Dificuldade em fazer amigos
Olá, meu nome é Íris, já estou com 21 anos e ainda não sei bem como me comunicar com as pessoas ao meu redor, sou a irmã mais velha de 5, sempre permaneci em casa ajudando, nunca saí para festas ou qualquer coisa semelhante, sempre fui caseira. Minha relação com minha mãe é bastante difícil, ela se diz antissocial, e, às vezes, penso se não sou também assim, além da timidez.
Eu nunca consegui fazer amizades sinceras, não sei exatamente o motivo, é como se não me encaixasse em nada, como se tudo fosse extremamente superficial e sem graça pra mim, eu tento aprofundar as conversas, refletir sobre a vida, mas sou tachada como chata, irritante, matraca, faladora, é algo que faço desde que me lembro.. eu tento sempre me controlar, parar de fazer indagações que ninguém vai se importar, ou segurar esse ânimo que tenho em querer compartilhar tudo que aprendo, pois sei que essa minha empolgação é irritante para outros. Mas, quando não, tenho uma personalidade implicante, piadista, brincalhona, eu às vezes passo dos limites, pois além de trocadilhos divertidos, piadas sobre o cotidiano, tenho uma língua um pouco ácida, sou bem impulsiva, falo mais do que o necessário. No entanto, esse lado mais bobo meu também foi motivo de bullying na escola, pois diziam que eu parecia doida, maluca, "excêntrica", era o motivo das turmas rirem, sempre com brincadeiras que, para eles, não chegavam a ser humilhação e exclusão. Já cheguei a usar uma rede social minha para perguntar o motivo de ter sofrido tanta chacota. Alguns disseram que eu estava exagerando, que outros sofriam tanto quanto eu. Outros mostraram compaixão, reconheceram que eu era o bobo da corte, mas ainda justificaram que todos eram jovens, pré adolescentes, "quem nunca fez esse tipo de atitude com alguém, íris?", "É coisa da idade, é que sofriamos e precisavamos fugir disso", foi exatamente o que disseram para mim nas respostas dos comentários. Nunca consegui me comunicar bem verbalmente, nem expressar nada do que quero, mesmo coisas simples.
Recentemente, finalmente consegui cumprimentar pessoas que passam ao meu redor, com um "bom dia" simples, algo que, pra mim, pareceria impossível olhando por volta de 2 anos atrás.
Cheguei a desistir um ano no ensino médio por dificuldade em permanecer em ambientes com muitas pessoas, era como se, eu estivesse me sentindo oprimida, excluída, mesmo sabendo que nada daquilo estava acontecendo. No ensino fundamental já tinha sofrido tanto que, quando entrei no ensino médio, estava em modo defensivo. Hoje em dia, as únicas relações profundas e boas que tenho são com meu namorado, que sempre me encoraja a melhorar a mim mesma, ele quem conseguiu me tirar dessa zona de conforto na qual eu estava presa de uma forma praticamente impossível de sair. Com minhas tias, irmãos e primas, que são pessoas boas, sempre gostam da minha presença, para fazermos algo juntos, brincar ou atividades do dia a dia.
Sei que sou melancólica e pessimista, quando faço esse tipo de relato, evito colocar tanto o meu "eu" que está dramatizando tanto. Realmente quero mudar, mas sinto que falta algo para que eu dê um salto maior, não sei se foram traumas da minha infância que ainda carrego, não só da escola, pois também já tive aversão a homens. Desde o primário escutava de professores que eu precisava fazer um acompanhamento psicológico. Isso soava tão ofensivo. Bom, eu estou novamento tendo devaneios e remoendo coisas do passado, imagino que eu também deva parar de remoer e ter tanto arrependimento. Eu só quero não me sentir tão diferente dos outros, eu não sei o que mais posso mudar, acrescentar.
Bom, este é meu relato, perdão pelo texto tão grande, agradeceria muitíssimo se alguém pudesse me ajudar.