Como viver a vida sem sentir culpa? Quero a independência...

Feita por >icls88 · 13 mai 2024 Abordagem psicológica

Tenho 35 anos, em breve farei 36. Sou a caçula de 3 filhos (2 homens e eu, mulher). Tem uma boa diferença de idade entre mim e meus irmãos (13 e 10 anos respectivamente). Quando foram embora de casa, eu era criança em uma saída e na outra, uma pré-adolescente. Mas antes de tomarem o rumo de suas vidas, meu irmão aprontaram demais com uso de drogas, roubos e coisas do tipo e eu, cresci vendo o tamanho do sofrimentos dos meus pais, com toda aquela mistura de sentimentos que conseguia identificar como raiva, tristeza e decepção.

Logo, comecei a me comportar como a filha que não pode errar. Sim, achei que fazendo isso, meus pais sentiriam orgulho e não se decepcionariam comigo ou ficariam bravos ou algo do tipo, mas a vida nos ensina que não é bem assim. errei algumas vezes e eles se sentiram como falei acima, mas, para o que para eles poderia ser um sentimento corriqueiro, pra mim, era o fim do mundo.
Sempre me cobrei para ser uma pessoa que não pode falhar e nas vezes que falhei, me senti horrível. Era e ainda é, como se eu me sentisse a pior pessoa do mundo, que não valia nada, que só causava dor, decepção e tristeza nos meus pais.
Poucas vezes meus pais falaram algo do tipo para me machucar, ou esbravejar de uma forma mais agressiva, apesar disso, eu fazia isso comigo mesma. Dando tapas em meu rosto, me xingando, me colocando pra baixo e me depreciando cada vez mais.

Os anos passaram, cresci e continuem fazendo exatamente as mesmas coisas, mas foram se agravando: comecei a mentir , a me sabotar, procrastinar e tentar fazer àquilo que eu acreditava e ainda acredito que deixava meus pais felizes.
Nessas sabotagens, comecei diversas graduações, mas não terminei nenhuma, marcava entrevistas de emprego, mas não ia, pois não me achava competente o suficiente para o cargo, que olhariam mais o meu excesso de peso do que a minha capacidade, que o mundo era e ainda é, das pessoas mais bonitas e favorecidas, todos os tipos de pensamento possíveis vinham a mente como forma de tentar justificar o porque estava fazendo isso comigo.

Nunca fiquei um bom tempo em uma emprego, mas enfim, após anos, consegui passar quase 4 anos em um e enfim, me senti um ser humano capaz de mostrar minhas habilidades e me tornei confiante.
mas ao perder esse emprego há 2 anos, meu mundo desabou.
Me depreciei ainda mais, engordei mais 30 quilos, o hábito que tinha de não sair de casa, passou a ser ainda mais forte e presente.

Ainda moro com meus pais. Nunca consegui sair de casa, nunca tive a coragem e a força para fazer isso e ao ver meus irmãos com suas famílias, suas casas, suas vidas encaminhadas, mesmo passando por percalços que todo mundo passa, me sinto ainda mais horrível.

Meus pais estão envelhecendo e ficando cada vez mais doente e toda vez que acho que algo vai encaminhar pra mim, algo acontece com eles e acabo desistindo, muitas vezes acredito que é o lado sabotador se agarrando a isso e tentando justificar novamente os meus fracassos.

Com isso, percebi que meus pais tem um lado manipulador, principalmente meu pai. Ele sabe exatamente como me atingir para me fazer sentir culpada em querer ter uma vida, em ainda estar na casa deles e me ajudar financeiramente. Ela o faz com um sorriso no rosto, com palavras doces mas desconfortáveis e sempre se colocando como vítima de todos os membros da família. Joga os filhos uns contra os outros, espalhando reclamações se vitimizando e sempre com aquele disse me disse disfarçado de conselhos e desabafos. Sou sempre uma das pegas por ela, já que estou na casa dele e ele sabe como me mexer comigo, principalmente quando cito que vou embora um dia. Fala que sentirá a falta, que sou o braço direito, que não sabe como fará as coisas sem mim e etc, como se ele nunca tivesse sido independente e mandado os filhos para o inferno já que sempre bateu no peito que não precisava de ninguém.

Hoje, me sinto velha, sufocada, sem estabilidade emocional, com medo de falar o que penso e quero e machucar, medo de decepcionar e não saber o que fazer da minha vida.
Me sinto aflita, perdida, sem rumo, horas sinto raiva dos meus pais, principalmente do meu pai e irmão do meio (que é cheio de críticas a todos da família e sempre usa de palavras grossa e um jeito estúpido para lidar com os outros e se sente o dono da razão, sempre querem humilhar e pisar em todos). Horas sinto pena, horas fico de saco cheio e horas em que apenas desisto de tudo, e tento encarar isso como o meu destino.

Mas estou cansada, não aguento mais me sentir assim, choro com frequência, me sinto frustrada e desanimada por minha vida não andar, não conseguir um emprego, estar atualmente com 135kg, quilos ganhos com comendo compulsivamente para tentar aliviar as dores e sentimentos negativos que sinto ...
São tantas coisas, soi ciente que tenho que mudar e isso só depende de mim, mas sinceramente, não sei o que fazer, por onde começar.

Não quero ficar longe dos meus pais, mas não aguento mais essa situação. Eu quero e mereço ter uma vida independente, ou será que não?

Me ajudem ...

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A melhor resposta 22 JUL 2024

Olá, imagino como tem sido difícil lidar com todos esses pensamentos, todos eles são válidos e falam de uma vida. Queria te dizer que a mudança é muito possível e que em alguns momentos devemos ser egoístas (se colocar em primeiro), cuidar de si deve ser a prioridade, isso não diminui a importância dos seus pais, a preocupação com eles, mas faz com que você esteja bem para inclusive cuidar de outras pessoas!
O começo é difícil, dar o passo para fora dessa situação será difícil, a pergunta central deve ser: o que compensa mais para você? Vale a pena permanecer nesse mesmo contexto e continuar se sentindo assim ou vale a pena tentar outros caminhos? A psicoterapia pode ser um deles!
Estou a disposição! Abraço!

Monica Damasceno Psicólogo em Parnaíba

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