Esse final de semana estávamos conversando sobre sexo e surgiu o assunto de vídeos pornôs. Me surpreendi quando minha esposa confessou que gosta de assistir vídeos em que somente mulheres tem relação e que ver o sexo entre homem e mulher não "tem graça" e que de lésbicas é muito mais interessante. Temos uma filha e somos casados há 7 anos. No início nosso sexo era bem ativo, quase que diário. Nossa relação sexual anda bem fraca nos últimos meses e parece que quando há o ato, ela não se sente a vontade de tocar em minhas partes íntimas, como se fizesse mesmo por obrigação de me fazer satisfeito. Eu conversei com ela, perguntei se ela sente vontade de experimentar um ménage e ela disse que o "momento lésbico" dela se resume ao momento da masturbação, que no mundo real ela talvez não teria coragem de se relacionar com outra mulher. Eu sempre tive medo dela se separar por conta de algum homem, mas agora estou com medo de perder ela pra uma amiga. Agora ela mal toca no assunto quando tendo entender melhor o que ela sente pra saber que direção tomar. O pior de tudo é que nesses dois dias desde a conversa, eu mal consigo olhar pra ela. O que fazer?
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4 SET 2020
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Marcelo, Sou Geime Rozanski – Psicoterapeuta
Sua mulher quer sentir prazer e você deve dar isso a ela. Se terminar em sexo ou não, não tem importância. Importa é dar a ela o máximo de prazer. Aprenda em como dar prazer para sua melher, aprenda a também sentir prazer. Ela percebe que e não sente prazer contigo. Em vez de ficar constrangido, agradeça a ela por ela ter falado a verdade contigo. Ela está correta. Então vocês dois podem buscar isso a aprender juntos. Sentir prazer não é fazer sexo. Ela sente que contigo, o prazer não vem, fica frustrada e apela para a internet. O rolo entre as mulheres é diferente... elas sabem se tocar, como tocar, onde tocar. O homem, vai direto ao finalmente , só pensa em penetrar ela, gozar e acha que é isso... e isso frustra ela. O corpo da mulher é diferente do homem. Aprendemos a frustrar a mulher sexualmente. Então temos que pedir a ela como ela gosta, o que ela gosta, onde ela gosta, com quem ela gosta.
Aproveita e convide-a a fazerem psicoterapia de casal para os dois aprenderem esta arte. Há muitos preconceitos que estão afastando vocês do verdadeiro prazer.
Olá Marcelo! Grato por participar. Pelo relato, sua esposa deu um passo que muitas pessoas não dão. Ela comentou sobre uma fantasia. Esse tipo de fantasia, tanto em mulheres, quanto em homens, é muito mais frequente do que o revelado. Há uma distância muito grande entre o pensar e o realizar. Sobre a vida sexual de vocês, é preciso conversar com inteireza, com honestidade, mas também com espontaneidade, sem pressões. Não tente adivinhar ou prever hipóteses que te machuquem. Pelo relato, o fato de ela falar sobre isso, parece mostrar muito mais o lado saudável da comunicação dela do que qualquer objeto de preocupação, pois ela mesma relata que supõe não ter coragem para ousar a prática dessa fantasia. As pessoas devem ir a lugares de onde possam voltar por inteiro.
Será interessante você refletir sobre a tua inteireza, será importante tua esposa ponderar sobre a inteireza dela, será importante vocês incluírem nessa inteireza muitos aspectos importantes como a filha que vocês têm, assim como nós psicólogos, precisaremos incluir nossa humanidade, nossa história de formação inteira, nossas construções originais.
Espero ter ajudado. Estaremos à disposição, se for o caso, para possíveis esclarecimentos e aprofundamentos.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia, sejamos razoáveis: ética, abertura mental, empatia, Ciência!)
Boa noite Marcelo. Obrigado por seu relato aqui.
Sobre as questões que mencionou ela tem essa curiosidade em assistir, mas não em praticar. Importante para que possamos comentar algo entender como se dá a relação de vocês, como é a rotina do casal.
Na terapia Cognitivo Comportamental entendemos que tem uma situação, leva a uma emoção e essa emoção leva ao comportamento.
Por isso que seu comportamento de não conseguir olhar a ela está bem presente.
Fico à disposição
