Compulsão sexual: quando o sexo vira dependência

Qual é a linha que separa uma pessoa com alta libido daquela que sofre de compulsão sexual? Veja a seguir os principais sintomas desse tipo de dependência e por que é importante tratá-la.

19 SET 2018 · Leitura: min.
Compulsão sexual: quando o sexo vira dependência

O desejo sexual não deixa de ser um dos componentes para uma vida saudável, já que o sexo traz uma série de benefícios físicos e psicológicos. E, seguramente, a maioria das pessoas que estão em um relacionamento vão concordar que, quanto mais alto o desejo, melhor.

Porém há casos em que o desejo sexual se transforma em compulsão, desencadeando uma necessidade excessiva de estimulação e fantasias, que configura um transtorno chamado hipersexualidade. Afeta homens e mulheres, independentemente da idade ou da orientação sexual.

A compulsão sexual na mulher também é conhecida como ninfomania. Já no homem, o transtorno recebe o nome de satiríase. A pessoa acaba manifestando comportamentos compulsivos em relação ao sexo, recorrendo excessivamente à masturbação, a recursos como pornografia e, inclusive, a manter vários parceiros ao mesmo tempo.

Mas como identificar que o apetite sexual está se transformando em compulsão? Na hora de responder essa pergunta, os especialistas explicam que o vício por sexo compartilha características com os demais tipos de dependência.

O que inicialmente é algo prazeroso e divertido, vai se intensificando, se tornando mais frequente, até o momento em que a simples ideia de ser privado do estímulo, no caso, a atividade sexual, desencadeia sintomas de ansiedade. Muitos tentam reprimir o impulso, o que sem o devido acompanhamento profissional só serve para aumentar o mal-estar físico e psicológico por não ceder à dependência. A falta de controle só vai aumentando com o tempo.

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Possíveis causa da compulsão sexual

 As causas para manifestação deste transtorno podem ser inúmeras, envolvendo o conceito biopsicossocial. Consideram-se possíveis pré-disposições e alterações orgânicas combinados a fatores psicológicos e sociais, que podem envolver: traumas, histórico de negligência, situações de abuso, violência ou necessidade de demonstrar virilidade

Quem sofre com esse tipo de dependência, sofre com próprios sintomas e também por todos os problemas de relacionamento que a compulsão sexual pode provocar na vida social e familiar. Quando a pessoa vive um relacionamento de casal, é ainda mais delicado, pois provoca falta de confiança, brigas constantes e infidelidade.

Além destas questões, como qualquer outro quadro de dependência, a compulsão pode ocasionar prejuízos no âmbito profissional e social devido a perturbações na concentração e dificuldades de cumprir compromissos além de oferecer um grave risco a saúde do dependente e seus parceiros: em função da vulnerabilidade diante do quadro de intenso desejo e compulsão existem prejuízos na crítica da pessoa que podem levar ao envolvimento sexual sem uso de preservativos e ainda, sem considerar ambientes reservados, que podem levar a prejuízos legais.

Estima-se que a compulsão sexual afeta pelo menos 3% da população mundial. Os especialistas alertam que a maioria das pessoas que têm o transtorno demoram muito a pedir ajuda, o que dificulta o processo de lidar com os impulsos de uma forma mais positiva.Como tratar a compulsão sexual?

A pessoa precisa reconhecer para si mesma que há algo de errado com o seu comportamento, que se trata de uma compulsão, e não de uma mera libido alta. Feito isso, é importante que procure ajuda especializada, seja a de um psicólogo ou de um psiquiatra.

Esse tipo de dependência tem tratamento, mas a pessoa dificilmente conseguirá superar a compulsão sozinha. Muitas vezes, ao tentar, acaba derivando a energia canalizada a outro tipo de vício, como álcool e drogas.

Com a ajuda da psicoterapia, é possível entender as causas da fixação sexual, trabalhar para minimizar o impacto de situações traumáticas, encontrar formas de construir uma relação com o sexo mais saudável e melhorar a qualidade de vida.

O tratamento da compulsão sexual também pode incluir o uso de medicamentos para controlar os sintomas da ansiedade e de inibidores de desejo sexual. Daí a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar, entre psicólogo e psiquiatra.

Fotos: MundoPsicologos.com

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