Traumas e sequelas em filhos de alcóolatras

O alcoolismo trás severos problemas familiares.

O dano é nefasto nos filhos.

Muitos traumas e uma infância perdida.

Sequelas que repercutirāo sérias problemáticas na vida adulta se os traumas nāo forem trabalhados em tratamentos de saúde mental, pois acarretam graves problemas emocionais.

A dependência de álcool é progressiva, o que provoca sérios danos à saúde física e mental do alcoolista. Mas o pior, e mais grave problema, é o que o consumo crônico da bebida provoca na família. Um forte abalo trazendo prejuízos à saúde emocional de todos os membros.

Vivem de esperanças acreditando que tudo vai mudar, mas não muda.

O progenitor alcoólatra se concentra unicamente em si mesmo e em suas próprias necessidades. O alcóol é sua prioridade.

Tudo na família gira em torno do alcoolismo.

O álcool é o protagonista da dinâmica familiar, sendo a maioria dos problemas causados por ele.

O bebedor dessestabiliza totalmente o emocional da família.

Não há nunca paz.

DANOS EMOCIONAIS NOS FILHOS

As crianças e adolescentes vítimas de um lar abusivo sofrem demasiadamente.

Sentem culpa, pois é comum o alcoólatra transferir a culpa do alcoolismo nos filhos.

Tendem a se isolar e terem abertas feridas emocionais.

Podem ter problemas de aprendizagem e declínio no desempenho escolar.

O distanciamento afetivo com as pessoas e colegas da escola é um problema visível. Sofrem dificuldades de integração e adotam a solidão.

Por tantas feridas emocionais, podem no futuro, evitarem relacionamentos íntimos temendo sofrer decepções e por também não acreditarem nos relacionamentos.

SINTOMAS DOS FILHOS DE ALCOOLISTA

Os danos provocados pelo dramático problema do alcoolismo, causados pelo dependente de álcool, afetam todas as áreas do desenvolvimento infanto-juvenil.

Dentre os aspectos prejudicados, tem-se os:

° FAMILIARES:

- grandes ressentimento pelos progenitores, principalmente o bebedor;

- sentem-se traídos e perdem a confiança no pai;

- sentem constrangimento diante de acidentes ou perdas provocados pelo alcoólatra;

- vergonha por ter pai alcoolista e decepção em ver sua decadência;

- protegem o alcoólatra;

- têm cega lealdade, são leais aos pais apesar de tudo;

- gastam muito tempo tentando entender tudo o que acontece;

- sentem-se impotentes diante das situações;

- são aconselhadores dos pais mesmo não possuindo recursos emocionais;

- agem como se fossem pai ou mãe dos seus pais, ou marido ou esposa;

- vivem preocupados com o outro sem tempo e direito para viver a infância;

- desenvolvem pseudomaturidade para liderem sozinhos com todo o drama familiar;

- ausência de referências seguras;

- sentimentos de rejeição, podendo pensar que são adotados ou não fazerem parte da família.

° EMOCIONAIS:

- Crescem em clima de imprevisibilidade e perigo eminente no ambiente abusivo;

- vivência caótica diante de mudanças;

- vivência de incertezas diante da instabilidade;

- desenvolvem instabilidade emocional, ansiedade e buscam por uma dependência emocional mas não têm apoio seguro;

- com o relacionamento inseguro sentem-se abandonados;

- conflitos diários consigo mesmos;

- baixa autoestima e não têm autoconfiança;

- como entendem que não podem odiar os pais, acabam odiando a si mesmos, causando auto rejeição.

° SOCIAIS:

- têm dificuldades de confiar nas pessoas;

- distanciamento afetivo;

- isolamento social e familiar;

- dificuldade de construir laços afetivos;

- solidão diante dos grupos escolares, vizinhança e familiares;

- perda dos poucos amigos.

° TRANSTORNOS FÍSICOS E MENTAIS:

- esgotamento fìsico e mental, pois vivem previnindo-se de problemas;

- podem falar mal das drogas e fazerem uso escondido;

- doenças psicossomáticas;

- transtorno de conduta;

- depressão.

° IDENTIDADE:

- dificuldade de se perceberem e criarem uma identidade;

- dificuldade de serem quem são, se expressarem e serem espontâneos;

- questionam se há algo de errado em si mesmos.

° COGNIÇÃO:

- não sabem diferenciar qual é a conduta normal;

- visão negativa do mundo e de si mesmos;

- distorção da realidade;

- dificuldades de aprendizagem;

- abandono escolar;

- dificuldades para realizarem projetos;

- crenças de que é preciso sofrer para ser amado;

- a criança aprende a pensar como adulto apesar da impotência;

- entende a diversão como algo perigoso, já que questiona o lazer alcóolico;

- descrença nos relacionamentos.

° COMPORTAMENTO:

- reação exagerada e desproporcional aos eventos negativos;

- senso de responsabilidade incomum;

- dificuldades em tomar decisões;

- impulsividade;

- hipervigilância;

- uso de drogas;

- comportamentos criminosos.

VIDA ADULTA DOS FILHOS DE ALCOOLISTAS

Podem ter sentimentos de culpa e autorrejeição provocandos pela autoestima baixíssima e baixa auto confiança. O que provocará impotência emocional, sentimentos de incapacidade, acreditando que sempre fracassarão e conflitos nos relacionamentos.

Podem ter dificuldades em construirem laços afetivos e relaçãoes sólidas e estáveis.

Terem crenças de que é preciso sofrer para serem amados, parâmetro que será adotado para escolherem o cônjuge, repetindo assim, a patológica genealogia familiar, perpetuando o ciclo de sofrimento.

Transtornos mentais como depressão e ansiedade, transtornos de personalidade, transtornos alimentares e drogadicção, poderão ser os possíveís danos mentais.

PSICOTERAPIA

Por todos esses motivos, o tratamento de saúde mental é extremamente relevante com psicoterapia até cuidados com psicofármacos.

Se não receberem cuidados terapêuticos terão no futuro sérias perturbações psicológicas na área afetiva, social e também na produtividade.

Encontrarāo extrema descrença e insegurança nos relacionamentos afetivos e inconscientemente, tenderão atrair parceiros abusivos apesar de temerem que a história se repita.

Os traumas da prole são avassaladores, se arrastarão pela vida inteira, trazendo inúmeros prejuízos.

O tratamento da saúde mental é fundamental na prevenção das sérias sequelas que toda dependência química provoca nos filhos.

O tratamento, quanto mais precoce, melhor será o prognóstico.

Deve-se então, dar atenção especial aos filhos, meras vítimas desse caótico sistema familiar.

BIBLIOGRAFIA:

O alcoolismo - Ronaldo Laranjeira

Alcoolismo - Juliana Saddi

O que é o alcoolismo - Jandira Mansur

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