O papel do orientador profissional - vocacional

O homem é, antes de mais nada, um projeto. Um projeto que se vive subjetivamente. (…) O homem não é outra coisa senão aquilo que se faz. Jean Paul Sartre

12 ABR 2016 · Leitura: min.
O papel do orientador profissional - vocacional

O processo de orientação ou reorientação profissional é uma atividade que vem despertando interesse de jovens prestes a ingressar no mercado de trabalho, geralmente por cursos técnicos e cursos de graduação. Para auxiliar nessa escolha, poderão contar com o auxílio de profissionais capacitados nesse campo – o orientador profissional.

Por volta dos 18 anos de idade o jovem percebe que suas escolhas poderão ir além da escolha de uma profissão. Outras questões estão em jogo, tais como relações familiares, relações amorosas, planejamento para o futuro, viagem ao exterior, aprendizado de idiomas, etc. Muitas situações novas surgem ao iniciar a vida adulta e muitas vezes sente-se despreparado para os novos desafios.

Para auxiliar no processo de orientação ou reorientação profissional, o orientador profissional lança mão de diversas estratégias, entre outras, entrevistas e diálogos iniciais, aplicação de testes, visitas às empresas e promoção de bate-papo com profissionais que já atuam na área em que o orientando demonstra interesse. O orientador é um profissional que deve perceber o orientando como um sujeito em processo de evolução e não deve estar focado tão somente em auxiliar na escolha da profissão informando sobre carreiras e profissões. Embora o objetivo final seja definir uma profissão, deverá estar compromissado na busca de uma identidade pessoal, com vistas a um projeto de vida mais amplo, que englobe outras facetas da vida, não limitado à profissão. Deve promover o autoconhecimento do orientando com vistas a desenvolvê-lo para a vida.

Conforme aponta Bohoslavsky (1993), serviços de orientação profissional cujo objetivo limita-se a dispor informações sobre diferentes profissões, apresentam resultados muitas vezes insatisfatórios. Não levam em conta que somos dinâmicos, que estamos num processo contínuo de mudança de personalidade. Da mesma forma, o mercado é dinâmico e certas idealizações no presente poderão não representar a realidade futura.

  • Entre outras questões, caberá ao psicólogo avaliar as seguintes questões junto ao cliente:
  • Este é o momento mais adequado de iniciar um processo de orientação profissional?
  • É possível definir uma profissão sem a necessidade de processos psicoterápicos?
  • O orientando dispõe de maturidade para iniciar um processo de orientações profissional?

Por fim, mas não esgotando o assunto, o próprio orientador deverá autoanalisar-se e ponderar se é o profissional mais indicado para auxiliar no processo de escolha.

A psicoterapia aliada à orientação profissional proporcionará ao jovem maior assertividade em suas escolhas. O projeto tem determinado tempo de duração. Iniciará com a psicoterapia e em determinado momento iniciar-se-á o processo de orientação profissional.

Para aqueles que buscam um processo de reorientação profissional, os mesmos aspectos acima deverão ser considerados, acrescentando uma variável: por qual razão a pessoa deseja mudar de profissão, de carreira? Diferentes circunstâncias da vida poderão motivar essa necessidade, logo, vale destacar que "a maioria das pessoas tem potencialidades que jamais são desenvolvidas simplesmente porque as circunstâncias em suas vidas jamais as exigiram" Gardner (citado por Lorsch e Tierney, 2003).

Vale destacar que tão somente a aplicação de testes é limitada e poderá resultar em escolhas equivocadas. O processo é complexo e dinâmico, e deverá contar com total empenho do orientador e orientando para o alcance de resultados plausíveis.

Foto por: CollegeDegree360 (Flickr)

PUBLICIDADE

Escrito por

Antônio Carlos Lançoni Júnior

Consulte nossos melhores especialistas em orientação profissional
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

últimos artigos sobre orientação profissional

PUBLICIDADE