Como detectar se a criança está com depressão?

Criança tem que brincar, pular, correr, dar risada. Mas... e quando, por alguma razão, isso não acontece? Já parou para pensar? Como detectar se a criança está com depressão?

3 AGO 2016 · Última alteração: 8 AGO 2016 · Leitura: min.
Como detectar se a criança está com depressão?

A depressão em crianças foi reconhecida há pouco tempo, desde 1975, e desde então, vem sendo assunto de muitas pesquisas. Em qualquer faixa etária, a depressão é um assunto delicado e pede cuidados, pois se não for tratada, interfere diretamente no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida.

Os sintomas da depressão são os mesmos para adultos e crianças, porém nos adultos é mais fácil ser diagnosticada pois eles, além de se queixarem, revelam por suas atitudes quando não se sentem bem. Por não saberem nomear suas próprias emoções, os pequenos dependem do adulto para isso e por essa razão, tendem a guardar o sofrimento e queixam-se de problemas físicos, pois é mais fácil explicar o concreto e orgânico (dor de barriga, dor de cabeça), do que algo de caráter emocional.

Como podemos então ajudar as crianças?

Ensine sobre os sentimentos. Ensine o que é a raiva, tristeza, alegria, medo, ansiedade, angustia, etc. Faça atividades interativas como pedir para a criança recortar imagens que representem cada sentimento, ou que ela descreva uma situação onde sentiu cada um deles.

  • Preste atenção em sua criança e em seu padrão de comportamento, mudanças muito bruscas exigem um olhar mais cuidadoso. Por exemplo:
  • Se seu filho é uma criança que se alimenta bem, e começou a se alimentar mal;
  • Se tinha um sono tranquilo e passou a ter noites de insônia (ou vice e versa – se tinha insônia, sono agitado e passou a sentir muito sono e dormir por longas horas durante o dia e a noite);
  • Se é uma criança tranquila e você vem recebendo queixas recorrentes da escola, de agitação, queda no desempenho escolar;

A criança depressiva geralmente é muito insegura. Tem medo de se separar de seus pais e/ou cuidadores e sente muito medo; quer sempre alguém por perto. Fique atento a falas (recorrentes) do tipo: "ninguém gosta de mim, vocês vão me abandonar, eu vou ficar sozinho, eu não consigo, meus colegas vão rir de mim, etc". Este tipo de fala pode indicar baixa autoestima.

Por não saber lidar com o que está acontecendo, muitas vezes a criança acaba irritando-se com facilidade, consigo mesma e com os outros. Preste atenção no choro: o choro da criança depressiva não é aquele choro "de quem quer continuar brincando"; geralmente, é um choro indicativo de angustia e do medo que está sentindo o tempo todo; também diferente do choro da manha/birra.

Se seu filho vem apresentando mudanças e se as mesmas vem persistindo por um período de quatro semanas (ou mais), é interessante encaminhá-lo para a avaliação de um profissional da área da saúde(psicólogo, psiquiatra infantil, pediatra).

É importante também ressaltar que a medicação, ás vezes, necessária para alguns casos de depressão infantil; principalmente quando já está avançada e tem componente genético. Porém, quando detectada precocemente (no início), pode ser tratada somente com psicoterapia e orientação para os pais (que também são necessárias quando a criança está tomando medicação).

A terapia da criança é parecida com a do adulto. Ensinamos a lidar com pensamentos e sentimentos negativos; educamos, ou seja, ensinamos sobre emoções e como elas são geradas pelos pensamentos, porém de uma forma lúdica, através da brincadeira, jogos, desenhos, que é a forma como a criança se comunica.

Espero que tenham gostado, que tenha ajudado e que tenham se sentido, de alguma forma, acolhidos!

Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga (CRP 08/14965)

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Escrito por

Júlia B. Benedini

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