Gosto de beber ou sou alcoólatra?

Existe uma linha tênue que separa o prazer cotidiano de beber do alcoolismo. Quando essa barreira é ultrapassada, voltar atrás tende a ser difícil. Entenda mais no texto a seguir.

15 NOV 2017 · Leitura: min.
Gosto de beber ou sou alcoólatra?

Dia estressante, trânsito engarrafado, calor. Há momentos em que uma das maneiras buscadas para relaxar acaba sendo encontrar amigos depois do expediente para beber algo, o tão famoso happy hour. Tomar uma cerveja (ou outro tipo de bebida alcoólica) acaba até mesmo se tornando parte da rotina em muitas situações.

Mas aí vem um problema: a assiduidade. Como diferenciar o gosto pela bebida do alcoolismo? Onde está o limite entre ter prazer em desfrutar uma cerveja e não conseguir ficar longe do álcool? Muitas pessoas tendem a ignorar a questão por achar que estão no controle da situação.

E as estatísticas não mentem. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool no Brasil superou a média mundial em 2016. Foram quase 9 litros per capita, enquanto a média global não chega a 6,5 litros.

O alerta da OMS centra-se, principalmente, no consumo excessivo, e no fato desse ser responsável pela morte de 3,3 milhões de pessoas cada ano. Entre jovens e adultos jovens, dos 20 a 39 anos, as mortes com relação direta com o álcool sobem para 25%.

Prazer em beber x alcoolismo: onde está a fronteira?

Saber onde está a fronteira entre gostar de beber e estar caindo no vício é uma das tarefas mais difíceis. Ainda mais porque o álcool, na maioria das situações, é visto como um complemento de um comportamento social, que acompanha boas conversas e em momentos de alegria.

Segundo a OMS, a pessoa que consome mais de duas latas de cerveja por dia, mais de uma dose de uísque ou cachaça, ou mais de três taças de vinho, pode enfrentar problemas de saúde.Isso porque a quantidade já ultrapassa o consumo considerado moderado, que é de 30 gramas de álcool ao dia.

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Além dos riscos ao organismo, como a predisposição a doenças cardiovasculares, quem consomem álcool diariamente tem mais chances de se tornar dependente,já que o corpo tende a se tornar resistente e exigir doses maiores de bebida para proporcionar a mesma sensação de conforto ou prazer.

Há alguns sinais que ajudam a identificar onde você se encontra, se na esfera do razoável ou na da dependência:

  • Falta de controle: a pessoa já não consegue ficar sem beber um dia sequer, mesmo tendo se comprometido a evitar o álcool. Isso bem acompanhado do aumento da dose: antes duas latinhas eram suficientes, agora já são necessárias três. A cada dia que passa, o limite de consumo aumenta.
  • Criação de situações para beber: é comum que a pessoa que esteja caindo no vício comece a utilizar qualquer ocasião social como desculpa para beber. Jogo de futebol, o aniversário de um amigo, um dia estressante de trabalho, o calor, etc.
  • Irritação, ansiedade, tristeza: quando a falta de álcool causa sintomas como mau humor, tristeza, ansiedade, agressividade e nervosismo, é sinal de que existe um problema a ser tratado. Dependendo da persistência do quadro, deve ser encarado como vício.

Álcool: um vício traiçoeiro

Segundo psicólogos especializados em casos de alcoolismo, pensar que o vício ao álccol pode ser controlado com facilidade é um erro. Além disso, no Brasil ainda perdura o mito de que um alcoólatra normalmente é uma pessoa de baixa renda, sem instrução, que vive nas ruas, sem perspectivas de futuro. Reconhecer que o problema está dentro de casa, podendo envolver inclusive jovens, não é nada fácil.

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Os reflexos de uma dependência não tratada se estende por todas as esferas da vida da pessoa. Ela começa a experimentar atrasos no trabalho, não comparecimento a compromissos, dificuldades nos estudos, discussões, além de sintomas físicos e psicológicos como alteração do sono, mudança de temperamento, violência, distração, entre outros. Ou seja, pouco a pouco vai perdendo o controle da sua vida, algo que também afeta a todos os que estão ao redor.

Como enfrentar a dependência do álcool?

O alcoolismo possui três níveis: leve, moderado e grave. Sempre é recomendada uma abordagem multidisciplinar, com apoio psicológico, médico e psicossocial.

Através da psicoterapia, é possível compreender as causas do vício, se está ligado a frustrações, perdas ou problemas de autoestima e de autoconfiança, por exemplo. Por meio do acompanhamento médico, é possível controlar os sintomas físicos causados pela abstinência.

Quanto à questão social, é fundamental o apoio de familiares e amigos, não somente no processo de reconhecimento do vício, como também no do tratamento. É altamente recomendável que pessoa passe a frequentar ambientes sem álcool, além de compartilhar sua trajetória com pessoas que enfrentam problemas similares através dos grupos de ajuda.

O alcoolismo não tem cura, mas pode ser tratado de forma eficiente, devolvendo a qualidade de vida que foi perdida.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Comentários 1
  • Nilo Geraldo Mendes

    Eu só conheço um tratamento para o alcoolismo .Se chama Alcoólicos Anônimos A.A.

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