Sou casada há 13 anos e tenho uma filha de 10 anos e recentemente pelo motivo de eu ter desinteressado da igreja por não me identificar com o pensamento das pessoas que lá convivem decidi não frequentar mais e para ser sincera nunca me identifiquei com a igreja evangélica.
O início do nosso namoro foi marcado com o posicionamento declarado do meu marido de que se eu não fosse evangélica a gente podia terminar, ocorreu que eu jovem, empolgada e cega e com um monte de pessoas do meio evangélico dizendo q ir pra igreja era o correto que eu deveria fazer eu batizei e me tornei membro da igreja mas definitivamente a igreja evangélica não é o meu lugar, digo isso porque tenho minha fé em Deus já fui católica e na época da igreja católica construi lembranças melhores que trazem até certa nostalgia.
Dito o histórico do meu ingresso na igreja evangélica, minha desistência agora digo minha situação atual defronte a tudo isso: meu marido está me responsabilizando pelo motivo da minha filha não querer ir pra igreja com ele, as brigas são constantes por esse motivo e ele diz o tempo inteiro q estou errada e repetiu a declaração da época do namoro depois de tanto tempo o que está fazendo eu me sentir minimizada como se a única coisa importante fosse eu ir para a igreja.
Não tenho com quem conversar porque as pessoas do meio dele vão dizer que ele está certo e que devo ensinar a minha filha a buscar a Deus mas eu não me sinto bem dentro da igreja, sou um peixe fora da água lá dentro.
Sou uma mulher trabalha, cuido da minha filha, nem a escola dela deixo pro meu marido pagar tento fazer tudo do modo certo, sou contra a punição pra criança super a favor da conversa, odeio a ignorância e acho meu marido superficial por super valorizar o fato de eu ir a igreja mas em relação ao nosso relacionamento ele é ignorante, individualista e emburra com tudo, neste exato momento está emburrado há dois dias dormindo inclusive em outro quarto desde q voltou do culto de domingo e tivemos uma briga por esse motivo
É de igreja que preciso ou divórcio?
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14 OUT 2022
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Jane,
Talvez nenhum dos dois... mas a resposta virá de dentro de ti.
Apenas compreenda o que está rolando. Lembra da parábola de Jesus Cristo "Dai a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus"?
Deus é vida; Cesar é o sistema. Deus é a espiritualidade e todos nós somos essencialmente espiritualidade. Sistema é tudo o resto: religiões/crenças, cultura, ensino, sociedade, costumes, tradições... A Igreja Católica, como a Evangélica pertencem ao sistema.
Enquanto a vida te dá a liberdade, o sistema te dá o limite, o julgamento, o certo e o errado, o pode e o não pode, o pecado e a virtude. Temos que ser o que somos: VIDA, mas temos que usar o sistema a nosso favor com muita diplomacia e flexibilidade.
As duas coisas são importantes, tem que haver harminização entre estas duas realidades.
A rigidez sempre causa rompimento, limitação, impedimentos.
Seu marido está sendo manipulado cegamente pela religião evangélica; voce também pode estar sendo manipulada pela igreja católica... ambas são instrumentos do sistema e o sistema quer apenas adequar, moldar, adestrar as pessoas ao que ele pensa, ao que ele quer. O sistema não se interessa se voce é feliz ou não; ele apenas atende de voce está adaptada ou não a ele. Por isso, nenhuma escola ou religião te perguntou se voce é feliz consigo mesma ou não; apenas pergunta porque não está adaptada a ela.
Precisam flexibilizar as relações, os diálogos, expôr sentimentos; como ele se sente, como voce se sente...
Abraços
Parabéns pela sua postura ponderada a respeito de sua trajetória e sua consciência ampliada sobre o desenvolvimento de sua filha. Você está dando o melhor para seu marido do ponto de vista moral, sendo sincera, não faltando com a verdade, e se abrindo para outras possibilidades que estejam mais condizentes com teu próprio ser, em seu próprio desenvolvimento como ser humano, com teu caminho individual. Ninguém deve impor sua Fé e sua maneira de chegar a Deus para outras pessoas, pois isso é algo muito pessoal e de foro íntimo. O que adianta você ir para igreja evangélica, se aquilo não faz o nenhum sentido para você, ou para sua filha também, que aliás, ainda não está em época adequada para ela própria escolher a religião dela? Assumir a nossa verdade perante os outros, com amor, respeito e dignidade, como você demonstra, é um presente para nós e para o outro. A sinceridade, quando posta desta maneira, deve libertar, e não aprisionar. É neste momento em que floresce a possibilidade real do acolhimento e da aceitação do outro. É onde o amor pode se manifestar, dentre uma de suas inúmeras faces. A Fé, quando proferida sem sentimento de pertencimento e verdade, torna-se vazia e sem propósito, e não ajuda no nosso crescimento nem na nossa melhora enquanto seres humanos. É indicado que você possa ter uma conversa com franca e aberta com seu marido, informando suas escolhas, explicando o motivo delas, e pontuando que tanto você, quanto ele, quanto sua filha, devem ter a liberdade de escolha da religião que mais proporcionem o sentido de verdade para cada um. Em algum momento, pode ser que você tenha que tomar uma decisão, mas acredito que você já estará mais segura e tranquila sobre suas escolhas.
Olá Jane! Que bom que você escreveu isso. Ecclesia quer dizer povo de Deus, daí a palavra igreja; religião quer dizer religação; religação quer dizer religação com Deus. Há religação com Deus quando as pessoas são honestas, respeitosas, cooperadoras, compreensivas, dialogadoras, usam a inteligência e as evoluções para fazer coisas justas, respeitosas, empáticas. É preciso haver tolerância, flexibilidade, conversa, argumentação, uso da inteligência. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Não se deve cultuar ídolos. Nem Pastor, nem padre, nem ninguém, recebeu poderes fantásticos de Deus para manipular as pessoas.
Assim sendo você pode dialogar, orientar sua filha, desde que pense na ética, na saúde, no conhecimento, no respeito aos diferentes, mas especialmente, sem violentar a tua essência.
Sabedoria e discernimento para ser ponto de ponderação, justiça, empatia, respeito, conexão com a evolução e o resgate da democracia (governo da maioria do povo, em atenção para a necessidade da maioria do povo).
Estou a disposição para aprofundamentos.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. As mentiras ainda perduram nos falsos religiosos e políticos com intenções egoístas. É impressionante como falsos religiosos usam a fé dos mais simples, para manipular e levar vantagens. Resgatemos a democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador vocacional.
Oi Jane,
O que você precisa é de Paz e de ser Feliz e não se anular para fazer o outro feliz, entende?
Jane, nesse momento a psicoterapia ira te ajudar muito nas suas decisões. Ter um espaço neutro para falar e desabafar sem ser julgada é fundamental para tomar uma decisão, sem gerar traumas para você e para sua filha. Se quiser aprofundar nesse assunto, me procure.
Rute Martins - psicóloga clinica
