Sofro de transtorno parafílico?

Feita por >Gabriela · 25 jul 2024 Abordagem psicológica

Olá, eu fui abusada sexualmente quando tinha entorno de 4/5 anos por um menino no mínimo 8/9 anos mais velho. Não consigo me recordar se teve mais alguma vez além da que eu me lembro e como as memórias não são completamente claras às vezes até me questiono se foi ele mesmo, a única coisa que tenho certeza é que é impossível eu tão novinha ter inventado tudo o que aconteceu e passado a ter receio de frequentar a casa destes familiares, de ter um sentimento estranho na presença desde hoje homem mesmo tantos anos depois. Minha mãe com o tempo passou a demonstrar um comportamento que hoje associo a algumas características narcisistas, penso que talvez pela criação dela, e ela sempre alimentou em mim uma espécie de “puritanismo” me elogiando para as pessoas por ser uma menina que havia 15 anos e nunca nem beijar havia beijado, para o meu cérebro que via sexo como algo sujo só reforçava ainda mais essa ideia de que qualquer ato do tipo não era algo bom. Lembro até de uma discussão que tivemos quando estava um pouco mais velha, entre meus 16/17 anos, em que ela foi enfática em dizer que eu não transaria antes dos 18, se não ela me colocaria para fora de casa, pois eu podia engravidar. Em meio a isso tudo havia minha irmã mais nova que ao contrário de mim não sofria a mesma espécie de controle, ela podia sair com os amigos sendo menor de idade para festas onde havia presença de bebida alcoólica, enquanto eu não podia ir a uma janta com as colegas de trabalho. Enfim, eu tive um período de adolescência conturbado, com certeza depressivo no qual muitas vezes eu não via outra saída para o meu sofrimento a não ser a mor**. Em meio a tanta repressão e uma busca incessante por me encontrar eu me coloquei em situações de risco com desconhecidos diversas vezes, das quais 4 chegaram as vias de fato. Me dói lembrar do dia em que perdi a minha virgindade, pois, lembro que não durou 15min, não teve qualquer tipo de preliminar/beijo mais intenso, o cara nem ao menos se preocupou em saber se eu estava confortável, apenas me usou e me mandou ir embora depois que chegou lá. O pior de tudo, eu quem combinei e me coloquei nessa situação com esse homem, horas antes eu estava deixando outro desconhecido se aproveitar de mim dentro do seu carro sem me retribuir nada em forma de prazer em troca… coincidentemente, ou não, eu tinha acabado de fazer 18. Atualmente eu tenho um parceiro fixo e até hoje eu não sei ao certo se consegui alguma vez chegar plenamente lá, porque toda vez que eu começo a atingir um ápice eu não consigo mais continuar por conta da sensação de sujeira, de que estou fazendo algo errado e ruim. Sem contar que todas as vezes que eu consegui “”chegar”” lá, foram vezes em que eu estava fantasiando estar em um gangbang onde diversos homens exercem domínio sobre mim e fazem fila para me penetrar sem proteção, as outras vezes eu fico imaginando eu servindo de experimento sexual para turmas de ginecologia, ou um ginecologista me usa enquanto ainda estou “grogue” (por isso da minha pergunta). As coisas pioram quando me recordo que entre 12/13 anos eu me excitava imaginando situações em que homens mais velhos me tocassem sem meu consentimento, ao mesmo tempo em que eu sentia repulsa de qualquer menino que chegasse a dar em cima de mim com segundas intenções. Também às vezes me excito imaginando em se quando eu tinha 15 anos chegasse em mim um homem 35 anos mais velho e me tocasse que nem eu fui tocada quando tinha 4/5 anos, ao mesmo tempo que me perturba eu me sentir forçada a fazer qualquer coisa contra minha vontade e me perturba também sentir de alguma forma prazer em me imaginar em um ato que eu abomino. No fundo eu sinto que correlacionei meu prazer a esse episódio de violência e inconscientemente de algum modo desejo que se repita comigo aquela ansiedade de ser tocada sexualmente pela primeira vez daquele jeito “errado”. Assim em busca de procurar prazer de outras formas eu tenho me interessado em coisas diferentes como ter experiência com meu primeiro ménage e foi um momento que realmente tive prazer por simplesmente estar sendo “dominada” por dois homens (mas não cheguei lá), sexo desprotegido com meus parceiro já é algo que não me excita mais, por isso eu tenho muita vontade de fazer com desconhecidos, mas não faço porque prezo pela minha saúde. Porém, ultimamente pra suprir isso eu tenho procurado prazer em coisas que vão além do usual naquele limiar de dor e prazer, como sexo anal e plugs grandes, eu comecei a usar pump para triplicar o tamanho da minha vulva e a praticar sounding (que é conquistar prazer através da uretra, prática mais comum entre homens) e é viciante porque é um desconforto recompensador através do “proibido/errado”. Meu parceiro demonstra preocupação comigo e confessa não sentir prazer nessas minhas praticas novas, diz que faz para me agradar. Ele sabe do meu fetiche com gangbang, mas o resto eu não conto porque além de ter vergonha, eu não quero preocupar ele. Tendo em vista tudo isso, estou aqui na busca de um profissional capacitado a me ajudar a lidar com o que está quebrado em mim, para evitar que eu chegue ao ponto de ir em busca de práticas cada vez mais perigosas como sexo desprotegido com desconhecidos e sounding extremo. Se você leu até aqui, desde já um imenso obrigada pela atenção!

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A melhor resposta 27 JUL 2024

Bom dia Gabriela. Você esta vivendo as consequências do trauma do abuso sexual. Na sua realidade, a vida presente, você desenvolveu esses vícios sexuais (fetiche, entre outros) nos quais você projeta seus traumas, com muita auto destruição. E parabéns por se dar conta que "esta quebrado", realmente o trauma quebra partes interiores, despedaça e precisa ser acolhido, através de uma terapia especializada e especifica para abuso sexual e vícios sexuais. Fico a disposição. Você pode melhorar com psicoterapia para traumas e vícios sexuais. Abraço fraterno, A disposição.
Psicóloga, Psicanalista, Terapeuta de casais.

Lisiane Machado Psicólogo em Santa Maria

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19 SET 2024

Obrigada por compartilhar sua história comigo. Imagino o quanto deve ser difícil reviver essas memórias e falar sobre essas experiências. Suas emoções e confusões são absolutamente válidas, e o fato de você estar buscando ajuda mostra uma força imensa.

O que você descreve sugere que, desde a infância, sua relação com a sexualidade foi marcada por experiências traumáticas e uma repressão emocional significativa. Muitas vezes, nosso corpo e mente tentam encontrar maneiras de processar esses traumas, o que pode se manifestar de maneiras confusas e conflitantes, como as fantasias e comportamentos que você mencionou.

Podemos trabalhar juntas para explorar o significado por trás dessas fantasias e comportamentos. Muitas vezes, eles podem ser uma forma do inconsciente tentar lidar com o trauma de maneiras que parecem conflitantes à primeira vista. Não há certo ou errado aqui — o importante é entender como isso afeta você emocionalmente e como podemos encontrar novas formas de você se sentir bem e segura.

A vergonha e a culpa que você sente são compreensíveis, considerando suas experiências, mas são também uma parte do que precisamos trabalhar para aliviar. Você não está sozinha nisso, e seu desejo de se sentir melhor é o primeiro passo para curar essas feridas.

Também é muito importante que você continue priorizando sua saúde e segurança. Podemos trabalhar juntas para encontrar outras formas de experimentar o prazer que não coloquem sua saúde ou bem-estar em risco, criando limites saudáveis que façam você se sentir segura.

Esse caminho de autoconhecimento e cura é um processo que leva tempo, mas com o suporte certo, você pode começar a se libertar das amarras emocionais ligadas ao seu passado. Estou aqui para te ajudar ao longo desse percurso.

Stephanye Lopes Psicólogo em Arujá

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9 AGO 2024

Olá, Gabriela, espero encontrá-la bem.
Existe em todos nós uma tendência ao equilíbrio. É algo que podemos observar em tudo que existe e não poderia ser diferente no nosso pensamento. Contudo, esta tendência ao equilíbrio pode resultar em sofrimento quando temos compreensões baseadas em uma visão distorcida da realidade. A consequência disso são comportamentos que geram sofrimento, visto que sinalizam o desequilíbrio.
O lado positivo disso tudo é que a tendência ao equilíbrio é implacável. Sendo assim, quando passamos a compreender as nossas experiências de forma clara, o equilíbrio interno vem junto com o alívio do sofrimento. É um processo, claro, mas é um processo que anda e acontece sessão após sessão.
Se tiver interesse em iniciar nesta jornada de libertação e busca da felicidade, conta comigo.

Abraço,
Lourenço Torresini.

Lourenço Torresini Psicólogo em Curitiba

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1 AGO 2024

Olá, Gabriela. Parabéns pela sua coragem e riqueza de detalhes na exteriorização desta sua preocupação.
Acredito que há uma correlação com a experiência traumática que se diz lembrar, com um pré-adolescente, na casa dos 13/14 anos.. A sua derivação para outras práticas diferentes, com objetos, em grupo, sem proteção, etc... pode ter conotação co Parafilias.

Entretanto, o profissional psicólogo (a) especializado em traumas de origem sexual e condutas sexuais de cunho parafílico, saberá conduzir a psicoterapia, para que, juntos, o (a) terapeuta e Você, Gabriela, possam desvendar o curso dessa trajetória, nestes âmbitos da sexualidade, e, traçarem-se as estratégias terapêuticas adequadas.

Miguel Freitas - Psicólogo - Psicoterapeuta.

Miguel José Ferreira de Freitas Psicólogo em Belém

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30 JUL 2024

Oi Gabriela! Não me proponho nesse primeiro momento responder a pergunta principal do teu texto. Para além de classificar como transtorno parafílico, tu trouxe de forma bastante honesta o que tu vem passando e sentindo. Que bom que tu reconhece que algo não está certo. E esse “não estar certo” está para além de qualquer julgamento moral, que pra nós aqui de nada serve. Fetiches são naturais e a manifestação de desejos sexuais dos mais variados faz parte da nossa condição humana e pode ser saudável. O que tu traz, que é muito importante, é uma relação de sofrimento com o que deveria te trazer prazer, além de um laço de auto destrutividade aliado a algo que poderia ser bom, que é a prática sexual.
Tua história passada de relações abusivas, sejam elas sexuais quanto afetivas, pode nos ajudar (e muito) a encontrar as peças faltantes desse quebra-cabeças que tu parece disposta a desvendar.

Sigo à disposição caso queiras conversar.
Acho que tu está no caminho certo!
Buscar ajuda profissional e ter noção de onde mais ou menos pode estar a origem do que te perturba já é um grande passo. Segue em frente!

Eduardo Marchioro Psicólogo em Porto Alegre

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30 JUL 2024

Olá Gabriela,
Você relata diversas questões nas quais estão relacionadas a sua vida familiar, romântica/sexual, de amizades, sendo essas questões podem estar relacionadas ao seu abuso, são informações importantes nas quais devem ser trabalhadas em sessões de terapia.
Fico à disposição.
Marília - psicóloga com abordagem psicanalítica, atuação com pessoas que sofreram violência doméstica e sexual.

Marília Figueiró Bueno de Oliveira Psicólogo em Ribeirão Preto

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27 JUL 2024

Gabriela
Quando um conflito, um trauma, uma proibição, um bloqueio da energia da vida é vivenciado, imposto, instalado no ego, a vida começa a tomar endereços imprevisíveis, mas sempre em prejuízo de si mesma.
Com o passar do tempo, a vida começa a fazer pressão para realizar, fazer, praticar com mais intensidade. Como uma panela de pressão, pode explodir se não forem tomadas as medidas cabíveis...
Sexo é vida, é alegria, prazer, criatividade, leveza, paz e harmonia SE for compreendido e vivenciado na sua forma natural.
A vida te deu a liberdade e o poder de escolha... você tem este poder e só voce decide o que quer e o que nçao quer.
Como você está com estes traumas, muitos bloqueios estão impedindoque voce seja dona da tua vida, não permitindo que você se governe...
Você está sendo governada, comandada por estes traumas e eles te levarão à derrota total, ao sofrimento, à frustração e por maus "loucuras" que invente, não conseguirá obter satisfação, realização e orgasmos compensadores.
Não há outro caminho a não ser, fazer Psicoterapia para resolver isso.
Por enquanto voce está apenas repetindo o erro que a tua mãe provocou em ti com a sua insanidade puritanica além de ter sofrido abuso na tua infência. Real ou não, a tua mente registrou, gravou como abuso e precisa ser resolvido!
Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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26 JUL 2024

Olá, Gabriela.
Agradeço por compartilhar sua história e suas preocupações de forma tão detalhada e aberta. Entendo que é um tema complexo e doloroso, e quero que saiba que estou aqui para ajudá-la.
Sua experiência de abuso na infância e a repressão que sofreu durante sua adolescência são fatores que podem ter um impacto profundo em sua vida sexual e emocional. A busca por comportamentos que parecem perigosos ou "errados" pode estar ligada a esses traumas e à forma como o seu cérebro processou essas experiências.
Vamos abordar suas preocupações com base na Terapia Cognitivo-Comportamental Sexual (TCS).
Suas experiências e sentimentos são válidos e compreensíveis, dado o seu histórico. É importante reconhecer que os traumas do passado podem influenciar seus desejos e fantasias atuais.
Identificar os gatilhos que levam a essas fantasias e comportamentos pode ser o primeiro passo. A TCS pode ajudá-la a entender melhor como essas associações foram formadas e a trabalhar para modificar esses padrões.
Encontrar formas saudáveis e seguras de experimentar prazer e intimidade. Isso pode incluir explorar outras práticas sexuais consensuais e seguras que lhe proporcionem satisfação sem colocar sua saúde ou segurança em risco.
Sua busca por ajuda já é um passo significativo e corajoso em direção à cura e ao bem-estar. Estou aqui para apoiá-la nessa jornada e trabalhar junto com você para encontrar caminhos que lhe tragam paz e satisfação.
Se precisar de mais orientação ou quiser agendar uma consulta, por favor, entre em contato.
Atenciosamente,
Jane Holetz
CRP 12/09641

Jane Holetz Psicólogo em Balneário Camboriú

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26 JUL 2024

Bom dia, Gabriela! Obrigado por escrever. Li seu texto inteiro. Certamente há muitas questões a trabalhar. Você, segundo seu relato, em relação peculiar com a temática sexual, vivenciando controle diferente da vivência do controle colocado sobre tua irmã, ao mesmo tempo, tendo vivido experiência sexual significativa e inadequada na infância, foi organizando um jeito de fantasiar, sentir, pensar e vivenciar a sexualidade que precisa ser reorganizado.
Sua pergunta inicial (sem tem parafilia), é menos essencial do que te conhecer e ajudar como um ser humano inteiro, que tem essa história de vida, que deve ser melhorada para que você viva melhor harmonia consigo mesma e com as pessoas de convivência. Pessoas são únicas, diagnósticos também apresentam especificidades únicas.
Cabe ressaltar que será importante você vir a um de nós, psicólogos, cuidando para não vivenciar experiências sexuais inusuais, antes de reorganizar sua cabeça. Para reorganizar as coisas, precisarás ser muito persistente, disciplinada e regular na relação com o trabalho a ser feito. Em situações como a tua, a sensação essencial de que estará sendo respeitada, acolhida, tratada com empatia e ética, precisará ser perseguida como prioridade, pelo profissional que te atender.
Atenciosamente,
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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