Transtorno bipolar, transtorno de humor ou oscilação de humor?

As pessoas fazem buscas no google a respeito de transtorno bipolar, ou chegam ao meu consultório dizendo que “acham" que tem transtorno bipolar ou mesmo outro transtorno de humor.

10 SET 2019 · Leitura: min.
Transtorno bipolar, transtorno de humor ou oscilação de humor?

As pessoas fazem buscas no Google a respeito de transtorno bipolar, ou chegam ao meu consultório dizendo que "acham" que tem transtorno bipolar ou mesmo outro transtorno de humor. Acontece demais.

Acontece também que pessoas em rodas de amigos ou em consultas se referirem a seus colegas ou parceiros dizendo: "Acho que ela ou ele é bipolar".

É bom esclarecer que diagnósticos feitos desta forma são muito perigosos e delicados. Primeiro porque assustam àquele que fez esta pesquisa por se acreditarem com uma doença.

Segundo porque de fato interfere na autoestima deste "pesquisador" trazendo-lhe insegurança. Dá aquele friozinho na barriga que nos diz: "nossa, e agora, o que eu faço comigo mesmo?"

Importante frisar que o transtorno é uma doença psiquiátrica importante, grave, de diagnóstico não tão simples e que deve ser feito por médicos psiquiatras.

Outros profissionais de saúde, por mais experientes que sejam e até mesmo outros médicos observam os sinais e sintomas e encaminham para aquele que possui expertise suficiente para a pesquisa, diagnóstico e o acompanhamento dos casos buscando o bem viver.

Esta seria a forma adequada e responsável de nos debruçarmos sobre qualquer dificuldade. Com alguém capacitado para tal junto conosco.

Outro dia recebi de um colega psicólogo um texto dizendo como os psicólogos montam seu "negócio/consultório" sem nenhum conhecimento a respeito de fluxo de caixa ou nada mais a respeito de negócios.

Pois é. O que mais vemos por aí são pessoas em geral "metendo a colher"na área da psicologia e se "arvorando" de grandes especialistas na mente humana com um cursinho de um ou dois anos.

Ora, conhecimento se faz com anos de estudos, curiosidade, trabalho consigo mesmo e experiência, vivência mesmo.

O transtorno bipolar faz parte dos transtornos de humor e possui períodos de depressão grave (de meses) alternados com períodos de humor em elação (euforia ou mania), com todo o quadro característico de cada um deles, por exemplo uma pessoa em elação pode falar alto, rápido, pode falar coisas impróprias, pode jogar desmedidamente, gastar o que não pode, mostrar-se excessivamente desinibido e assim por diante alternado com períodos de depressão por vezes profunda com total desinteresse pelas atividades da vida diária e que normalmente dão prazer, isolamentos, alteração do sono em ambas as fases, do apetite inclusive sexual etc…

O que caracteriza um transtorno bipolar, além da instabilidade emocional, é a intensidade, duração e a quantidade de sintomas, com crises tanto de depressão quanto de euforia longas e com mudança brusca, dificultando a convivência familiar e social de forma geral.

Esta doença possui difierentes graus de intensidade mas é esperada em 9% da população o que já é uma porcentagem bastante elevada.

Porém, alternancias de humor durante até mesmo um mesmo dia, acontecem com todas as pessoas e precisam ser observadas pelo possuidor de tais alterações com o propósito de uma busca de uma vida mais equilibrada e feliz.

Ter momentos de tristeza durante a vida e mesmo durante o dia, alternados com outros de alegria são perfeitamente naturais e acontecem com todos nós pois estamos sujeitos e expostos a situações diversas o tempo todo.

No meio da partida do nosso time preferido e daquela gol genial podemos receber um telefonema do porteiro avisando que nosso carro está sendo guinchado o que nos deixa tristes e até com raiva modificando nosso humor completamente sem que isto tenha nenhma relação com qualquer transtorno de humor, e sem que tenhamos que brigar com ninguém, principalemte com aaqueles que amamos ou que simplesmente estão ao nosso redor.

Podemos levar uma ombrada de um grandão mal educado no vagão do metrô o que nos deixa bravos e ansiosos mas nem por isso precisamos carregar esse sentimento conosco espalhando mal estar pelo mundo.

Somos responsáveis pela vida que vivemos, pelo mundo em que nos movimentamos e pela energia que vibramos ao redor e temos a necessidade de aprender a lidar com as adversidades da vida de forma equilibrada e com o posicionamento que a situação requeira sem ficarmos projetando as nossas frustrações naturais da vida pelo mundo afora e sem nos sentirmos vítimas ou algozes ou culpados ou bastiões da verdade.

Para buscarmos este centramento e equilibrio dinâmico necessitamos olhar para nós mesmos sem medo do que vamos encontrar.

Essencialmente somo bons; no centro sempre há leveza e para nos ajudar, existem à nossa disposição diversos tipos de psicoterapia que na verdade são veículos de autoconhecimento e que nos ajudam a aproveitarmos da melhor forma possível da grande riqueza do nosso potencial criativo e podermos chegar a ser realmente HUMANOS.

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Escrito por

Sandra Colaiori Psicologia

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