Transtorno bipolar: o risco do diagnóstico tardio

O transtorno bipolar é uma patologia grave, que precisa ser devidamente tratada para minimizar os efeitos nocivos na vida da pessoa. O problema é que o diagnóstico nem sempre é fácil.

28 MAI 2018 · Leitura: min.
Transtorno bipolar: o risco do diagnóstico tardio

O transtorno bipolar afeta mais de 30 milhões de pessoas no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele compromete o regulamento das emoções, desencadeando um comportamento marcado por uma alternância entre episódios de euforia e de depressão.

Parece familiar? Já ouviu falar sobre o transtorno? Acredite, você não faz parte da maioria. De acordo com os especialistas, cerca de 50% dos casos de transtorno bipolar ainda permanece sem ser diagnosticado, o que acarreta incontáveis prejuízos à rotina da pessoa. Falta de conhecimento, inclusive no setor de saúde, e sobra preconceito. Um quadro grave, que precisa ser revertido através da conscientização.

O transtorno bipolar é uma patologia séria, mas que costuma ser mal diagnosticada em pelo menos um terço dos casos. Muitos pacientes acabam sendo tratados para depressão, o que dificulta o controle dos sintomas. Costuma passar cinco anos até que a pessoa consiga receber o diagnóstico correto, sem contar o recorrido por distintos profissionais. Isso ocorre em função do paciente no outro extremo da depressão – mania – sentir-se eufórico e experimentando muito prazer, o que não propicia a busca por avaliação médica prejudicando a avaliação do médico quando recebe o paciente quando a demanda depressiva.

O peso do diagnóstico inadequado

Quando uma pessoa com transtorno bipolar recebe tratamento somente com antidepressivos, acaba experimentando uma potencialização dos episódios de mania. Fica mais irritada, agressiva, e não são raros os casos de pensamentos suicidas.

Conforme especialistas, cerca de 25% dos pacientes acaba tentando suicídio pelo menos uma vez. Essa cifra poderia ser reduzida pela metade, se todos os portadores do transtorno bipolar recebessem o devido tratamento.

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Mas o problema não para por aí. Metade dos pacientes que são tratados por transtorno bipolar acaba suspendendo a medicação por conta própria, justamente naqueles momentos em que acredita estar recuperado. Psicólogos ressaltam que há uma relutância em compreender que se trata de um problema recorrente:

Quando começa a sentir os efeitos dos medicamentos, a pessoa em tratamento simplesmente não aceita que pode voltar a ter novas crises.

Interromper o tratamento desta forma é desaconselhável, e dificulta o enfrentamento exitoso do quadro, já que a taxa de reincidência da crise é de 90%. A pessoa não fica livre dos episódios, vê suas relações serem comprometidas, muitas vezes perde seu trabalho… E o sofrimento causado pelas consequências sociais, afetivas e familiares pode ser ainda maior que os sintomas físicos da própria patologia.

A importância de um diagnóstico precoce

Você sabia que o transtorno bipolar é a sexta causa mais comum para o afastamento do trabalho por incapacidade? Como afeta os mecanismos que regulam as emoções, a pessoa experimente alternâncias bruscas de humor, com reações intensas e disfuncionais.

Os episódios de euforia (mania) duram ao menos 7 dias, e são seguidos por outros 15 de depressão, porém podem alternar por semanas ou meses. Tantos altos e baixos têm um impacto extremamente negativo. O diagnóstico precoce é importante para prevenir o deterioramento físico e cognitivo associado ao transtorno, além de melhorar a qualidade de vida global da pessoa.

O tratamento do transtorno bipolar compreende psicoterapia e o uso de medicamentos. Para um diagnóstico confiável, a entrevista clínica detalhada é fundamental, investigando detalhes do histórico do paciente e também familiar.

Se você experimenta alterações de humor bruscas e persistes, é fundamental buscar um profissional especializado em transtorno bipolar, seja da área de psicologia ou da psiquiatria. É a forma de confirmar ou descartar a patologia.

Fotos: MundoPsicolgos

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Comentários 2
  • Fábio Gonçalves dos Santos

    Já ouvi casos da pessoa ter a doença evoluída por falta de tratamento. O cérebro, em alguns casos, se deteriora e a pessoa perde tempo e qualidade de vida. Aprendi que é fundamental o tratamento para evitar até uma evolução da doença para pior.

  • Helen cleila stelle

    Eu gostaria de saber qual medicamentos tomar e se esse medicamento e continuo e tem alguma alteração como sono ou algo assim q já me tratei com antidepressivo e me deixou topada

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