Conheça as 5 principais disfunções sexuais femininas
Falta de excitação, dificuldade de alcançar o orgasmo, dor durante penetração, esses estão entre os principais sintomas das disfunções sexuais femininas.
Os tabus envolvendo o tema da sexualidade feminina sustentados durante séculos acarretaram no distanciamento e na alienação das mulheres em relação ao seu próprio prazer. No entanto, essa realidade vem sendo transformadas e os danos estão sendo reparados.
Os estudos acerca das disfunções sexuais femininas possibilitam entendimento e superação desses desprazeres. O primeiro passo para buscarmos ajuda é entender que existe um problema, certo?
Disfunção sexual é definida como um transtorno do desejo sexual, da excitação, do orgasmo ou da presença de dor na relação sexual, levando ao sofrimento interpessoal.
Anorgasmia é definida como a dificuldade acentuada ou ausência persistente ou recorrente do orgasmo após uma fase normal da excitação sexual. Ela é considerada a disfunção sexual mais comum dentro do universo feminino.
A excitação produz a energia sexual que potencialmente resultaria em orgasmo mas quando isso não acontece, sobretudo, repetidas vezes a tendência é que se gere sentimentos mistos de prazer, ansiedade, frustração e em alguns casos até a repulsa.
Algumas possíveis causas:
- Falta de informação;
- Crença em uma resposta sexual padrão;
- Dificuldade de focar atenção nos estímulos;
- Crença de que o orgasmo tem que ser espontâneo;
- Papel passivo atribuído a mulher;
- Medo da perda de controle;
- Vergonha - bloqueio moral.
Em outras palavras, anorgasmia é a dificuldade parcial ou completa, por tempo significativo, de ter orgasmos mesmo com o funcionamento pleno das fases do desejo e excitação.
O transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH), como o próprio nome sugere, diz respeito a diminuição ou ausência completa e significativa do desejo sexual, causando acentuado impacto na qualidade de vida das mulheres.
A ausência do desejo está relacionada a diversos fatores como alterações hormonais, efeitos colaterais de medicamentos e estresse, mas vale lembrar que é comum apenas quando os sintomas se manifestam por períodos curtos, do contrário é necessário buscar auxílio de um profissional capacitado.
Pessoas que apresentam sintomas de TDSH tendem a entrar em sofrimento significativo e relatar conflitos no relacionamento, é uma queixa comumente tratada por terapeutas sexuais com ou sem parceria de outros profissionais da saúde.
Outra disfunção bastante comum é o vaginismo. Mulheres com vaginismo se vêm impossibilitadas de qualquer tipo de penetração vaginal.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2013) descreve vaginismo como:
"A persistente ou recorrente dificuldade da mulher em permitir a entrada na vagina do pênis, dedo e/ou qualquer objeto, apesar de esta ser a sua vontade. Existe uma evitação fóbica, contração involuntária da musculatura pélvica e antecipação da experiência de dor. Anormalidades físicas devem ser descartadas"
Simplificando, pessoas que sofrem com vaginismo não conseguem/permitem nenhum tipo de penetração, seja na relação sexual, masturbação ou exame ginecológico.
A contração involuntária é tamanha que se tentar forçar qualquer tipo de penetração a dor resultante é intensa e pode gerar ainda mais aversão.
Diferente do vaginismo a dispareunia está associada apenas a relação sexual, desta forma, entende-se por dispareunia "dor genital recorrente ou persistente associada com o ato sexual".
Ela pode se fazer presente na parte, externa (vulva) ou interna (vagina), são diversas as causas do desenvolvimento da dipareunia, mas no geral, estão associadas a questões emocionais.
Muitas vezes algum trauma sexual, medo de intimidade ou gravidez, raiva em relação ao parceiro sexual, autoimagem negativa ou crença de que a dor nunca passará podem desencadear a dor ou piora-la.
Ela pode ser causada também por secura vaginal ou distúrbios dos órgão genitais. O diagnóstico se baseia nos sintomas e em um exame pélvico e vale lembrar que se identificada de forma adequada pode ser tratada.
O transtorno de excitação sexual é basicamente o fato de mulheres não conseguirem ficar sexualmente excitadas e naturalmente lubrificadas, mas como isso se da?
A mulher que está recebendo o estímulo não consegue se excitar nem fisicamente (umedecimento da vagina, formigamento, respiração ofegante, entre outros), nem mentalmente ou emocionalmente (fantasiando).
Pode acontecer de em alguns casos a mulher se excitar fisicamente, mas a desconexão naquele momento é grande e ela nem chega a perceber.
As principais causas do transtorno de excitação sexual são bastante semelhantes com as do TDSH, podem estar associados a baixa autoestima, depressão, ansiedade, alto nível de estresse entre outros fatores psicológicos.
Podem, também, estar relacionado a conflitos no relacionamento, traumas ou uso de medicamentos com inibidores seletivos de recaptação de serotonina (um tipo de antidepressivo).
Outras possíveis causas são voltadas a fatores orgânicos: vaginite; alterações hormonais significativa; diminuição de testosterona; etc.
Esse é uma disfunção bastante comum e que muitas vezes acabam passando "despercebidas", pois muitas pessoas acabam naturalizando o fato da mulher não ter vontade de ter relações sexuais ou de se sentir sexualmente excitada.
O aparecimento das disfunções sexuais podem ser dividida de duas formas diferentes, assim como suas causas:
Ao longo da vida: quando a disfunção (seja ela qual for) se faz presente desde o inicio da vida sexual da mulher.
Adquirida: inicia a vida sexual sem aparentes demandas sexuais, a disfunção desenvolve-se após um período de funcionamento sexual normal.
Generalizada: não se limita a certos tipos de estímulos, situações ou parcerias.
Situacional: está limitada a certos estímulos, situações ou parcerias.
Vale lembrar da importância de se procurar um profissional da saúde e não realizar o autodiagnostico. Se você se identificou com alguma das disfunções citadas acima, busque ajuda de um profissional da saúde, assim como psicólogo para tratamento das questões emocionais relacionadas a disfunção.
Referencial bibliográfico:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
CAVALCANTI R., CAVALCANTI M. Tratamento Clínico das Inadequações Sexuais. 5 ed. Editora Paya, 2020.
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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