Sem saber o que fazer, preciso muito de ajuda
Tenho 49 anos e a minha situação atual é a seguinte: estou desempregada há quase 1 ano, vivendo de favor na casa dos meus pais. Não tenho filhos (por sorte) e não tenho qualquer tipo de relacionamento amoroso. Pra falar a verdade acho que nunca tive (minhas histórias foram breves e patéticas).Também tenho poucos amigos e agora com a pandemia do coronavírus, estou sentindo que não sou tão importante para eles. Se não sou eu a buscá-los, eles não me procuram (virtualmente, é claro). Minha autoestima nunca foi lá essas coisas, mas agora me desespero só em olhar no espelho. Me sinto velha, feia, flácida... Meu dia a dia se resume em fazer faxina e ajudar a minha mãe a cuidar da minha sobrinha de quase 3 anos (a minha irmã está de home office) e à tarde durante umas 3 horas procurar soluções para minha vida (estudar, enviar currículos e é só). Só saio de casa em extrema necessidade, pois estou completamente neurótica com higienização por conta do coronavírus. Domingo sim, domingo não, minha irmã e meu cunhado me levam para dar uma volta de carro. Frequentava uma igreja, mas agora que reabriu não tenho coragem de ir por medo de contrair o vírus, já que tenho idosos e criança em casa. Não tenho dom algum, nem habilidade que preste para me ajudar a sair desse atoleiro. Sempre trabalhei em empresas, mas nenhuma empresa quer uma velha. Surgem várias ideias na cabeça, mas logo eu desisto delas. Nessa idade ainda não descobri o que fazer da vida e agora tudo ficou ainda mais difícil. Para ajudar tenho dores físicas horríveis (problemas na cervical), já fiz de tudo e nada resolveu. Com o emocional abalado ainda ficam piores, se intensificam. Não tenho vontade de nada, de me arrumar nem que seja para ficar em casa, mal penteio os cabelos e me obrigo a estudar e tentar me atualizar para não cair de vez em depressão. Mas estou muito cansada, física e emocionalmente. Sou cristã, mas parece que quase nem tenho fé. É como se Deus não se lembrasse de mim. Queria que tudo acabasse. Não sei mais o que fazer. Me sinto prisioneira em uma situação que parece que nunca vai mudar. Não vejo perspectiva de um novo emprego, de morar em outro lugar, de encontrar um amor (quem vai querer uma pessoa como eu, afinal?), só me vejo sozinha num asilo qualquer, sem que alguém vá me ver. O pior é morrer quando for a hora e não ter deixado nem saudade!