A falta de companhia pode ser substituída?
Uma das minhas angústias é perceber que apesar de me virar bem sozinha e ter prazer na minha companhia, eu ainda sinto muita falta de ter alguém mais íntimo para conversar e partilhar momentos juntos, porque são vivências diferentes.
Eu morei 13 anos sozinha fora do Brasil, que foram essenciais para me conhecer melhor, entender a minha capacidade de contar comigo e avançar na vida, carreira, além de descobrir meus prazeres solitários, e conseguir viajar, ir a shows/festas que queria, mesmo se não tivesse companhia. E de fato, na maior parte desse período eu segui sozinha, sem grandes conexões com alguém. Foi bom mas eu gostaria que fosse mais equilibrado.
Por mais que eu saiba que no fundo ainda continuamos sozinhos mesmo quando alguém está conosco, sinto falta do prazer da companhia, da novidade que isso traz e também porque acredito que essa troca é necessária para nosso desenvolvimento e evolução.
Porém nos últimos anos tem sido mais difícil estabelecer novas relações, e principalmente agora na fase da vida que estou, com 43 anos, voltando para o Brasil depois de anos fora e em transição de carreira, sem trabalho no momento. Como estudo muito sozinha em casa, resolvi ter hobbies em grupo fora dela, e comecei a fazer aulas de teatro, depois comecei um esporte coletivo, mas mesmo após 4 meses, não havia conexão mais íntima com ninguém do grupo e comecei achar pior a sensação de estar sozinha em grupo.
Com meus amigos antigos, os encontros são muito raros, as conversas mais rasas. Penso que um namoro poderia me trazer um pouco mais dessa intimidade e profundidade que me falta!
Porém nos breves romances que surgem, só tenho conhecido pessoas indisponíveis para dividir um tempo mais frequente comigo e as relações também não se aprofundam, nem se estabelecem.
Acredito que as relações deveriam acontecer naturalmente, então me sinto inclusive equivocada (e de novo, sozinha nessa) até em procurar por isso, tenho receio de estar carente e me confundir. Mas também não entendo como preencher essa lacuna sem o outro. Fico pensando então como agir ou se existe um jeito de substituir ou “sublimar positivamente” essa falta?