Slut-Shaming: você pode ser uma vítima sem saber

O slut-shaming é uma agressão cometida diariamente contra a mulher, a qual fere a sua autonomia e provoca não somente danos emocionais, como físicos. Entenda mais no texto a seguir.

17 NOV 2017 · Leitura: min.
Slut-Shaming: você pode ser uma vítima sem saber

O nome pode parecer um pouco estranho, mas a prática bastante é comum. O slut-shaming é um fenômeno no qual mulheres são classificadas de maneiras pejorativas quando se comportam fora de um modelo considerado aceitável pela sociedade tradicional. A ridicularizarão se aplica à forma de vestir, de se comportar, ao aspecto físico e ainda às manifestações sexuais.

A crítica constante, aliás, pode acabar se convertendo em abuso moral, o que afeta o bem-estar emocional, a autoestima e a liberdade de expressão da mulher.

Mas atenção: se você está achando que se trata de uma agressão cometida somente por homens, está completamente enganada. Em diversas situações, o slut-shaming é liderado e apoioado por mulheres. Ou seja, o machismo é um comportamento feminino também.

Slut-shaming: exemplos do dia a dia

O slut-shaming está no cotidiano, e se repete dia após dia, em relações diretas ou intermediadas pelos meios digitais, como podem ser as redes sociais. Alguns exemplos bem comuns são:

  • Uma cantora vestida com roupa curta e sexy na TV: à cabeça de muitos virá o pensamento de que a mulher está se rebaixando, usando esse tipo de roupa somente para conseguir mais fãs.
  • Uma mulher maquiada, com roupa justa, decote, tatuagem e salto alto: muitos pensariam, quase imediatamente, que se trataria de uma mulher "fácil".
  • Um grupo de garotas dançam entre elas, com movimentos sensuais: para muitos o que querem é chamar a atenção e atrair homens.
  • Uma mulher casada conversando, de forma animada, com amigos homens: não faltará quem acredite que ela deve estar "aprontando", enquanto o marido não está presente.
  • Uma mulher que gosta de jogos sexuais e de ousar na cama: ao contrário dos homens, seria desavergonhada e, por que não, promíscua.

Vale lembrar que ainda há que afirme que a culpa de um estupro é da própria mulher, devido à maneira de se vestir ou se portar. Não seria este um dos exemplos mais marcantes e agressivos de slut-shaming?

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Como o slut-shaming afeta as vítimas?

É evidente que o fato de ser julgada socialmente pode criar problemas profissionais e também emocionais. Diante de situações assim, basicamente há dois caminhos: seguir em frente com as suas preferências ou escondê-las.

Ambas as situações podem desencadear sentimentos de rejeição, incompreensão e baixa autoestima. Isso porque, para que haja a tal aceitação social, a pessoa tem que praticamente deixar de ser ela mesma.

Evoluir é preciso

Em uma sociedade em que se buscam direitos iguais e mudanças de pensamentos, o slut-shaming deve ser combatido. A censura não deve ser cometida por nenhum dos lados, sendo fundamental respeitar a autonomia da mulher.

Cabe destacar que o slut-shaming é uma forma de bullying. Apesar de ser menos conhecida, também traz consequências sérias. Às vezes, até a morte. Para profissionais da psicologia, esse tipo de preconceito fomenta a violência de gênero, com casos que envolvem ofensas, agressões e estupros.

Compreender que cada um tem o direito de discordar de opiniões e conceitos preestabelecidos sem que isso seja uma ofensa é fundamental. A mudança de pensamento, além de ser praticada pela atual geração, deve ser ensinada aos adultos de amanhã.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Comentários 2
  • Adrielle Lopes de Souza

    Encontrei essa palavra no livro O que o sol faz com as flores da autora indiana Rupi Kaur e entendi do que se tratava com sua excelente explicação.

  • Leitão

    uma palavra que eu aprendi e não queria que existisse

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