Como contar para a minha filha que o pai dela participou de um estupro coletivo?

Feita por >Ana Silva · 16 out 2024 Abordagem psicológica

Olá, tenho uma filha de 12 anos e em 2012 quando eu namorava com o pai dela, ele na época com 17 anos participou de um estupro coletivo na minha cidade e esse fato ficou conhecido em todo o Brasil, inclusive foi tema do programa linha direta. Terminei o relacionamento logo após o ocorrido, mas eu não sabia que já estava grávida, acabei descobrindo a gravidez dias depois. Foi uma avalanche na minha vida e eu só tinha 15 anos. Hoje o pai dela mora em outro estado e eu permaneci na cidade, muita gente sabe que ela é filha dele e pretendo contar para ela em breve, mas tenho dificuldade pois essa história me afetou muito. É válido eu procurar ajuda profissional para contar para ela que o pai participou disso?

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A melhor resposta 17 OUT 2024

Oi Ana, boa noite

O texto ficou longo, mas antes de te dar a sugestão, precisamos pontuar algumas reflexões, ta bom? O fato de “todo mundo saber que ela é filha dele” tem impactado ela de que forma? Já chegaram a falar sobre ele para ela? Caso não seja isso, se pergunte “porque ela deveria saber?”. Entendi que talvez você queira falar para que ela saiba por você, antes de chegar aos ouvidos dela por outras pessoas.
Um detalhe é que contar algo assim pode diminuir o peso, mas trazer alívio apenas para uma parte (você), por isso é preciso cuidado.

POR EXEMPLO: Quando acontece traição em um relacionamento, muitas vezes a parte que traiu deseja contar a verdade, sem pensar que sem a verdade a outra pessoa não está sofrendo porque afinal não sabe de nada, quando fica sabendo passa a sentir dor, angústia, ciúmes e gera uma série de conflitos no relacionamento que antes nem existia. Faz sentido?

Trazendo para o seu caso, dar uma notícia que será traumática sobre alguém que ela (provavelmente) não tem contato, não vai mudar a vida dela a não ser gerar sentimentos de repúdio contra o pai além de, quem sabe, por si mesma! O desgosto pela vida, sentimento de dúvidas sobre ter sido desejada ou não, porque nasceu e assim questionar a própria vida adquirindo uma série de impactos psicológicos que irão marcar para sempre. Pensa em como você se sentiu quando soube a notícia e terá uma noção de como ela também se sentirá.

SUGESTÃO: É possível ir contando aos poucos de maneira mais lúdica e leve, lembrando que ela é uma criança. Conte uma “história” fictícia como:

“Era uma vez, um grupo de amigas que adoravam ficar juntas, se divertir e tinham um sonho de ir para uma festa, porém as mães não deixavam porque eram muito jovens. Até que um dia ao completar 18 anos, a linda moça foi comemorar com suas amigas o seu aniversário no baile que tanto queria ir, mas acabaram se perdendo umas das outras. Um homem muito mau encontrou a linda moça que estava fazendo aniversário e disse que ia cuidar dela, levou para um lugar muito escuro e feio dizendo que era seguro, era melhor ficar lá até amanhecer para voltar para casa. Ele chamou outros amigos para fazer a segurança, mas até hoje nunca mais ninguém a viu.” fim.

Não precisa ser a história verídica com todos os detalhes de uma vez. Só começa a falar o contexto para ela absorver aos poucos, até que você consiga falar a história real. Você saberá a hora certa.

Sobre procurar ajuda profissional, é válido sim, para você! Não deixe de fazer isso, pois com certeza foi traumático e muito forte para você de apenas 15 anos, uma adolescente que teve que enfrentar muitos desafios.

Espero poder ter ajudado.
Um abraço, querida!

Sabrina Rattes Psicólogo em Manaus

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HOJE, 22 OUT 2024

Cara Ana Silva, olá. Sinto muito pela situação de vocês. Uma ajuda profissional pode, sim, ajudá-la a refletir sobre os motivos, primeiramente, que a levariam a contar para sua filha de doze anos todos esses detalhes desse passado criminoso do pai dela que você está relatando. Quais serão as consequências disso para todos os envolvidos? Quem se beneficiará e como? Quem se prejudicará e como? Depois, ainda, você poderá refletir, com o (a) profissional, sobre as formas de fazer isso: Quem fará isso? Onde fará isso? O pai estará presente, para contar a versão dele dessa história? Há uma sentença transitada em julgado que será lida? Vocês terão apoio de um (a) advogado (a)? Como você reagirá a possíveis acusações de alienação parental, que, também, é um crime? Depois de refletir com um (a) profissional qualificado (a) sobre tudo isso, caberá a você decidir o que fazer e a quem pedir ajuda para esse dilema pessoal, com possíveis desdobramentos jurídicos, que extrapolam a atuação do (a) profissional da Psicologia. Boa sorte.

Sissi Araujo Vigano Psicólogo em Curitiba

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17 OUT 2024

Oi Ana Silvia,
Sim, precisa sim de ajuda para elaborar bem dentro de ti esta experiência.
Este é o ponto básico: resolver dentro de ti o que não está resolvido - se estivesse resolvido, você já teria contato.
Ela precisa saber sim, para não deixar que outros estranhos contem porque daí a dor seria muito maior.
Você e o terapeuta vão encontrar as melhores estratégias para lidar com este fato.
Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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17 OUT 2024

Olá, Ana Silva, espero que esteja tudo bem com você.

Na verdade você deve realmente repensar o fato de contar isso para sua filha, principalmente agora. Nós sabemos que em nossas relações cotidianas e diárias, até mesmo dentro de nossa própria família, nem sempre contamos todas as coisas para todo mundo, e são coisas muito menos "graves" e "severas". É preciso que compreendamos que muitas informações não acrescentam em nada o desenvolvimento de uma questão, ou de uma pessoa, e muito pelo contrário, elas podem muito mais atrapalhar do que ajudar. Imagine que se você contar isso para sua filha agora, você vai estar trazendo toda a carga negativa desse evento ocorrido antes mesmo dela nascer, para a infância dela, que deve ser um momento em que a criança se sinta bem, se divirta, brinque, crie segurança emocional, e etc. O que você deseja em contar isso para ela? O que você espera? Em que isso vai mudar a vida dela? Pense sobre essas questões. Procure dar para sua filha o melhor que a vida pode oferecer, e cuide para que nada de ruim possa chegar até ela. Trazer esse passado para a infância de sua filha não irá ajudar em seu desenvolvimento. O que irá ajudar, sim, seu desenvolvimento, será a construção de boas memórias, e eventos positivos. Cuidando disso, você já estará ajudando bastante ela. Se sentir necessidade de abordar outras questões sobre esse tema, um Psicólogo pode te ajudar muito neste momento. Cuidar também é proteger.

Espero ter te ajudado, e desejo que fique bem.

Um abraço!

Clóvis Neto - Psicólogo Clínico CRP 17/1518
(Atendimentos On-line)

Clóvis Neto Psicólogo em Natal

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17 OUT 2024

Olá Ana Silva,
Essa é uma história bastante delicada e pelo visto, continua a te abalar já que vc tem uma filha com um agressor. Entendo a maneira como vc se sente e faz todo o sentido vc buscar por ajuda profissional, inclusive. Com certeza, em algum momento, vc precisará contar a verdade. Afinal essa história também é dela e ela tem o direito de saber. É difícil te orientar sobre esse exato momento, pois seria necessário mais informações sobre a situação. O que ela sabe sobre esse pai?! Tem algum contato com ele?! Normalmente, sobre esse tipo de situação, deve-se falar o mínimo necessário, indicando que as coisas não estão bem. Conforme a criança ou adolescente for fazendo mais perguntas vc vai respondendo. A coisa precisa ir acontecendo no tempo deles.
Enfim, espero ter contribuído com algo.
A disposição, caso precise de ajuda.
Respeitosamente,

Angela Dias Campanha Psicólogo em São José do Rio Pardo

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17 OUT 2024

Bom dia Ana! Obrigado por escrever. Será muito importante e prudente você refletir mais profundamente com a ajuda científica de um de nós, psicólogos, antes de agir na direção apontada. Será importante avaliar como ela está, se há questionamentos dela quanto a esse fato, se o fato apresenta vivacidade potencial para vir a ela de forma inadequada, dentre outros possíveis contextos. Será preciso muita sensibilidade, sigilo e empatia para lidar com a questão.
Estaremos a disposição.
Atenciosamente,
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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17 OUT 2024

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Lisiane Hadlich Machado Psicólogo em Santa Maria

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