Quero sair de casa, mas não deixam. Como sair de casa e impedir que me procurem?

Feita por >Carla Perciano · 6 nov 2019 Terapia familiar

Tenho 29 anos, sou formada em Direito, tenho especialização em Direito Previdenciário pela ESMAFE/RS.
Estou passando por muitos problemas familiares, o que fez eu abandonar meu trabalho para cuidar dos meus entes queridos.
Acontece que engravidei (gravidez indesejada), estou com 3 meses. Moro com minha mãe (não possui renda, possui problemas psiquiátricos, não aceita ajuda, ameaça se matar constantemente, diz que se interná-la comete suicídio, patrocina meu irmão (18 anos) para comprar drogas para ele, visto que ele é usuário desde os 16 anos), minha avó (possui 71 anos, tem câncer de pulmão, está com início de Alzheimer e é que sustenta todos com a pensão que meu avô deixou para ela) e meu irmão (como já dito, tem 18 anos, é usuário de drogas, não quer largar, não aceita ajuda, tem reações agressivas). Tenho medo da reação do meu irmão e da minha mãe. Minha mãe diz que se eu contar para alguém (apesar de já ter contado para quase todos da família) ela se mata. Diz também que meu irmão nunca irá me perdoar. Muitos da minha família já pegaram entorpecentes na mochila do meu irmão e já o viram usando, no entanto, quando confrontado ele alega que é tabaco e minha mãe a mesma coisa. Todos sabem que é maconha, mas ninguém tem coragem de enfrentá-los devido a reação deles.
Minha avó está muito doente, sem saúde já, sofre muito. Digo que não estou aguentando para meus outros familiares, mas eles pedem para eu aguentar pela minha avó. Quando digo que vou sair de casa, eles dizem que se eu sair minha avó morre. Ela é muito nervosa, cardíaca e hipertensiva. Minha mãe tem medo que o pai do meu irmão (que não é meu pai) leve-o com ele, tendo em vista que o pai dele é bem rígido quanto a educação, possui condição financeira excelente, com certeza daria um jeito nele. Acontece que se minha mãe ficar sem meu irmão, ela morre. Todo o dinheiro que o pai dele dá de mesada (R$800) ela gasta com ela, além de patrocinar as drogas dele. Já sumiu dinheiro da minha bolsa umas 4x. Ela não admite, se contraria e chantageia quando eu questiono se foi meu irmão. Ele faz faculdade de psicologia na Federal do meu Estado, entrou esse ano, mas ele vai 2x na semana e olhe lá. Passa o resto do dia na casa da namorada, só o vejo quando chega a noite por volta das 23hs.
Minha mãe não põe limites a esse menino, não olha se ele está estudando, gasta o dinheiro que o pai dá todinho pagando uber para ele ir e voltar para a casa da namorada todos os dias. Quando o dinheiro acaba, sobra para mim e minha avó.
Quando minha mãe está fora de si, ela me magoa muito e as vezes confesso que não consigo ficar calada e acabo piorando as coisas.
Ninguém tem pulso para os dois aqui dentro de casa, sou obrigada a pedir desculpas, abra,çá-la quando estou certa só porque ela fica descontrolada, muita das vezes usamos a força para mobilizá-la porque ela quer pegar tomos os remédios e tomar (é alérgica a vários), quando não é isso, quer rasgar a rede de proteção do prédio (moramos no 6 andar), ou pegar uma faca e tentar se matar (como já fez há 2 anos atrás, foi parar na UTI, fez cirurgia porque perfurou o estômago e teve hemorragia).
Tenho pena da minha avó.
Sou registrada e fui criada pelos meus avós, tendo em vista que minha mãe me teve aos 16 anos e meu pai biológico não quis me assumir.
Meu avô dava jeito nisso tudo. Todos ouviam a ele e o obedeciam (ele era militar), infelizmente ele foi embora em 2017 (câncer).
Minha avó tem mais 3 filhas, uma delas ajuda muito, mora aqui no mesmo edifício em outro andar, ela é casada e tem uma filha especial, com algumas limitações físicas, neurológicas e psíquicas (devido a 2 AVC ocorridos 4 anos atrás, a menina tem 20 anos hoje). Ela (minha tia) luta muito pela filha, é uma batalha árdua, é difícil, ela não tem muitas condições de nos ajudarmos. Ajuda sempre que pode, e em muitas das vezes mais do que pode.
A outra filha largou minha avó tem 3 semanas (ela morava aqui), ela também possui problemas psiquiátricos e inclusive é aposentada por invalidez, ela vivia brigando muito com a minha avó, ambas tratavam muito mal uma a outra, era uma “baixaria”, ela é muito ciumenta, confesso que sempre tive medo de confrontá-la devido às suas reações agressivas (me perdoem está dizendo isso, mas graças a Deus que ela resolveu ir morar na casa dela - sim, ela possui uma casa com tudo, casa própria - mesmo ela estando errada, porque alega que não aguenta conviver com a minha avó, foi um alívio confesso).
A outra filha é quem me dá mais orgulho, trabalhadora, assalariada, com 2 filhas, uma de maior formada em engenharia civil, a outra de menor, o esposo corretor de imóveis (salário incerto), vivem muito humildemente, casinha pequena, antiga, móveis antigos e muitos deles quebrados, todos trabalham, andam de ônibus, trabalham os dois horários, sem regalias nenhuma. Nunca pediu dinheiro, liga para a minha avó todos os dias, quando sai do trabalho de 18hs vem aqui na casa da minha avó vê-la e em seguida vai para a casa (que é longe daqui e vai de ônibus). Não tenho coragem de pedir ajuda a ela, ela já tem uma vida muito batalhada. É uma pessoa simples, de coração enorme, super justa.
O pai do meu filho(a), só ajuda financeiramente com a gestação e olhe que ele tem 48 anos, mas não possui emprego, trabalha fazendo “bicos”, pegando mercadorias direto da fábrica baratas e as revendendo mais caras. Ele me ajuda com pouquíssimo, mas eu não estou nem ligando. Ele foi erro, na primeira noite em que saímos juntos (fazia 1 ano e 1 mês que eu não bebia) acabei bebendo muito e engravidei. Não lembro do ocorrido. Ele diz ter usado camisinha, mas não consigo acreditar nele. Depois que eu soube que estava grávida, avisei a ele e acabei o que nem tínhamos de sério. Acho ele oportunista, preguiçoso e interesseiro. Se eu soubesse que ele era assim (porque das 4 ou 5x em que saímos juntos em um mês eu paguei tudo), jamais teria me envolvido com ele. Ele é muito diferente de mim. Eu propus ajudá-lo dizendo que pagaria a faculdade dele para ele retomar seus estudos (tendo em vista que ele cursou Direito e trancou no 4 período), mas ele negou a ajuda e disse que tem preguiça de estudar, que prefere ganhar dinheiro de maneira “rápida e fácil”, essas e outras coisas me fizeram abusar dele. Tive que bloquear ele no WhatsApp e ligações porque ele não aceita o fim do que tivermos. Minha família quer que eu case com ele só para dar uma satisfação para a sociedade (fazer um casamento fake com diácono e etc), bem como para cuidar do meu filho(a), mas ninguém pensa que ele será um problema a mais. O cara não tem onde cair morto, é machista, intolerante (religiosamente), não vou sustentar vagabundo não.

Estou sem chão, não sei o que fazer.
Já pensei em me matar (só assim acabo com tudo isso que estou sentindo), mas não tenho coragem, pois tenho uma vida dentro de mim (mesmo essa vida sendo consequência de irresponsabilidade minha, não posso ser desumana em não assumir meu erro).

Tenho um dinheiro reserva guardado, dá para eu me bancar por uns 6 meses (nesse tempo, tento conseguir um emprego, não sei). Não sei o que fazer.

Alguém me ajuda, por favor!!!

Se eu for morar com alguma amiga minha (e pedir para essa minha amiga não contar de maneira alguma onde estou), minha família pode vir atrás de mim e me internar em um hospital psiquiátrico porque eu fugi de casa?!
Posso deixar uma carta com um policial dizendo tudo isso que relatei aqui, bem como deixar uma carta aqui em casa dizendo que “não fugi de casa” e sim “saí de casa”?!

Tenho como provar tudo isso que estou dizendo aqui.
Só quero paz, não aguento mais chorar, se eu continuar aqui, vou fazer a maior besteira do mundo, apesar de não ter coragem para me suicidar, a ideia não sai da minha cabeça. Tenho medo de não aguentar mais, ter coragem e agir por impulso. Se eu fizer isso, sei que vai ser um desastre na minha família e tenho certeza que virará notícia nacional. Minha avó não vai aguentar, minha mãe pode se culpar, meu irmão pode (sei lá), não sei o que fazer.

O que vcs me dizem? O que eu faço? Pelo amor de Deus, me ajudem.

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A melhor resposta 11 NOV 2019

Carla,
A situação é complicada. A pior é ter deixado o emprego para cuidar da família...
Agora tens um filho e deves cuidar dele.
Mais lógico penso que seja ter um trabalho que te garanta renda porque vai precisar. Porém, como vai conseguir se estás grávida? Sim, podes trabalhar como autônoma, e precisas sair de casa para preparar a tua casa para quando o filho nascer.
Tens 29 anos e não precisas temer represálias. Mas tens que fazer sem alardes, decidir dentro de ti e ir em busca do teu mundo.
Deixe que os familiares dão um jeito com eles mesmos. Confie em Deus. Caia fora desse labirinto, sem culpa.

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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29 JUN 2022

Oi Carla Perciano
Precisa fazer Psicoterapia!!!
Precisa se dar conta de uma série de coisas que não dá para falar aqui...
Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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1 JUN 2020

Olá Carla. São muitas questões elencadas. Recomendo que busque ajuda com psicólogo imediatamente para começar a trabalhá-las. Há muitos profissionais atendendo online neste momento o que facilita a sua busca.
Você precisa mudar a forma com que compreende tudo o que está lhe acontecendo, como se todos os problemas de sua família fossem resolvidos através de você, o que é um pensamento fora da realidade.
Porém precisa ser trabalhado com um profissional para que você lide da melhor forma com cada um.
Att,
Psicóloga Andressa Portes

Andressa Portes Psicóloga Psicólogo em Cascavel

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25 MAI 2020

Olá,
Primeiramente, gostaria de dizer que são vários problemas e que uma consulta com um psicólogo seria o mais indicado, pois ele poderia entender melhor o caso e te ajudar a colocar sua cabeça no lugar, se cuidar.
Então, vamos por parte, casar, tem que gostar realmente, se não é outro problema.
Procure tocar sua vida, arrumar emprego e se cuidar.
Se quiser ficar na sua casa, faça o que você puder, mas cada membro da sua família é responsável por si mesmo, estou à disposição.
Abraços!
A

Mateus Adriano de Jesus Souza Psicólogo Psicólogo em Congonhas

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7 NOV 2019

Olá Carla! Grato por participar. Você descreve uma longa história, com formação escolar concluída, com buscas nobres. Procure conversar com as pessoas que você considere éticas, razoáveis e equilibradas. Certamente vocês acharão um jeito de passar essa etapa. Você vive um momento muito importante: gerar uma nova vida. Isso é muito especial. Deve haver alguma pessoa mais velha, um amigo da faculdade, alguém religioso; resolva isso com a ajuda de um deles. Por que internariam você em um hospital psiquiátrico? Isso é muito difícil de se fazer sem evidências claras, e mesmo assim, após tentar todas as alternativas que antecedem essa decisão. Procure profissionais de psicologia, perto de você para que te ajudem. Daqui a algum tempo, como acontece com as pessoas, você olhará para o passado e verá que achou saídas razoáveis, achou soluções. Tenha calma, seja persistente. Um abraço: Ary Donizete Machado.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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