Você se sente inferior?

Saiba que se as pessoas que conseguirem responder a essa pergunta de maneira honesta e legítima, quase 100% dirá sim, me sinto inferior a isso ou aquilo. É quase impossível não termos algum tipo de inferioridade dentro de nós, mesmo que leve ou moderada.

A inferioridade é um pensamento comum e quase inato no ser humano, digo quase, porque surge enquanto ainda somos bebês. Como assim? O bebê não fala e não expressa, mas de alguma maneira já percebe suas limitações aos testá-las em pequenas ações, colocando o dedo polegar do pé na boca, a chupeta, pegar algum objeto, e muitas e muitas vezes ele vê que não conseguiu, mas um adulto facilmente sim.

Esses momentos vão ficando registrados para a criança, que conforme cresce e compreende mais as ações, compreende também quantas coisas não consegue fazer. A realidade é que essa inabilidade infantil é fruto da falta de uma maturidade neurológica, mas na fantasia da criança, ela se vê inferior aos adultos. Na infância os pais não são nossos heróis? Então, porque os heróis têm poderes que nós não temos nessa fase.

Vocês devem se lembrar de frases de adultos que diziam “deixa que eu faço, você não sabe" ou algo parecido. No que passamos a acreditar desde então? Que eu não consigo, sou incapaz, somente o outro consegue, e assim, ele é melhor do que eu. Muitas dessas frases são superadas conforme crescemos, mas muitas ou algumas, não. Às vezes elas se transformam em outros tipos de crenças. Um exemplo simples: uma mãe que não deixa a filha lavar a louça (obviamente pela sua falta de coordenação e pelos riscos de se machucar), e outros serviços domésticos, mas, ao se tornar adulta, essa mulher poderá acreditar que não será capaz de cuidar da própria casa sozinha, sentindo-se insegura para tal tarefa.

Situações de inferioridade

Como vivemos inúmeras situações desde que nascemos, também formamos inúmeras crenças, positivas e negativas, e nessas últimas é que aparecem as inferioridades: na vida profissional (medo de não conseguir um emprego melhor), no papel de pai ou mãe (não acredita que conseguirá criar ou sustentar um filho), como marido ou esposa (acredita que não conseguirá casar ou manter um casamento), como aluno (não será capaz de passar no vestibular), e assim por diante.

Admitir esses tipos de pensamentos gera, normalmente, desconfortos, ansiedades e angústias, por isso, muitos negam que possuem esse tipo de insegurança, até porque também é gerador do sentimento de fraqueza.

Quer se livrar de suas crenças de inferioridade? Vamos lá:

• primeiro admita que tem e quais são
• identifique quais são os pensamentos que causam essa inferioridade
• descubra de onde ela vem (não é tão necessária essa fase, só se quiser)
• verifique com a realidade o que pensa
• atue no que puder modificar

Se não houver possibilidade de modificação ou melhoria, aceite sua limitação, sabendo que todos os seres humanos tem limitações.

Poderemos assim verificar que somos seres diferentes, que a superioridade e a inferioridade é algo criado pelas nossas fantasias, pois, o que temos de facilidades, outros tem de dificuldades e vice-versa.

Foto: por Pulpolux (Flickr)

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