Filha de 12 anos quer ser tratada como um rapaz.
Durante a pandemia, entre 9 e 11 anos, minha filha mudou radicalmente após conhecer um adolescente de 16 anos (bem mais velho do que ela, mas que me apresentou) que se declara transgênero (um menino que se veste de menina, mas quer ser chamado de menino) na internet pelos sites de jogos virtuais que gosta, e se tornou umas das amizades mais importantes para ela, se isolou das amizades (meninas e meninos) que tinha no colégio. Ela amava o cabelo grande e tudo que era rosa, tinha medo de cortar o cabelo inclusive, e adorava roupas "de menina". Após conhecer este adolescente, ela cortou o cabelo bem curto, e passou a ser vestir com roupas mais folgadas, masculinas e a alimentar muitas dúvidas em relação à sexualidade, a gênero, assuntos que nunca conversamos antes em família, círculos de amizade. Temos uma vida pacata, caseira, sempre em família, nunca deixo sair sozinha. Afirmou primeiro que era lésbica, e que talvez fosse gênero fluído. Radicalizou o modo de vestir, ora com roupas mais femininas, ora mais masculinas... E agora totalmente está totalmente masculino o jeito de vestir, e se vê bem deprimida. Continua gostando muito de jogos virtuais fofos, anime e afins, coisas fofas, pelúcias fofas, delicadas, coisas consideradas femininas. Ofende-se quando tratam com pronomes femininos, quer ser chamada por um nome masculino. Atualmente ela declara ter certeza que quer ser rapaz, e que está sofrendo por isso, pois sabe que a família não vai entender nem aceitar a situação. Já discutimos bastante sobre o que implicaria esta mudança, e principalmente o fato de ser muito nova, ou estar confusa, de precisar dar tempo para entender o que se passa com ela mesma, e os motivos que deseja essa transformação... ela segue afirmando certeza. Preocupo-me, pois considero muito nova para ter tanta certeza, pois nunca tinha dado sinais de estar desconfortável com o seu gênero biológico, ou mesmo conversar sobre isso. Estou procurando ajuda psicológica, pois considero que está agindo por influência da amizade virtual, para ser aceita, ainda que negue. Diz ter vergonha de assumir a identidade masculina, enquanto afirma ser rapaz e sofrer ser chamada de moça.