Sou gay e sou triste por isso, quero um equilíbrio.
Desde criança, mais precisamente, desde os 5 anos, sei que gosto de homens, hoje estou com 37 anos mas me sinto infeliz.
Cresci em um lar cristão, não quero isso pra mim, me sinto triste, desapontando minha mãe que me criou sozinha, eu sinto que a entristeço, sinto que desagrado a Deus, sinto que sou uma pessoa repulsiva. Tenho atitudes bondosas, tento ter compaixão pelos outros mas do que isso adianta se sou gay?
Me sinto uma vergonha, despudorado, eu já tentei de tudo, de tudo, orei, pedi a Deus, para que tirasse esse desejo de mim mas não sai. Meu sonho era construir uma família, mas olha só eu, com 37 anos e com essas dúvidas. Eu sou triste, ansioso, depressivo, viverei e morrerei sozinho e o pior, desagradando a Deus e o mais grave, segundo o que me dizem toda hora, meu futuro pós vida é a separação de Deus. Eu não sei o que faço pois eu já pedi a Ele (Deus) ajuda mas continuo com esse sentimento.
Meu pai, quem escolheria ser gay? Quem escolheria viver nessa situação, nesse tipo de sofrimento e dessabor?
Eu não me aceito? Obviamente. Cresci em um lar cristão e o homossexualismo é uma anormalidade, segundo o que dizem em casa, uma perversão, eu só queria viver em paz comigo, viver com qualidade de vida, não almejo dinheiro, nada disso, só quero viver bem.
Me sinto promíscuo, um desperdício de ser.
Quando fui gerado meu pai (que era pastor e tinha outra família) queria que minha mãe abortasse de mim para que não gerasse problemas com a família oficial dele, levou minha mãe na farmácia e a obrigou a tomar remédio abortivo, eis minha cisma, porque Deus não aproveitou o momento, era pra eu não ter nascido, porque, Ele sabendo de tudo, permitiu que eu nascesse e, mais precisamente, tivesse esse desejo.
Eu sei perfeitamente que homossexualismo não é escolha, eu entendo com todo o meu ser que é algo que veio comigo, nasci quebrado, anomalia, eu só queria ser normal segundo as regras da sociedade e do cristianismo.
O peso do julgamento que eu faço a mim mesmo e tremendamente grande, opressivo e devastador.
Não penso em morrer, me matar ou coisa do tipo, gosto de viver, porém e vale ressaltar, gostaria de viver em paz não com os outros mas comigo.