempo para os estudos, o tempo de deslocamento e não vivência plena do ambiente inteiro da universidade. Mães e pais que tem filho único (algo comum na atualidade), tendem mesmo a querer controlar, direcionar, as ações dos filhos. De outro lado é inquestionável que os pais, com suas falhas, erros, acertos, coerências, incoerências, distorções, desejam o melhor para os filhos.
A maneira correta de sair dessa situação implica amadurecer, implica o desenvolvimento da sabedoria para dialogar, fazer a tua mãe, ver e sentir que você está amadurecendo, tomando decisões, éticas, saudáveis, enriquecedoras para a vida da família.
Poderemos te ajudar a situar melhor essa questão dos conflitos comuns, que fazem parte dessa etapa, envolvendo pais e filhos.
Abraços!

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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25 JUN 2024

Acredito que ela realmente deva estar sofrendo com a separação, vivendo uma espécie de luto, e precisa passar pelo processo. Aconselhe a buscar atividades prazerosa para ele em grupos. Terapia seria ótimo, mas como está resistente, buscar liberar essa energia em outras fontes.

Celia Regina Rodrigues de Lima Psicólogo em São Paulo

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