Eu não sei se sou homem ou mulher. É como uma crise de indentidade de gênero?

Feita por >Marie Bennett · 22 jan 2024 Orientação sexual

Não sei como começar, e uma parte de mim se sente hesitante e envergonhada em compartilhar isso, embora eu queira desabafar e encontrar alguém que possa me ajudar a entender esse comportamento.

Tornou-se um hábito, a partir do final da minha adolescência, querer me basear em um personagem. Nunca em mim mesmo, nunca querer me desenvolver e ser uma inspiração (porque me sinto um fracasso), mas sim desejar não apenas incorporar a personalidade, mas até a aparência de um personagem que admiro. É como um alter ego. Esse alter ego me ajuda a socializar e me sentir bem comigo mesmo, mas é como doses de remédio de curta duração. Para que isso perdure e eu me sinta mais imerso no papel, acabo por querer copiar o penteado, as roupas (as roupas variam um pouco), as expressões e os maneirismos. Também coloco como imagem de perfil a pessoa que quero imitar e continuo até trocar por alguém mais interessante ou com quem me identifique mais. É por isso que sempre falho em tentar concluir uma transformação, já que mudo constantemente.

Lembro-me de algumas vezes agindo assim na infância, quando estava hiperfocado no Sonic. Era ridículo porque até queria correr como ele, hahaha. Outra vez foi na metade da adolescência, quando assisti a um filme chamado Clube dos Cinco. A personagem Allison Reynolds me cativou não romanticamente, mas com um desejo peculiar de ser como ela. Isso foi um despertar para mim, porque comecei a achar estranho o fato de querer ser uma mulher. A ideia de querer ser uma mulher nunca havia passado pela minha cabeça; era impossível. Mas a sensação era tão boa, tão vívida, tão mágica que comecei a criar versões femininas na minha cabeça, transcendendo o desejo de ser meramente o personagem. Mencionei que a ideia de querer ser uma mulher era impossível; pois bem, naquele dia, lembrei e entendi as situações em que roubei os vestidos da minha irmã (e fui severamente repreendido pelo meu pai), ou quando foi tão interessante para mim criar uma personagem feminina no GTA Online (que acabei deletando após inúmeras piadas dos meus amigos). Secretamente, eu jogava com personagens femininas ou fingia ser uma mulher na internet. Isso se tornou um alter ego original meu; eu me sentia uma garota jovem, bonita e inteligente. E se todos acreditassem, eu me sentia eufórico. Eu me sentia muito eufórico com os pronomes e com a minha forma de agir.

Os anos passaram, e agora trabalho muito, com pouco tempo para ficar online fazendo essas coisas. Mas se não estou trabalhando, estou lendo, jogando ou assistindo a um filme. Se me chamam para sair, vou usando uma máscara mental do que assisti na semana. E o motivo de eu ser assim me faz teorizar que a raiz de tudo isso está relacionada à minha confusa identidade de gênero. Porque sempre está relacionado a eu querer ser homem ou mulher. E se, por algum motivo, estou na fase masculina, seja por vergonha de querer ser mulher ou não, eu seleciono uma persona. Não precisa ser fictícia; já quis ser como Johnny Depp ou Keanu Reeves. Nos fictícios, já quis ser cada personagem aleatório que me atrai, como Jack Torrance, Borat (sim...), Alucard, Luis Sera, etc. E no modo feminino, são essas que duram mais. No modo feminino, tento me espelhar até em influenciadoras famosas e nas que sinto inveja de gênero. Mas a que prevalece e reina na minha cabeça é Anne Shirley, de Anne with an E. Obviamente, não faço isso na vida real, porque seria estranho um "homem" agir de forma tão doce e meiga na frente dos outros, então socializo mais assim na internet.

Estou indo para os meus 24 tão rápido. No próximo ano, 25, depois 26... E a vida adulta exige tantas coisas. Mas mesmo com essa idade, não conquistei nada. E não consigo, porque me sinto perdido, sem saber o que sou ou o que quero da vida. Só trabalho e ganho um salário mínimo. Se sou trans, não sei ao certo se sou, então estou perdendo tempo, e chegará um dia em que será difícil fazer uma transição de gênero. Mas será que quero fazer mesmo? Porque se estou interpretando uma persona masculina, eu me sinto bem. Pelo menos, nos dias de hoje, me sinto bem, com mais energia. E quando faço isso, sinto o desejo de lutar mais por uma vida melhor. Vai saber.

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