Tenho 22 anos e já tenho uma filha, me sinto uma criança, a cada decisão que tomo, até quando vou conversar com alguém parece que não sei como agir. Vejo pessoas da minha idade ou mais nova que eu e já tem postura de adultos, me olho no espelho e vejo uma adolescente parece que eu parei com 15 anos até agora, até mesmo no físico. Achava que amadurecer tinha relação com responsabilidades, tenho uma responsabilidade gigante que é cuidar e criar minha filha, faço isso só todos os dias e ainda tenho a responsabilidade financeira pra arcar com ela, mas parece que simplesmente ainda sou uma adolescente, até mesmo na rua quando eu saio as pessoas me olham e veem uma adolescente e não uma adulta. Moro com minha mãe, que é quem me ajuda com minha filha, mas até mesmo ela, me trata como adolescente. Parece que isso ta impregnado em mim, o que me dificulta a me conectar com as pessoas mais velhas que eu ou que possuem uma postura de adultos, já que todos me olham e me tratam assim. O que me gera um certo nervosismo quando vou sair de casa ou conversa com outra pessoa, as vezes parece que tô dormindo apenas. Não sei o por que disso e nem de onde veio isso, só sei que isso fica a tal ponto que eu me irrito com isso, só quero mudar e achar uma solução pra issso.
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14 MAI 2024
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Ser mãe aos vinte e dois anos exige muita responsabilidade, amadurecimento e comprometimento. Te convido a refletir, você se sente como uma criança/adolescente por desejar retornar a essa fase? Você vivenciou essas fases a fundo? Viveu como uma criança e como uma adolescente? Ou nesse período, você já possuía muitas responsabilidades de adultos?
KTTS
Você está e foi interceptada da tua força, da tua energia, da tua inteligência desde a infância.
Voce foi manipulada a dar respostas que os outros queriam e você fez em troca de ser elogiada, aceita, amada, validada.
Se não fizesse o que os outros esperavam, não tinha o reconhecimento deles.
Você não nasceu para ti mesma, por isso o sentimento de vazio e de ser infantil, pois tua mãe ainda te trata como adolescente.
Precisa cortar o cordão umbilical psicológico com a tua mãe para possibilitar o nascimento de você mesma.
De agora em diante, você precisa ser pai e mãe de ti mesma, você precisa ser responsável pelas suas escolhas, decisões e resultados;
precisa aprender a dizer não para os outros para fazer o que você gosta; você precisa se priorizar e saber lidar com as chantagens que os outros fazem pra ti.
Faça Terapia para compreender e ser auxiliada nesse processo.
Abraços
Bom dia, Ktts! Obrigado por escrever. Muito interessante seu posicionamento. Há pontos que precisam ser refletidos. De falto, cuidar e conduzir uma criança para a formação cidadã e autônomo, implica uma fantástica escola de amadurecimento. Teu texto, embora fale que você se sente como uma criança, demonstra comprometimento que a maior parte das pessoas de vinte e dois anos, ainda não conseguem ter, exatamente por imaturidade. Como nossa sociedade é complexa, queremos conforto, melhores trabalhos, melhores opções, na mesma medida, ela nos cobra melhores preparações. Assim sendo, vivemos, maios ou menos, até os vinte e sete anos, precisando priorizar a formação escolar, consolidação de entendimento da cultura e da essência da natureza humana, dos esportes, das artes, etc.
Com esse panorama, é esperado que uma adolescente de vinte e dois anos, realmente sinta que há muitas coisas a amadurecer. O grande problema são aqueles que, aos vinte e dois anos, já acham que sabem tudo da vida, que não devem ouvir a experiência dos outros, não devem prestar atenção aos acúmulos da Ciência.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
