Como poderia eu me sentir bem como antes, sem ter que lidar com quem sou agora?

Feita por >Gustavo · 16 jan 2023 Abordagem psicológica

Eu nasci em 1993. Um bebe aparentemente saldável (ou clinicamente sadio, por assim dizer), mas minha infância foi parcialmente "feliz". Digo isso, porque meu pai era um homem muito difícil de lidar e ele parecia descontar o estresse do dia-a-dia em mim ou em meus irmãos. Ele fez tudo que poderia ter feito para nos manter seguros, alimentados e educados, mas ele nunca deu muito amor. No lugar de abraços eram jogos eletrônicos e broncas sobre a quantidade de tempo que passava na internet. Comecei a sofrer bullying na escolinha, e eu só tinha sete anos. Eu queria descobrir as coisas, mas tinha medo de todas as pessoas que me machucavam verbal e fisicamente, incluindo eu pai. Ele me tratava como um bichinho de estimação que só precisava de comida, água e algum brinquedo para se entreter. Isso durou por anos, até minha adolescência era controlada (sem festas, sem ficar na rua até tarde, nada de amigos estranhos ou pessoas estranhas em casa). Eu comecei a me sentir triste. Tive meus primeiras crises de ansiedade quando criança e apesar de ter sido apenas algumas vezes, eu ainda tinha durante a adolescência, onde o bullying e as responsabilidades me perseguiam. Eu procurei deixar tudo certo, como fui ensinado, mas eu falhei diversas vezes e eu sempre me senti estranho. Culpei a mim mesmo por todos os erros que cometi como pequenos furtos, fugas durante a noite em busca de diversão e algo que pudesse me fazer me sentir mais completo ou feliz. Em 2010 eu tive a discussão mais feia com o meu pai e desejei em pensamento que ele estivesse morto, mas uma parte de mim não queria ser essa pessoa maldosa. Eu sempre fui muito pacífico e gentil, mas não com meu pai. Eu era rude, grosso e insensível. Depois da briga eu decidi fugir de casa, ou fugir do que eu poderia ser. Não queria confusões, mas acabei magoando meus irmãos e minha mãe, pois minha fuga causou estresse e medo neles. Eu comecei a vida em uma nova cidade, onde eu não conheci ninguém. Fiz amigos e encontrei um trabalho. Eu me relacionei também e todas essas conquistas pareciam me deixar esperançosos sobre coisas boas em minha vida. Eu vivi 5 anos modestos de pura contemplação e busca do meu eu interior. Não existia mais ansiedade, medo ou dor. Eu estava saudável, como todo bebê que merece vir ao mundo. Mas a fase adulta tem seus obstáculos e desafios e por ter pouca experiência com o mundo exterior, isto é, fora dos muros da casa onde eu vivia, comecei a me dar mal em muitos negócios. Meu relacionamento chegou ao fim, perdi meu emprego e os próximos foram experiência desgastantes. Parecia que eu tinha algum problema da qual eu não conseguia lidar com relações entre pessoas. Eles me pediam agilidade e esperteza e eu sempre fui lento, sensível e retraído. Eu não conseguia passar nas experiências de emprego. A média de tempo entre cada empresa era de 4 meses. As pessoas gostavam de mim e eu gostava delas e do que fazia, seja lá o que fosse, mas eu sempre estragava de alguma forma. Uma resposta grossa, um tom de voz desafiador, uma negligência. Talvez tudo isso fez com que eles vissem que eu não levava a vida à sério. Então eu decidi a voltar para casa. Meus pais se separaram e eu fui morar com minha mãe. Eu já tinha 25 anos. Eu não tinha muito contato com meu pai, mas sentia que deveria vê-lo e fiz isso. Foi normal. Achei que ele me bateria. Mas poderia ele bater em um adulto, para por fim, se arrepender e oferecer dinheiro em troca de redenção?. Como sempre foi.
Ser um adulto na casa da mãe me pressionava a buscar trabalho ou ser alguém na vida. Pelo menos ocupar a mente com algo, mas eu não conseguia mais sair do conforto da casa da minha mãe. Eu tinha medo do mundo (medo de trabalhar não sei... talvez, medo de ser descartado ou de errar e ser dispensado mais um vez). Fiquei alguns anos gastando minha vida dentro de casa e pulando de emprego em emprego, ou só me divertindo com jogos eletrônicos, pornografia gratuita que já não me excitava e relações curtas e instáveis. Durante a pandemia do Corona Vírus eu fui infectado. Eu fiquei 30 dias doente e pensei que iria morrer. Apesar de tudo. Eu não queria morrer!. Eu tive várias crises de ansiedade, ataques de pânico ou seja lá como são chamadas. Eu estava vivendo um inferno mental. Era tão intenso e ruim que chegava a ser contraditório, apesar do medo da morte, existia algo nela que me dava a esperança de conforto e paz e se assim fosse, eu poderia morrer (pois acreditava que assim a tortura mental cessaria de vez e seja lá para onde eu fosse depois de morto, que fosse especial e tranquilo. Um lugar onde você apenas precisa ser você, sem dor, julgamento ou pressão).
Eu iniciei acompanhamento com u psiquiatra e fui diagnosticado com TAG. Uma das possíveis causas? Bem, talvez minha quase experiência com a morte, através do processo doloroso que foi o covid mais a ansiedade. Iniciei tratamento com fluoxetina e "amitril", e obtive resultados significativos dentro de seis meses. Comecei a namorar, consegui um emprego e estou feliz! Eu estou feliz de novo! Mas... ela volta. Ela sempre volta quando eu estou sozinho. É uma sensação de estranheza, como se eu fosse estranho, como se eu me sentisse sensível com o mundo e tudo e todos fossem excessos em minha vida. Nestes pequenos intervalos de crises, desejaria ser um pedra, imóvel e estável, mas eu não controlo meus sentimentos ou pensamentos e é ai que ela surge, como uma bela dama da morte prestes a estragar tudo. Eu começo a surtar por qualquer coisa. Se os cães estão brincando e fazendo muito barulho, eu me irrito, grito com eles e volto a fazer o que estava fazendo. Meu namorado? Tenho medo de quem sou para ele. Ele me ama e eu o amo muito, mas às vezes eu não quero ser tocado, ou abraçado, ou até mesmo tratado como eu costumava ser tratado e é ai que eu acabo falando o que tenho em mente e acabo machucando... Sei que palavras machucam mais que qualquer outra agressão, mas eu não quero ser assim. Eu quero ser um bom homem, eu quero poder trabalhar e ensinar. Eu quero poder fazer as coisas de um modo positivo e deixar de vez por todas o mostro que mora dentro de mim. Eu não quero ser malvado, mas às vezes eu penso coisas maldosas das quais me arrependo quando reponho à consciência no lugar. Seria eu bipolar, louco ou algo do tipo? Eu não sou um perigo, eu sei disso, mas talvez eu seja meu maior inimigo e eu temo muito isso. Eu só quero ser "normal"...

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