A Doença de Alzheimer e a Arteterapia

A Doença de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa, é a mais comum em idosos. Mas como prevenir ou pelo menos reduzir o progresso da doença de Alzheimer?

24 JUL 2015 · Leitura: min.
A Doença de Alzheimer e a Arteterapia

A Doença de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa, é a mais comum em idosos. Tarefas cotidianas como vestir-se ou falar ao telefone por muito tempo com um antigo amigo, tornam-se muito complicadas para pessoas com a Doença de Alzheimer. Isso porque conforme o processo degenerativo avança, a concentração e a capacidade de fixação tornam-se prejudicadas. A destruição atinge principalmente os centros relativos à memória, à linguagem e às emoções.

Mas como prevenir ou pelo menos reduzir o progresso da doença de Alzheimer?

Com o avanço da idade, muitos idosos não se sentem seguros para realizar suas atividades com autonomia, tendo muitas vezes que recorrer a ajuda de outras pessoas. A Arteterapia trabalha a autonomia na medida em que o indivíduo torna-se independente do terapeuta, pois é ativo e cria nas sessões. Além disso, tem o objetivo de resgatar, desenvolver e ampliar o potencial criativo do idoso.

A prevenção e a promoção da saúde permitem uma ampliação da qualidade de vida, com manutenção do estado de saúde, sendo menores as consequências de adoecimento. A memória é a ligação mais clara que temos com a nossa história, com o que fomos, com o que construímos e a arte auxilia no resgate dessa história na medida em que criar é reconstruir de uma outra forma.

O trabalho em Arteterapia supõe o risco de poder expressar-se, ir contra os modelos idealizados, a tradição e os costumes. Implica em poder ousar, ver-se de outras formas, sair da zona de conforto, do conformismo, dando ao idoso a oportunidade de romper com a ideia de perfeição. Nos idosos com demência, o uso de recursos expressivos alternativos, tais como fotos, lápis e papel, músicas e poemas, podem auxiliar na comunicação e na expressão das emoções enraizadas.

A possibilidade de vivenciar experiências sensoriais proporcionadas pela percepção de cores, formas, texturas, volumes, permite que se concretize o simbólico, dê fala ao indizível, organizando o que se desconstruiu ao longo do tempo, concretizando a si mesmo e dando forma ao que parecia ter se perdido com a demência. O trabalho com a diversidade dos materiais permite a quebra de rigidez por tornar viável a possibilidade de perceber suas dificuldades e destrezas diante do novo com naturalidade, além de provocar um acolhimento próprio, percebendo-se num movimento de desenvolvimento de habilidades, lidando com expectativas, sem excluir-se do social.

Na Arteterapia, o processo criativo pode ser um meio tanto reconciliador de conflitos emocionais como estimulador do crescimento pessoal. Ela permite um resultado de viver melhor no cotidiano, permitindo a liberação dos sentimentos e emoções, aumentando a qualidade afetiva das relações interpessoais através da melhora na comunicação, do fortalecimento da autoimagem e da redescoberta de potenciais criativos.

Assim, a arte e a expressão desses sentimentos permitem que a vida seja olhada de outro jeito, com consciência e aceitação de si.

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Escrito por

Psicóloga Juliana Ohy

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