Tenho um relacionamento, e ele tem um filho especial (retardo mental) e que passou a morar com ele. A gente comprou uma chácara juntos para morar, mas eu não quero morar mais por causa do fato do filho ter ido morar. Não me acerto, ele é cheio de manias, toque e eu também tenho as minhas, e isso gera brigas entre eu e o pai dele. E eu vou final semana e limpo toda a casa e falo toda vez que não vou mais fazer isso, que eu não moro lá, ele diz que a casa é minha também, e discutimos. Não sei mais se fico nessa relação, já tentei sair e acabo voltando. As vezes fico com pena dele e do filho e o rapaz diz que só tem eu de mãe que a mãe dele faleceu. Sinceramente não sei que fazer. Entre a gente não tem mais carinho, ele não me dá atenção nenhuma, e eu vivia cobrando mas agora não ligo mais. E fico só no meu apartamento e as vezes gosto de estar longe dos problemas dele. Eu não tenho problemas, filhos criados, aposentada e tenho minhas coisas sem depender dele pra nada. E as vezes acho que ele vai levando porque sabe que é difícil encontrar alguém que aceita a vida dele com esse filho.
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17 JUN 2024
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Olá Ju, espero que esteja tudo bem com você.
Se você observa que nada mais na relação faz sentido para você, o que sobra então? Compreenda que ficar com alguém por pena, não é exatamente o "melhor" motivo par se estar com alguém. Além disso, se você deseja estar perto dele para ajudá-lo com tudo, e esse sentimento pode realmente existir, talvez não necessariamente você precise ter uma ligação íntima e afetiva com ele. Isso pode ser feito de outra maneira, sem que vocês se relacionem de fato, mas apenas tenham o respeito e a consideração que uma amizade pede. Dessa forma, todo esse "peso" e esses questionamentos somem, pois você não terá mais nada do ponto de vista afetivo, mas apenas uma amizade, por assim dizer. No entanto, é preciso que você busque se conectar mais profundamente com suas emoções e intenções, para compreender qual a melhor escolha para você. A indiferença não é um sinal positivo quando se tratando de relacionamentos, e deve ser encarada como se algo estivesse faltando, e que abrisse margem para o questionamento da possibilidade da relação, tal qual como ela se apresenta agora para você. Um profissional de Psicologia pode te ajudar no momento, e se você sentir necessidade de ampliar sua compreensão sobre o tema, é interessante você contactar esse profissional, e iniciar seu processo de psicoterapia. Tenho certeza que isso poderá te ajudar ainda mais com a superação dessas dúvidas que está sentindo.
Olá, você precisa assumir o que realmente te faz feliz e fazer as suas escolhas. Pelo seu relato não existe um sentimento que uni vocês e você precisa entender o que te prende nesta relação. Ter um relacionamento com alguém que tem um filho é complicado, e quando este depende de atenção especial, torna as coisas mais difíceis e nem todas as pessoas dão canta. Fico a disposição, abraços
Ju
Por alguma razão voce aceitou este relacionamento, sabendo das condições dele com um filho com retardo mental...
Qual aprendizagem precisa fazer? Sim, voce tinha tudo resolvido, filhos criados, aposentada... faltava aprender algumas coisas, talvez por isso se ligou a este homem e seu filho.
De nada resolve agora abandonar ele e se retirar... pode até fazê-lo, mas antes precisa ter clareza do significado e a razão dessa escolha.
A Psicoterapia é a única estratégia e solução para identificar as causas, a motivação inicial. Claro que sempre podes escolher se os resultados que estás sentindo não te satisfazem, mas precisa construir isso com teu companheiro, para a paz e compreensão dos dois, ou até dos tres.
Nada é por acaso na nossa vida... tudo tem uma razão, uma aprendizagem a ser feita.
Bom dia Ju! Grato por escrever. Se levarmos ao pé da letra, seu título: "...discordamos de quase tudo?" certamente não terá sentido ficar juntos. Ocorre que há outros fatores: você está com dúvida, comprou junto com ele uma chácara para morar juntos, porque quando decidiu comprar, entendia que seria adequado morarem juntos. O tempo passa, o que você queria naquela não quer agora. O que quererá no futuro. A falta de carinho, de atenção é sinal incomodativo. De outro lado, a questão dele com o filho com essas limitações, é uma questão central para ele, não necessariamente para você.
Será preciso amadurecer reflexão.
Abraços!
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
