Alguns anos atrás estava fazendo faculdade de direito e resolvi parar, pois me sentia sem vontade de estudar aquilo ali e não encontrei nada que eu realmente quisesse fazer desde então. Nesse meio tempo fui a outro país, em uma espécie de fuga nutrindo uma quase falsa esperança que encontraria algum rumo na minha vida e passando um ano por lá. Não me relacionei profundamente com ninguém e a partir de um certo ponto me sentia muito entediado com tudo. Continuei lá para finalizar o curso que estava fazendo, pois já havia sido investido um bom dinheiro no processo e agora voltei ao Brasil. Notei a partir dali que me importava cada vez menos com tudo, me sinto num grande vazio, mas ainda consigo atuar de forma aceitável na sociedade, mostrando falso interesse em diversas coisas, dependendo da situação que me encontro. Notei que provavelmente já fazia isso há algum tempo, mas não havia notado. Tenho receio de procurar ajuda profissional por ter uma certa falta de fé no processo, tendo como consequência considerar que o mesmo não funcione bem devido a minha própria incredulidade. Pela minha autoanálise noto que, junto com essa espécie de "niilismo", tenho baixa autoestima e uma quase nula fé em minhas próprias capacidades, além de sempre ter tido dificuldades em manter relacionamentos e um forte sentimento de ceticismo. Amigos psicólogos, o que acham que devo fazer?
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1 JUN 2016
· Esta resposta foi útil a 16 pessoas
Olá Marcelo!
Quando temos essa sensação de vazio, é natural buscarmos formas de preenche-lo através de hobbies, relacionamentos, cursos, viagens... mas ao não conseguir sentimo-nos frustrados.
É preciso explorar este vazio, é surpreendente tamanho o conteúdo que um vazio pode abrigar e a psicoterapia proporciona isso, o conhecimento, o compartilhamento, o pensar juntos.
Percebo em seu relato que já passou bastante tempo se analisando e possui bastante questionamentos, mas as respostas nem sempre conseguimos sozinhos, seria o mesmo que um Psicólogo se autoanalisar praticando a Psicoterapia consigo mesmo, ele não terá sucesso se tentar, o profissional que até então não possui nenhum vínculo com você poderá experienciar a ''sua versão'' da história, o seu ''eu'' mais íntimo, contribuindo para olhar e ressignificar memórias, acontecimentos e sentimentos, ajudando-o a olhar de outra perspectiva.
A terapia nem sempre é prazerosa, nem sempre é rápida mas sempre é enriquecedora.
1 JUN 2016
· Esta resposta foi útil a 8 pessoas
Bom Marcelo, é normal que você tenha receio com o trabalho dos psicólogos, pois não é muito divulgado. A nossa sociedade não se apropria dessa possibilidade que a ciência nos proporciona, e isso é uma característica não somente sua, mas do nosso país. Sugiro que você tente procurar um profissional e experimente iniciar o processo de terapia para ver como se sente. É interessante se atentar ao fato de que às vezes não "acertamos" o profissional na primeira vez; pode haver falta de empatia entre ambos, ou diversos outros fatores conscientes e inconscientes que impedem o caminhar do processo. Mas é sempre válido tentar novamente. Se há essa possibilidade, acredito que valha à pena experimentar. Qualquer dúvida, estou à disposição! Atenciosamente, Marilia G. S. Siqueira
1 JUN 2016
· Esta resposta foi útil a 9 pessoas
Oi, Marcelo!
Eu sou psicóloga analítico-comportamental e trabalho com um modelo de terapia chamado FAP. Entendo a relação terapêutica (entre paciente e terapeuta) como uma relação genuína, verdadeira, que pode promover mudanças a serem generalizadas para outros contextos, outras relações.
Se o que você sente é exatamente uma dificuldade em se relacionar de forma mais profunda com as pessoas, entenda a terapia como o primeiro passo para uma mudança.
Boa sorte, um forte abraço!