Depressão – reconhecendo e procurando ajuda

O que muitas pessoas desconhecem sobre a depressão é que ela é considerada uma doença crônica e por isso, as pessoas não reconhecem seus sinais e sintomas. Considerada pelos meios de comunic

28 SET 2017 · Leitura: min.
Depressão – reconhecendo e procurando ajuda

O que muitas pessoas desconhecem sobre a depressão é que ela é considerada uma doença crônica e por isso, as pessoas não reconhecem seus sinais e sintomas. Considerada pelos meios de comunicação como sendo o mal-estar da sociedade contemporânea, a depressão apesar de amplamente divulgada apresenta ainda muita falta de informação. Agindo silenciosamente a depressão vai aos poucos afetando a vida pessoal e profissional, impactando também nos estudos e lazer. Muitos daqueles que manifestam sintomas depressivos permanecem na resistência de olhar para si, de encarar o conflito, resistem para não demostrar aos outros e para viver aquilo que a sociedade impõe como modo de existir. E essas resistências tornam a depressão uma patologia escondida.

Saber reconhecer que há uma "patologização" determinada pela lógica contemporânea de consumo é um fator importante para a reflexão sobre o tratamento da depressão. Qualquer manifestação de mal-estar, sofrimento e desânimo que alguém possa sentir as pessoas a sua volta e alguns profissionais já enquadram esse sujeito o considerando como depressivo e de uma maneira muito acessível o paciente já está sendo medicado. A saúde psíquica é muito delicada, portanto, cada pessoa é única e deve ser escutada e tratada dentro das suas necessidades.

O sofrimento faz parte da vida humana, a tristeza é uma emoção que todos nós temos, precisamos dela para nossa sobrevivência e isso é natural. Diagnosticar como depressiva uma pessoa que está sentindo uma tristeza naquele momento, sem fazer uma avaliação, ou melhor, uma escuta empática e levantar outros aspectos se está desconsiderando este ser humano. Não há espaço para a fala e permissão para que ele possa construir um sentido perante sua condição.

E por outro lado, percebe-se uma intolerância e ausência de amparo para quem está sofrendo realmente com a depressão, geralmente o paciente em depressão sofre pela falta de compreensão sem poder relatar seus conflitos e expressar seus sentimentos. Sendo assim, esta pessoa é condicionada pela sociedade a ser dependente de uma medicação e emudecida. Não se pode desperdiçar o tempo com reflexões de um saber sobre si, que nega ao sujeito construir um sentido perante sua condição.

A depressão é um sofrimento psíquico, mas se constitui uma doença que em nível cerebral se deve a uma baixa quantidade de serotonina, um neurotransmissor no cérebro responsável por sensações de alegria, relaxamento e pensamentos positivos. Esta baixa quantidade de serotonina desencadeia outros neurotransmissores como a dopamina onde a pessoa pode ficar impulsiva e apresentar reações de excesso, como fazer compras, comer, fazer uso de bebidas, drogas entre outros.

A baixa de neurotransmissores deixa a pessoa ansiosa sem relaxar, sem vontade de realizar as atividades, diminuição da memória, do desejo entre outras alterações. Existem graus de depressão e as características mais comuns são: uma pessoa em um nível baixo de depressão apresenta-se com mau humor e como consequência provoca discussões e desavenças com outras pessoas. Em um grau médio a pessoa apresenta melancolia e desânimo, mas ainda consegue realizar suas tarefas diárias. Em um grau maior o sujeito apresenta sintomas de isolamento e não quer sair de casa.

Existem diversos fatores desencadeadores na síndrome depressiva: biológico, hereditário, neuroquímico e eventos que aconteceram na vida (perdas de um familiar, separação, evento traumático como uma doença, acidente).

Alguns sinais e sintomas que são bem pontuais para esta patologia

Sintomas afetivos:

Tristeza (ou melancolia), entra em prantos facilmente, apatia ("tanto faz como tanto fez"), sentimento de tédio, irritabilidade aumentada (ruídos, pessoas, etc.), falta de sentimentos, angústia, ansiedade e desespero;

Alterações instintivas:

Incapacidade de sentir prazer em várias áreas da vida, fadiga, cansaço fácil e constante, grande desânimo, insônia, perda ou aumento do apetite;

Alterações ideativas:

Pensamentos negativos, pessimismo, ruminações com mágoas antigas, desejo de desaparecer, ideação suicida;

Alterações cognitivas:

Déficit de atenção, concentração, memória fraca;

Alteração da psicomotricidade:

Tendência a permanecer na cama, movimentos lentos, recusa à alimentação, à interação pessoal;

Acompanhado disso a depressão tem sintomas como sentimento de culpa, uma visão de mundo muito negativa, pensamentos negativos ruminantes, um sentimento de que nada vale a pena e a visão fica muito focada somente nos problemas e vai gerando na pessoa muitos medos, ou seja, um estado progressivo de insegurança, angústia e de impotência diante das situações.

Felizmente a depressão tem tratamento e tem de ser levado a longo prazo. O tratamento envolve acompanhamento psicológico semanal, pois no inicio da terapia o paciente tem uma melhora, mas logo ele pode ter uma recaída caso venha ter uma crise inesperada. A fragilidade psicológica da pessoa durante a depressão é muito grande e torna-se um empecilho na busca por tratamento, mas a verdade é que, se a pessoa buscar ajuda e se comprometer consigo e com o seu tratamento, o processo terapêutico se desenvolverá de maneira muito positiva e o paciente aos poucos iniciará a busca por uma qualidade de vida.

Se você possui sinais e sintomas da depressão procure um profissional da Psicologia para lhe ajudar ou se você conhece alguém que está deprimido ofereça informação, converse e oriente esta pessoa a procurar um tratamento psicológico.

O psicólogo é um profissional que possui conhecimento científico para auxiliar a pessoa a compreender esta doença, entender os motivos que a levaram a desenvolver a depressão e por meio da psicoterapia serão utilizadas intervenções que ajudarão o paciente a sair deste estado e encontrar uma forma de retomar a vida.

A primeira e mais importante das intervenções que o psicólogo faz é acolher o paciente e fazer a escuta de seu sofrimento. Com questionamentos e apontamentos feitos pelo psicólogo o paciente consegue trazer luz à consciência sobre seus conflitos. Também são usados exercícios propostos pela Neurociência que atuam diretamente no sistema neuronal, agindo nos neurotransmissores e proporcionando bem-estar psicoemocional e físico também.

Com a depressão a pessoa sente-se incapaz de buscar um propósito na vida, vivendo uma distância entre o eu e os seus ideais, sentimentos de desvalorização com seu ser e que percebe uma vida sem sentido. Assim, a terapia ajuda o paciente a tomar uma atitude diante da depressão e com a sua vida, pontuando possibilidades de criar e realizar valores que transcendem a si mesmo. Vem restituir a saúde psíquica e promovendo desta forma saúde integral.

As pessoas vivem um período de muitos afazeres, ocasionando estresse, angústias, isolamento e tantos outros sintomas na qual privam-se de encontrar um sentido, pois perdeu suas habilidades de confrontar os problemas cotidianos por não ter uma referência que organiza seus ideais e, portanto, possui dificuldades de perceber a si mesmo como um ser livre e responsável, um ser que possui uma característica, uma essência, que tem um caminho, um propósito a ser seguido. Se dê permissão para ser quem realmente você é, se autoconhecer.

Expresse-se, deixe sair àquilo que lhe incomoda e que não faz parte de você. Nós somos como um ducto, vamos enchendo ele durante a vida de mágoas, raivas e tantas outras emoções, se eu acumulo tudo eu não deixo a vida fluir. A vida é feita de escolhas e você tem esse poder de escolher viver uma vida positiva.

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Comentários 1
  • Emanuella

    Adorei o artigo. Foi muito esclarecedor.

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