Minha mãe tinha esquizofenia

Feita por >Rayane · 1 ago 2020 Esquizofrenia

Minha mãe se suicidou, ela foi diagnosticada com esquizofrenia e sofria com depressão, fazia uso de alguns medicamentos como bromasepam e esse foi um dos medicamentos que ajudaram ela a se suicidar. Ela escutava vozes, falava com mortos e etc... Eu sabia que ela se sentia tão perturbada mentalmente que preferiu tirar a propria vida ao invés de continuar se tratando.
Antes de começar a passar pelo que venho passando eu falava que jamais faria o que minha mãe fez, mas tenho começado a entender um pouco o do que ela sentia. Minha mãe faleceu eu tinha 20 anos e durante 5 anos eu fiz uso de maconha era algo que me fazia bem até o momento em que comecei a ter algumas "ondas" que não condiziam realmente com o que estavamos fazendo no dado momento, então decidi parar, aos 28 anos me casei, antes do casamento eu morava com a minha avó e durante a noite eu sentia medo de alguém entrar em casa, escutava barulhos do lado de fora e via vultos e gente as vezes. Quando me casei continuei com esses medos mas não tinha nunca visto realmente alguém, eu sempre achava que tinha visto, até que um dia eu e meu esposo nos mudamos para uma casa ao lado de alguns terrenos baldios e eu comecei a sentir constantemente que era vigiada, não apenas durante a noite, e sim o dia tbm, até que além de escutar os barulhos de pegadas ao redor da casa durante a noite e alguém pulando o muro e mexendo nas janelas, durante o dia e a noite quando eu estava sozinha alguém mexia comigo, falando psiu... Eu falava pro meu marido e ele falava que eu estava invetando até que eu comecei a ver realmente a cabeça do que me parecia um homem tentando enxergar por cima do muro e muitas das vezes que eu via, eu gritava meu marido, mas quando ele chegava já não tinha mais nada e os cachorros sempre latiam muito e foi assim até que eu engravidei e nos mudamos, nessa outra casa não ouvi mais os "psius" e nem me sentia sendo vigiada, o que me leva mais ainda a crer que realmente era alguém que mexia comigo. Nessa nova casa comeceia me sentir melhor, até ler um relato na internet de que uma mulher havia sido seguida durante 9 anos por um homem até ele conseguir estuprar e matala, depois disso durante a noite eu comei novamente a ter medo e escutar coisas do lado de fora, mas nunca mais escutei alguém mexendo comigo, quando estava grávida acredito que pelos hormônios isso era muito mais aflorado. Acabei passando por muita coisa, meu marido me abandonou gravida falando que eu estava ficando louca, fiquei na casa de alguns tios até ganhar minha filha, sofri muito prq sentia muita falta do meu esposo e queria estar perto dele nesse momento tão frágil pra mim, e depois de muita conversa nós voltamos quando minha filha estava quase nascendo, e logo após o nascimento descobrimos que ela nasceu com uma síndrome rara que poucas crianças sobrevivem, sindrome de marfa, ela tinha muitos problemas e o pior era no coração, era muito complexo, até que um dia ela sofreu uma parada cardíaca e faleceu, eu pensei muito em fazer o mesmo que minha mãe fez, era muita dor e existiu momentos em que pensei que não ia aguentar, ver meus seios cheios de leite e não ter minha filha nos braços pra amentar foi algo que me tirou totalmente o sentido da vida, hoje faz 2 meses e 15 dias que minha princesa virou uma estrelinha, sinto muita saudades mas sinto que a minha família tem me ajudado muito, eles tem sido muito carinhosos e presentes, tanto comigo e com meu marido, queria muito que isso fosse tudo, mas não é... Hoje quando estou perto do período menstrual começo a me sentir vigiada e que tem alguém me vigiando, hoje vejo uma sombra que quando viro a cabeça ou os olhos se dicipa rapidamente mas a minha mente entende que havia algo ali e um sentimento de pânico, angustia e medo toma conta de mim, hoje não relato isso pra ninguém, nem mesmo pro meu esposo, mas não consigo ficar sozinha durante a noite, muito menos durmir sozinha, procuro sempre pedir pra alguém ficar comigo em casa, prq quando estou com alguém parece ser menor o sentimento de estar sendo observada, e quando meu marido não está em casa e preciso dormir sozinha é aterrorizante pra mim, tranco todas as janelas e portas e fico quietinha deitada na cama mas não consigo pregar os olhos. Eu sei que é coisa da minha mente e tem momentos que falo isso pra mim mesma e consigo me controlar, mas tenho muito, muito medo mesmo de terminar como a minha mãe, tomando medicamentos. Espero que possam me ajudar.

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A melhor resposta 12 SET 2020

Bom dia Rayane, todas essas palavras transmitem seu sofrimento, posso ajudá-la sugerindo que você procure realizar terapia, as sessões nesse momento é crucial para mantê-la firme, se fortalecer para seguir em frente, o luto, a perda da sua filha e sua mãe, é muito dolorido agora, você está no pós parto (puérpera) tem se cuidar, cuidar do corpo e da mente, todos que te amam e cuidam de você vão querer te ver se tratando, pense se você está viva, e se acredita em Deus posso te dizer que Ele tem um plano para sua vida, e você não pode esquecer que, sua mãe é sua mãe e sempre vai ser, contudo você "não é ela", logo são vidas e caminhos diferentes, infelizmente ela sofreu com a doença e não suportou, porém ninguém mesmo sendo pai, mãe, filho tem a mesma opção, você pode mudar sua vida, procure terapia, sei que é difícil agora, mas tente, conversar sobre todas essas questões vai melhorar sua atual condição. Um forte abraço.

Eliane Weber Psicólogo em Salvador

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3 AGO 2020

Rayane, primeiramente parabéns por fazer essa afirmação:

"Eu sei que é coisa da minha mente e tem momentos que falo isso pra mim mesma e consigo me controlar".

Essa sua frase demonstra inteligência emocional.

Deixa eu te dizer algumas coisas:

1) Toda droga tem perigo. Caso atualmente use maconha ou outra droga pode buscar um Centro de Atenção Psico Social álcool e drogas - CAPSad. Embora algumas pessoas façam um uso social de drogas como álcool e não relatem problemas, qualquer quantidade de droga (seja álcool, cigarro de nicotina, maconha etc) tem riscos. Parabéns por sua coragem de falar abertamente.

2) Quando você digitou: "faz 2 meses e 15 dias que minha princesa virou uma estrelinha" isso para mim mostrou também a sua inteligência emocional. Nos primeiros meses de um luto a dor e o sofrimento são normais, mas mesmo sofrendo você já consegue falar de uma forma bonita sobre sua filha. O luto é normal, e todo mundo tem direito de sofrer. Anormal seria não ter o luto.

3) Sobre medicamentos sugiro que em uma eventual consulta com psiquiatra você já inicie a consulta falando do seu receio com remédios e perguntando se pode ficar só com psicoterapia. Caso a (o) psiquiatra (o) diga que é importante o remédio você pode pedir a menor dosagem, pelo menor tempo possível. Ou seja, não é por ir a um psiquiatra que você vai ter que tomar remédios.

4) Te convido a ligar hoje para o número 188. É 24 horas e gratuito. O centro de valorização da vida - CVV é uma ong internacional que oferece ajuda gratuita 24 horas todos os dias da semana durante todo o ano. https://www.cvv.org.br

Espero que tenha ajudado, fique bem.

Kelton Medeiros Teles Psicólogo em Fortaleza

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2 AGO 2020

Olá Rayane! Grato por participar. Em maior ou menor grau, praticamente todos nós experimentamos sentimentos de alucinação. Sua história, porém apresenta alguns componentes que precisam ser melhor elaborados por você. Que bom que você está tendo apoio de tua família. Será muito importante você poder conversar profundamente e com abertura mental sobre essas questões em processo de tratamento científico com psicólogo. Será muito importante você não consumir maconha, álcool ou qualquer outro agente psicoativo.Talvez, após caminhada cientifica com psicólogo, possa ser sugerido consulta psiquiátrica e algum medicamento. Quando você diz: "eu sei que é coisa da minha mente", é importante para que pondere que não corresponde à realidade, assim como se pense que nem foi sempre assim. Experiências sofridas, podem fortalecer muito, com a adequada condução do aprendizado com essas experiências.
Espero ter ajudado. Estarei à disposição para aprofundamentos.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia, cuidemo-nos!)

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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