Proselitismo político em consultorio.
Prezados, boa noite! Decidi representar contra uma psicóloga de quem fui paciente por mais ou menos dois anos. Antes de qualquer coisa, gostaria de destacar que a postura antiética da profissional resultou em consequências desagradaveis pra mim, pra dizer o mínimo. Nao se trata meramente de uma "diferença entre nossos estilos de comunicação, visao de mundo e abordagem desfavorável pra minha personalidade" como sempre se alega ante as queixas dos pacientes. Não! Eu experimentei uma conduta antietica da psicologa confiando na primazia do seu profissionalismo e isso é ultrajante! Os motivos que me levaram ao extremo da denúncia são vários, mas sei que pormenores éticos frequentemente ficam ofuscados na subjetividade da interação humana, então destaco três situações específicas em que a profissional fez proselitismo político escancaradamente: 1) Durante a corrida eleitoral à presidência da República em 2022. Sacando alguns comentários inapropriados, deixei ela falar e ela falou. Disse que "as urnas eletrônicas não eram auditaveis e o Brasil cairia no caos porque o Lula roubaria as eleições e os militares não deixariam isso acontecer." Isso foi em setembro de 2022. 2) Tivemos uma sessão logo após a posse do atual presidente em que eu comentei sobre assistir a cerimônia de relance no trabalho. A distinta respondeu: "aí, credo, tu assistiu a posse?". 3) Saindo da ordem cronológica, retorno às primeiras sessõe em junho de 2021, ainda durante a pandemia. Eu frequentava o consultório da referida, era presencial. A despeito de cumprirmos a exigência do uso de mascaras e as cadeiras em que sentavamos estarem mais afastadas do que o praxe, ela soltou a seguinte asserção: "...mas nós já percebemos a essa altura do campeonato que o isolamento social não funciona pra acabar com a covid, ne"; além disso, pelo que me lembro, tentou associar a minha ansiedade ao uso da máscara n95 quando eu relatei o quão angustiante era viver completamente sozinha e isolada no meio daquela catástrofe! Além disso: 4) A minha psiquiatra prescreveu quetiapina em dose de 2 mg para a insônia porque este aspecto estava atrapalhando demais minha rotina, meu bem estar. Isso também aconteceu no começo da terapia, ainda no primeiro mês de sessões. A psicóloga foi tateando uma discordância por quetiapina dispor de um fármaco que, em doses bem mais altas, é usado para quadros psicoticos simplesmente porque.... tratava-se de um antipsicotico! Eu entenderia o receio se a referida estivesse disposta ao trabalho multidisciplinar com a psiquiatra expressando sua preocupação com o remédio, mas hoje percebo que ela manipulou a parte mais vulnerável da equação: Eu! A paciente! Experimentei grandes consequências na qualidade do meu sono porque a reação terrorista dela sobre o medicamento me assustou e inconsciente me fez ignorar o problema me impedindo de reporta à psiquiatra. Em outras palavras, eu ignorei o problema dali em diante e fiquei um tempo com o sono defasado! B) A psicóloga discordou do diagnóstico de depressão. Novamente, nao haveria problema se ela a discordância dela não fosse pela diminuição das minhas queixas sobre uma exaustão que eu não compreendia e tentando me dissuadir do contrario tal e qual: "...mas será que não é só um nervoso por conta da mudança? Tem certeza?". Eu lembro que ela bateu demais o pé nessa dúvida e a consequência foi que passei a nao tratar os meus sintomas como indícios relevantes ao meu bem estar. C) Sofri assédio moral de alguem na diretoria do meu trabalho em uma circunstância que me enredou totalmente, injusta até. Eu estava me articulando para levantar provas e reagir juridicamente, ao que ela me dissuadiu dizendo o seguinte: "e daí que tu sofreu injustica? instituições sao injustas mesmo e tu nao tem ninguem pra defender ai e vai pegar mal pra ti!"; isso aconteceu em março de 2022. Eu recém havia mudado de estado, trabalho e fui atingida por essa bomba, mas em qualquer outro contexto eu teria reagido (como já fiz antes), mesmo que isso significasse recolocação no mercado. Eu tinha uma situação favorável pra isso na época, mas não o fiz... segui o conselho direto dela e tudo desandou daí em diante. Foi vexatório permanecer naquele lugar humilhante, um fardo mesmo. A minha saúde mental decaiu e nem sanidade pra trabalhar direito eu tinha mais.... A distinta SEMPRE me criticava! Lembro sobre ela abordar a ansiedade social que eu experimentei depois do assedio moral assim: ".... mas voce tem que entender que qualquer pessoa que se aproximar de voce vai perceber que há alguma coisa de ERRADO." Pasmem: finalemnte o meu saco encheu, parei a terapia e raspei meu fundo de poupança pra viajar quando peguei ferias no trabalho. Isso foi em julho do ano passado. Quando retornamos, eu ainda tentava me desvencilhar das imposicoes da terapeuta, tipo relacionamento abusivo mesmo. Recordo que na minha primeira sessao apos o retorno da viagem, a seguinte frase rolou: "por que voce tem que ser tao incontrolavel?". Fala literal dela. Enfim, as sessoes se tornaram esparsas, toda vez que retornavamos a distinta dizia que pensou que eu estaria "ainda mais bagunçada" pelo hiato na terapia e etc. Críticas, julgamentos, imposicoes. Demorei pra refinar a experiencia e compreender o que aconteceu comigo, alem de descobrir outra paciente com relato parecido. Enfim..... eu bem prejudicada por essa relacao terapeutica. Sinto que os meus limites foram ultrapassados pela profissional e que houve clara tentativa de impor muita coisa, além de sintomas terem sido abordados como VÍCIOS moralmente condenáveis, nao como.... SINTOMAS...(p. Ex:logo no começo da terapia, relatei as dificuldade com organização oriundas do TDAH; são sintomas debilitantes contra os quais eu luto todo dia desde que me entendo por gente! Sobre a abordagem cognitivo comportamental pra esses sintomas a distinta prontamente respondeu :"VAMOS DESENVOLVER VIRTUDES, ENTÃO". O antônimo de VIRTUDE É VÍCIO e sintoma não é vício, sintoma é manifestação de desordem psiquiátrica que precisa ser tratada como tal e não julgada... como foi a vida inteira?? enfim... houve tanta coisa absurda que vou dormir relatando aqui... mas sei que descobri um padrão de conduta antiética, mas é dificil acreditar na propria percepcao às vezes.... e sei que essa relação terapeutica gatilhou uma passividade em mim que eu julgava ja ter superado,mas e gostaria de saber se há sentido naquilo que foi relatado! Abrir-se como paciente não é nada fácil e a idoneidade deveria contrapartida mínima. Não posso aceitar bullying de quem deveria resguardar a minha vulnerabilidade e confiança... enfim, levei meses pra elaborar tudo que aconteceu e sinto que vivi uma relação abusiva! Gostaria de entender pela perspectiva dos profissionais o que pode ter acontecido. Agradecida desde já! A minha intenção não é ofender a categoria: essa foi a minha vivência, simplesmente.