Sinto-me pronto para me atirar da janela!

Feita por >Solitário sem esperanças · 7 ago 2024 Abordagem psicológica

Ultimamente me sinto como ninguém se importa comigo. Todos que vejo no condomínio e nas casas tem família que gosta para comer um churrasco, menos eu, que sou gay e sem qualquer suporte familiar. Cumprem obrigação, vejo que o amor não é verdadeiro comigo, estão fazendo um esforço para não serem homofóbicos. O Fabiano (meu primo, irmão de criação) me escuta bem, mas o Felipe nem tanto, já que a família da esposa dele é evangélica e já chegou aos meus ouvidos que eu sou "doente". No aniversário dele ou qualquer outra necessidade dele minha mãe faz de tudo para que eu o ajude, por conta dos meus sobrinhos pequenos. Agora quando é comigo ninguém liga ou se importa. Não tenho valor para eles, ou melhor, para ninguém, tanto que nem um namorado consigo ter, quem dirá construir uma família ou adotar filhos. Tenho graduação, pós, mestrado e doutorado, sou gestor e realizado no emprego e na faculdade em que leciono, porém nenhum homem me quer. Não aguento mais viver no aplicativo querendo alguém sério para mudar minha vida. Só existe gente oportunista. O valor que a minha família dispensa em relação a mim é sempre de menor serventia, ou como se não se importassem com meus futuros filhos, caso resolva tê-los (sim, sonho em ser pai). Não iriam ao meu casamento, não iriam ao chá de bebê, nada disso. Eu sempre fui e fiz parte dos momentos de todos os familiares e quando dou a entender que quero ser pai, rápido a conversa muda. Durante a infância me lembro de ouvir dos adultos que as falas dos meus primos mais velhos (héteros e casados) tinham valor e a minha sempre ficava para escanteio. Agora na fase adulta a inclusão nas rodas de conversa são apenas para assuntos sobre trabalho, dinheiro ou posses, nenhum interesse com a minha pessoa. Lembro também que durante a adolescência, o filho hétero com a namorada era bem vindo, a mim restou tomar vassourada, socos na boca do estômago, quando meus pais souberam que tentei ter um pedaço de felicidade me encontrando às escondidas com meu primeiro e único namorado. Tenho medo de o aceite e a convivência se resumirem ao imediatismo de festas ou poucos momentos, já que o suporte sei que não terei de ninguém mesmo. Se eu cair doente, ou mesmo tiver um contratempo com filhos não terei tios, avós ou amigos para pedir ajuda, ou mesmo avós para deixar as crianças. Me sinto por vezes sozinho no mundo, sufocado, tendo que ser um herói com 2 empregos, tendo que assumir um papel que não consigo dar conta, com aquele sonho distante. Agora com o meu irmão Felipe desempregado minha mãe me liga e novamente pede que eu me sacrifique trabalhando bastante, sem se importar com a minha vida pessoal. Não sei por quanto tempo aguentarei tudo isso. Tenho vontade de me atirar de uma janela e daí ninguém mais terá problemas comigo.

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A melhor resposta 8 AGO 2024

Olá, sinto por você estar passando por uma situação assim, na verdade, uma vida assim.

É muito auto sacrifício que você está tendo que fazer.

Infelizmente temos na nossa cultura uma crença de que família é para sempre, que temos respeitar e amar as pessoas que são de sangue... Mas eles não levam em consideração que essas relações possam ser as mais tóxicas e abusivas que podemos ter em nossas vidas.

Nem tudo podemos consertar, nem tudo podemos mudar, principalmente quando envolve outras pessoas.

Acredito que já chegou a hora de você se perguntar se vale realmente a pena você tentar manter por perto essas relações na sua vida. Sabendo que elas só estão lá por interesse e que você não pode contar de verdade.

Estratégias que você pode adotar seria participar de comunidade de pessoas Lgbt e focar em construir uma rede de apoio fora da sua família.

A sua vida vale tanto a de qualquer outra pessoa, não seja injusto com você mesmo. Não é sua culpa.

Se você quiser mudar o cenário, eu estarei aqui para lhe ajudar.
Abraços.

Livia Lima Soares Psicólogo em Manaus

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13 AGO 2024

Olá, meu caro, espero que estas palavras lhe encontrem.
Eu abri o seu relato na sexta-feira passada, dia 9, e fiquei pensando no que poderia lhe dizer para levar alguma luz para esta situação de sofrimento que está passando. Pensei em vários caminhos e todos eram um convite para uma reflexão, ou seja, uma aproximação terapêutica.
O resultado foi um tanto frustrante no início, mas ao escrever essas palavras vejo que pode ser um bom caminho. Literalmente, enquanto escrevo estas palavras.
Pensei que poderia trazer conforto e orientação - pelo menos a minha intenção é genuinamente esta, mas palavras são vazias quando distantes das ações. E o que penso ser um caminho proveitoso para você é ação.
Tenho certeza de que este assunto já foi revirado de tantas formas na sua cabeça, analisado, revisado, dissecado à exaustão. Talvez ao choro. Assim, palavras poderão apenas trazer mais do que já pensou ou mais do que já saiba. Afinal, o grande conflito da vida está em querermos algo que não temos e nem vemos como ter. Querer a família acolhedora e ver que a família que se tem não é assim. Querer o amor e não ver perspectivas de encontrá-lo - ou pior: encontrá-lo e não se sentir merecedor. Enfim, os conflitos da vida não estão nas coisas e nem nos outros, mas no que sentimos em relação às coisas e aos outros. Sim, é óbvio. Contudo, é no óbvio que existe a luz de toda a esperança.
Ainda assim, apenas palavras.
E o que são palavras sem ação? O que é do "pular" sem a queda? Do "correr" sem o percurso? Do "amar" sem amor? É preciso que o ciclo das intenções tenha ação antes de nome. É preciso fazer antes de querer. E aqui falo numa esfera apenas subjetiva. Falo de antes de se permitir querer é preciso internamente considerar a possibilidade de fazer. Bom, o que não é subjetivo no ser humano?
Vamos agora voltar ao início.
"Sinto-me pronto para me atirar da janela". Eu pergunto: o que seria subjetivamente se atirar da janela? Melhor - quais representações internas de família, amizades, amores, trabalho e o escambau que você gostaria de se ver livre, saindo pela janela e voando em direção à sua felicidade?
Bom, como falei no começo, espero que estas palavras lhe encontrem, que encontrem quem você é por dentro e quer começar a ser por fora também.
Conte comigo.

Abraço,
Lourenço Torresini.

Lourenço Torresini Psicólogo em Curitiba

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12 AGO 2024

Olá,
Eu sinto muito que você esteja passando por isso, e quero que saiba que você não está sozinho. O que você está enfrentando é extremamente difícil, e é compreensível que se sinta sobrecarregado, desvalorizado e sem apoio. Seus sentimentos são válidos, e é importante que você encontre formas de obter o apoio que merece.
Primeiramente, se você está pensando em se machucar ou tirar sua própria vida, por favor, procure ajuda imediata. Ligue para alguém de confiança, um amigo, um familiar, ou mesmo uma linha de apoio como o CVV (Centro de Valorização da Vida) no telefone 188, que oferece atendimento 24 horas por dia, ou vá ao hospital mais próximo.
Você mencionou várias coisas dolorosas, como a falta de apoio da sua família, as dificuldades em encontrar um relacionamento, e o sentimento de estar sozinho e sem valor. É importante reconhecer que suas realizações são incríveis — ter uma graduação, pós, mestrado e doutorado, ser gestor e professor — tudo isso mostra o quanto você é resiliente e capaz, mesmo enfrentando tantas adversidades.
A falta de apoio da sua família, especialmente devido à sua orientação sexual, é profundamente dolorosa. O amor e o respeito que você merece não deveriam depender de você se conformar a expectativas que não refletem quem você é. Você é digno de amor e aceitação exatamente como é.
A sensação de solidão e a dificuldade em encontrar um parceiro sério podem ser incrivelmente difíceis, especialmente quando tudo o que você deseja é construir uma vida e uma família. Não desistir do sonho de ser pai é algo muito importante e valioso, e é essencial lembrar que, apesar dos obstáculos, há pessoas que compartilham esses mesmos sonhos e valores.
Eu encorajo você a buscar uma rede de apoio fora do ambiente familiar, se possível. Isso pode incluir grupos de apoio para pessoas LGBTQ+, terapia com um psicólogo que entenda sua realidade, ou mesmo grupos de amigos que te aceitam e valorizam. A construção de uma nova "família escolhida" — pessoas que te respeitam e te amam pelo que você é — pode ser fundamental para o seu bem-estar emocional.
Se precisar estou à disposição.
Marília - psicóloga de abordagem psicanalítica.

Marília Figueiró Bueno de Oliveira Psicólogo em Ribeirão Preto

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9 AGO 2024

Olá, esta na hora de começar a olhar para você, seus desejos, sonhos e autoconhecimento. Esperar que as outras pessoas sonhem com você, o aceite (quando são cheias de preconceitos), vibrem com suas conquistem, o motive nos momentos de fraquezas, entre outras expectativas, pode ser muito frustrante. Primeiramente, você! Busque ajuda de um profissional para o seu autoconhecimento e melhorar a sua qualidade de vida. A sociedade coloca a família num lugar sagrada, mas nem sempre a família cumpre o seu papel e se torna toxica e opressiva. Você não é obrigado a estar num ambiente que lhe faz mal, mesmo que este seja a sua família. Amplie o seu olhar e antes de querer alguém para construir uma família, construa sua autoconfiança. Fico a disposição para ajudá-lo neste processo, abraços!

Adriana Gonçalves Psicólogo em Belo Horizonte

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8 AGO 2024

O que voce está vivendo, sentindo é o resultado por estar apenas satisfazendo as diretrizes do sistema, e o sistema não está nem aí com a tua vida pessoal, ele apenas quer que siga um protocolo estabelecido por ele ao qual deves te submeter.
Há duas forças em cada um de nós: a força da vida e do sistema, precisamos realizar, viver a nossa vida, o que essencialmente somos e saber usar as forças do sistema em nosso benefício sem nunca nos submeter a ele. É isso que você não está vendo com clareza e se deixa enlear pelos tentáculos do sistema.
O sentimento que tem e sente é indicativo do que precisa mudar:
- Ninguém se importa contigo – e nem deveriam se importar, Você deve se importar consigo mesmo. Você não nasceu para ser manipulado, você nasceu para se realizar. Se ninguém dá bola para você, você deveria dar para si mesmo. Seus familiares então se conduzindo dentro dos valores do sistema e você também até agora; agora poderá mudar, se você quiser. Teus pais se importaram contigo, te cuidaram quando eras criança, te deram o que sabiam e podiam... mas, a partir dos 16/17/18 anos cada um precisa ser pai e mãe de si mesmo, se responsabilizar pelas escolhas, decisões e resultados e não esperar mais que outros resolvam os teus problemas; você é responsável pelos teus conflitos, traumas, desafios que encontra.
- Se sente que nenhum interesse eles tem por sua pessoa, mas, e você tem? Não! Você permite todas estas interferências, você aceita tudo, não coloca limites. Você precisa se valorizar.
- Pouco importa se você é gay ou hetero ou bi ou ... é a forma como você quer se expressar. A vida te deu a liberdade, assuma esta liberdade e seja feliz à sua maneira. Você não está aqui para dar satisfações aos outros, está aqui para se realizar.
- Se sente sufocado – é outro indicativo que deve se livrar da influência dos outros e se permitir ser o que você quer ser.
Faça Psicoterapia para poder compreender melhor o que expus aqui para possibilitar a expressão de uma nova forma de vida, a sua forma de vida.
Abraços, espero ter ajudado.

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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8 AGO 2024

Bom dia, Solitário! Obrigado por escrever. Que bom que você escreveu! Escreveu porque quer construir caminhos melhores. A vida é composta de muitas facetas, trabalho é uma delas, colegas e conhecidos é outra delas, atividade física, lazer esportes, artes, cultura e muitas outras. Redes sociais e aplicativos, embora em certo sentido, ajudem, na maior parte das vezes atrapalham.
Certamente há muita coisa que você precisa falar com um de nós, psicólogos, para que te ajudemos, no entanto, pelo texto que escrevestes, podemos pressupor que é possível, adequado e provável que você possa olhar a vida e construir sentidos e caminhos que reorganizem melhor o futuro.
Estaremos a disposição para contribuir contigo. Venha a um e nós, psicólogos, com persistência, disciplina, regularidade e mente aberta.
Para isso que nos escreveu.
Atenciosamente,
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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