Transição de carreira: por onde começar?

A decisão de mudar de carreira não surge de um dia para o outro. Ela funciona quase como quando começamos a usar óculos. A princípio, a visão embaçada só gera um pequeno incômodo, talvez uma dor de cabeça, mas daí bate uma certa preocupação e resolvemos buscar um oculista. Com nossa carreira pode acontecer o mesmo. Você percebe que algo não está no lugar, primeiro surge a insatisfação, muitas vezes até ansiedade e burnout. Outras vezes precisa de um empurrão, como ser demitido de seu trabalho. Apesar de não ser esse o cenário ideal, só aí nos questionamos se estávamos no lugar certo.

Digo que somos forçados a mudar de carreira quando somos demitidos porque vemos uma nova realidade se instalando ainda mais em no momento em que levamos em média 12 meses para nos recolocarmos. Segundo estudos, o conhecimento humano dobra a cada 13 meses. Esse é o contexto dado pelo (já não tão futuro) Futuro do Trabalho, Digitalização e Indústria 4.0, talvez nesse meio tempo seu trabalho deixe de existir como você o conhece.

Uma alternativa para termos um espaço no mercado é a de nos reinventarmos e aumentarmos o leque de nossas possibilidades. Porém, não espere a água bater em você para mudar de lugar. Você pode começar sua jornada enquanto ainda tem um trabalho e, se precisar mudar, não precisará começar do zero.

Aqui vou dar algumas dicas de como investir na carreira e como esse investimento pode facilitar sua transição. Veja como:

• 1) Saiba o porque: Entenda o porque você faz o que faz. O que te satisfaz no seu trabalho e dia a dia? O que te move? Te dá energia? Te anima e empolga? Comece a puxar esse fiozinho... e você vai chegar no seu propósito, ou começar a caminhar no sentido dele;
• 2) Saiba o como: Mantenha-se constantemente aprendendo. Esse aprendizado não precisa ser formal ou custar fortunas. Existem opções de formação gratuita, como o Coursera, aonde você pode se manter atualizado. Nos novos contextos de trabalho, o "lifelong learning" (aprendizado ao longo da vida) é uma realidade urgente. Novas tecnologias e tendências surgem a cada dia. Para se ter uma idéia, hoje, 60% dos jovens que ingressam na formação superior trabalharão em funções que ainda não existem – imagine a sua profissão se não vai ser reinventada?;
• 3) Saiba quem: Não fazemos nada sozinhos. Temos nossas fortalezas e deficiências, e é fundamental se conectar a profissionais com que possa formar uma rede que se alimenta continuamente. Ofereça suas fortalezas, conte com um apoio para as suas deficiências. É essa a verdadeira tradução de se construir um "Networking". Essa rede de conexões pode, inclusive, abrir portas.

Não se esqueça, fazer uma transição é possível, mas mais importante ainda é de que ela seja consciente e planejada, já que o caminho nem sempre é fácil. Como parte do processo, ter uma reserva financeira e contar com o apoio de orientadores e mentores é fundamental. E é aí que surge o trabalho de um psicólogo especializado em transição de carreira, para ajudá-lo a trilhar esse caminho e descobrir lá no final que existe sempre um lugar ao sol!

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