Acredito ter tido uma vida normal até os 12 anos, a partir daí fui adquirindo o senso crítico, e assim aprendendo a questionar não só o que me rodeava, mas a mim mesmo também. Enfrentei diversos conflitos internos referente a desejos, sentimentos e pensamentos. e assim que foi formada minha base. Hoje sou alguém que teve a oportunidade de vivenciar 2 grandes amores reais e verdadeiros, contudo, nos afastamos pelo mesmo motivo: minha ideologia de vida. Sou alguém desprovido de raiva e ódio, e consigo sentir fortemente qualquer outro sentimento, mas não vejo nada além de ser um simples momento. O passado é somente uma história que contamos a nós mesmos. Eu simplesmente não faço juízo de valor, nunca, tudo é indiferente pra mim, não faço nada por mais que tenha propensão para aquilo, mas ao mesmo tempo que me sinto frio pela indiferença, eu sinto, e sinto muito, pois o princípio do ser crítico é caminhar nos dois mundos. Abraço todos sentimentos, isso é meu, mas da mesma forma, isto me intoxica, é como alcançar um nível em que nada mais tem real sentido, a vida é simplesmente viver e pronto. Gostaria de saber se apresento algum quadro clínico, sei que pode não ter feito mt sentido essas palavras (até pq sou horrível em falar de mim mesmo e também é preciso muitos detalhes pra ter um entendimento), mas o que pode ser indicado a mim? Desde já, grato.
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4 NOV 2019
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Olá Pedro,
Parabéns pela forma como iniciaste. Adolescência é o momento de se firmar, de se construir como pessoa independente, ter suas próprias idéias, suas próprias experiências, sua realidade. Afinal, o mundo é um laboratório onde cada um experimenta ser a si mesmo.
Contudo, o sistema (Sociedade e família) com suas regras, crenças imposições, normas e valores podem te direcionar a determinadas ideologias como únicas.
Cada um é diferente e constrói a si mesmo de forma diferente e como cada um é diferente, exclusivo não se pode exigir que outros pensem como nós pensamos. Isso seria uma violência contra o outro. Ok que tu tenha a tua ideologia, mas o outro também tem a sua ideologia ... daí, o desenvolvimento do diálogo (política)... como voces podem conviver juntos, onde podes ceder um pouco, onde o outro pode ceder outro pouco para que possam conviver em harmonia.
Quando dizes ser crítico, provável que sejas avaliativo, julgador e isto se torna um problema porque acaba afastando as pessoas de perto de ti.
Saboreie mais as coisas como são, observe as coisas, a natureza, os animais como são e aceite como são. Aceite as pessoas como são. É bom que sejam diferentes. Elas tem o direito de ser diferentes. Tudo é relativo. Não há verdades definitivas. Cada flor e diferente e cada uma é bela à sua maneira.
Viva mais o presente e delicie-se de como são... não queira mudar. Assim como são, está bem!
Olá! Primeiro sinto necessidade de fazer um parênteses: (Estou me especializando em Psicologia faz mais ou menos quarenta anos. O conhecimento acumulado pela ciência - Psicologia - é tanto, que se vivesse duzentos anos não daria tempo para aprender tudo.) Com isso quero dizer que passamos a vida aprendendo a viver, lidando com enganos, com possibilidades falsas ou equivocadas; diferenciando-as daquelas que são enriquecedoras, éticas e construtivas. Senso crítico é importantíssimo para que se desenvolva autonomia, independência, originalidade, mas contém também a busca da completude de cada pessoa e cada pessoa é completa na troca com a outra ("eu sou, para ser pleno, nós") É preciso transitar com a mais rica empatia (ponderar o mais profundamente possível a visão de mundo a partir da perspectiva do outro) nas trocas sociais mais íntima, assim como em circunstâncias pontuais, como essa em que um psicólogo procura imaginar seu mundo interno e gerar uma organização de pensamento que contribuam para a sua mobilização em busca de um situar-se emocional, de forma mais avançada. Falar de você mesmo pode ser maravilhoso, se você colocar a crítica a seu favor: lidar com as trocas sociais, aprendendo com os posicionamentos dos outros, inclusive em relação a você. A autocrítica somente é completa quando ela é harmonizada com a crítica socialmente estruturada, sem se submeter plenamente, convivendo com pontos de diferença, mas com a devida profundidade de convicção testada pela mente aberta, harmonia interna, e convívio social significativo e ético. Será muito enriquecedor poder aprofundar esse conceito: autocrítica, com respeito a si como um ser social em situação de trocas enriquecedoras. Procure um psicólogo. Um abraço: Ary Donizete Machado.
