Minha mãe provavelmente tem algum transtorno, pois ela sempre me tratou mal e quando eu morava na casa dela, era um inferno. Eu saí da casa dela porque ela me expulsou e me agrediu por um motivo bobo, pois ela sempre age de forma desproporcional a tudo, e nesse dia, eu pedi pra o meu marido, na época namorado, me ajudar a tirar a levar minhas coisas pra casa da minha tia. Daí que ocorreu uma confusão entre eles dois, pois minha mãe disse que ia jogar minhas coisas na rua na frente dele e ele foi tentar me ajudar a tirar as coisas de dentro da casa dela mais rápido, aí ela começou a expulsar ele de dentro da casa dela, tentou agredir ele, aí ele disse que ela não fizesse isso e depois disso ela começou a gritar dizendo que ele agrediu ela (sem ele ter encostado um dedo). Ela chegou ainda a espalhar pra família dele que ele de fato tinha agredido ela, isso sendo uma mentira. Um tempo depois eu me casei com ele, mas ele continua odiando minha mãe e eu até entendo o lado dele. Desde que eu saí da casa dela, ela mudou comigo e começou a me tratar bem, mas ele não aceita que ela vá na nossa casa, nem que cuide do nosso filho. Ele realmente odeia ela e diz não querer nenhum tipo de contato com ela. Quero ter um bom relacionamento com minha mãe apesar de tudo que ela fez, pq me faz mal ficar guardando mágoa, quero paz na minha família, porém meu marido não quer vê-la, nem falar com ela e essa é uma situação muito difícil pra mim. Eu não sei mais o que fazer.
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13 OUT 2022
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Oi Carina,
Amor de mãe, amor de filho suporta, releva, perdoa tudo... é muito diferente de amor de sogra e de genro.
Ele foi envolvido em uma parte difícil da sua vida, teve consequências e ele não está disposto a mudar de opinião.
Diante da situação atual é preciso você se estruturar para não atrapalhar o convívio da família que você formou e não perder o amor que esta construindo com sua mãe.
A psicoterapia ira te ajudar a organizar seus sentimentos e pensamentos para não continuar a viver com essa angústia.
Fico a disposição.
Rute Martins - Psicóloga Clinica
Oi Carina,
Primeiro, entenda o principal:
Voce veio, nasceu através dela, mas não é dela. E cada um, depois dos 17/18 anos precisa cortar o cordão umbilical com seus pais. Este e o movimento normal. Tua mãe não aceitava isso, te via como propriedade dela. Ela te expulsou de casa, facilitou para voce. O problema foi voce ter solicitado a teu marido ajuda e mais ainda, teu marido/namorado, ter entrado na casa dela; devia ter te ajudado, da porta da casa para fora.
Voce diz que ela mudou, mas como processaram o fato da saída? Este ciclo precisa ser fechado, ainda está aberto e enquanto ficar aberto, continua disparando faíscas de raiva e mágoas. Teu marido não está errado.
Talvez voce e sua mãe precisam conversar sobre o fato e resolver, dialogar, perdoarem-se depois de conscientizar porque aconteceu isso tudo.
O que não dá para fazer é colocar um pano quente em cima e pensar que está tudo resolvido. Não está resolvido... debaixo da cinza, as brasas estão acesas... e queimam, e doem...
Abra este diálogo com a sua mãe sobre este fato e se ela estiver disposta, convide o teu marido para conversarem sobre, mas não na tua casa... em qualquer outro lugar, menos na tua casa e sem o filho junto.
Se ela se mantiver rancorosa, dura, teimosa, é melhor voce se afastar dela e se harmonizar com teu marido, afinal, ele é teu companheiro, ele te protegeu e está te protegendo. Teu companheiro está sendo mais importante do que a tua mãe.
A ordem é: primeiro, voce; segundo, teu companheiro; terceiro, os teus filhos e em quarto lugar, os outros, incluindo teus familiares.
Abraços e se necessitarem de apoio, retornem.
Olá Carina! Obrigado por escrever. Parabéns pela postura de buscar entender, perdoar as pessoas. Todas as pessoas se modificam, amadurecem. Sua mãe amadurece, sem marido amadurece. Será que seu marido estará disposto a refletir mais profundamente?
Quando odiamos vivemos energia contínua que nos faz mal. Odiar é gastar energia sem ação que gere resultados bons.
Nossos pais são nossa histórias: com seus defeitos e qualidades, com suas coerências e incoerências, eles são nossos pais, nossa história. É preciso melhorar a convivência com eles.
Todos merecem oportunidades para amadurecer, rever posições, ter novos pontos de análise, maior conhecimento e experiência de vida.
Talvez, um de nós, psicólogos, possamos ajudar vocês a lidar com isso.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. As mentiras ainda perduram nos falsos religiosos e políticos com intenções egoístas. É impressionante como falsos religiosos usam a fé dos mais simples, para manipular e levar vantagens. Resgatemos a democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador vocacional.
