O que você precisa saber sobre disfunções sexuais

O sexo ainda é tabu para muita gente. O que acontece é que acabam não falando dos problemas que enfrentam, nem das disfunções sexuais. Reconhecer os sinais é vital, pois podem ser tratadas.

16 MAR 2017 · Leitura: min.
O que você precisa saber sobre disfunções sexuais

bora o sexo seja uma atividade prazerosa e comum, ainda é tema de tabus, impedindo que muitas pessoas possuam conhecimentos sobre as disfunções sexuais existentes e suas inúmeras possibilidades de tratamentos. Quem analisa esse assunto de forma profundada é a psicóloga Maitê Hammoud.

Disfunções sexuais são perturbações significativas na capacidade de uma pessoa responder sexualmente de maneira adequada ou experimentar prazer. Quando falamos de disfunções sexuais, elas podem estar presentes desde o início da atividade sexual de uma pessoa, dificultando sua percepção sobre a consciência de que a satisfação e o prazer podem ser melhorados.

Em outros casos, podem ser adquiridas ao longo da vida, seja por fatores estressores como a perda de um emprego, um período de luto ou desentendimentos no relacionamento, ou pela presença de fatores orgânicos como diabetes, depressão, ansiedade e outras doenças.

Disfunções sexuais femininas

É importante ressaltar que as disfunções sexuais são um problema que afeta indistintamente ambos os sexos. Começamos listando àquelas que afetam as mulheres:

1) Transtorno do Orgasmo Feminino

Este transtorno é caracterizado pelo retardo, infrequência ou ausência do orgasmo, tendo também sensações orgásmicas reduzidas. Atinge de 10 a 42% das mulheres, dependendo de vários fatores para os critérios estatísticos (idade, cultura, duração e gravidade dos sintomas). Pesquisas indicam que aproximadamente 10% das mulheres não tem orgasmos ao longo de suas vidas.

2) Transtorno do interesse/excitação sexual feminino

O transtorno é caracterizado pela ausência, redução do interesse ou da excitação sexual. As características marcantes deste transtorno são:

  • ausência ou redução de interesse pela atividade sexual, pensamentos ou fantasias eróticas;
  • não há iniciativa de atividade sexual ou ela é reduzida;
  • ausência de reciprocidade às tentativas feitas pelo parceiro.

A prevalência deste transtorno na população é desconhecida. Isso pode estar ligado ao fato de as mulheres com transtorno do interesse/excitação sexual não procurarem ajuda profissional uma vez identificados os sintomas.

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3) Transtorno da dor gênito-pélvica (penetração)

O transtorno é caracterizado por dificuldades persistentes ou recorrentes nos seguintes casos:

  • penetração vaginal durante a relação;
  • dor vulvovaginal ou pélvica intensa durante a relação;
  • medo ou ansiedade intensa de dor em antecipação a penetração;
  • tensão ou contração acentuada dos músculos durante tentativas de penetração vaginal.

Estima-se que 15% das mulheres sofram com este transtorno, sendo frequentemente relatado em seus históricos que ocorre a violência sexual.

Disfunções sexuais masculinas

Quando se fala em disfunção sexual, normalmente são os homens a buscar mais ajuda, até mesmo por estar intimamente ligada a desempenho e não somente a prazer. Confira as principais:

1) Ejaculação retardada

A ejaculação retardada é marcada pelo retardo acentuado ou ausência da ejaculação. O homem e sua parceira podem relatar tentativas prolongadas para atingir o orgasmo a ponto de causar exaustão ou desconforto genital. A ausência da ejaculação pode despertar sentimentos de baixa autoestima nas parceiras, manifestados por pensamentos de que não se sentem atraentes. Atinge menos de 1% dos homens.

2) Transtorno erétil

O transtorno é caracterizado pela dificuldade acentuada em obter e manter a ereção, sendo marcado ainda pela diminuição acentuada da rigidez erétil. Frequentemente, o problema está relacionado com baixa autoestima e confiança reduzida, diminuindo o desejo sexual. É mais presente a partir dos 50 anos, atingindo em média 40% dos homens com idade superior a 60 anos.

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3) Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo

É marcado pela ausência ou redução significativa de pensamentos ou fantasias eróticas/sexuais e de desejo para atividade sexual. Atinge:

  • 6% dos homens com idades entre 18 e 24 anos,
  • 41% dos homens com idade entre 66 e 74 anos.

4) Ejaculação precoce

A ejaculação precoce é um padrão persistente ou recorrente da ejaculação que ocorre durante a atividade sexual dentro de aproximadamente 1 minuto a partir do momento em que ocorre a penetração. Atinge aproximadamente 30% dos homens com idades entre 18 a 70 anos.

Existe também a disfunção sexual induzida por substâncias ou medicamentos, caracterizada pela perturbação clinicamente significativa na função sexual decorrente do uso de alguma substância como: álcool, sedativos, ansiolíticos, cocaína e outras drogas.

Como tratar as disfunções sexuais?

Como a origem dos sintomas pode ser multifatorial (doenças, fatores genéticos, fatores emocionais, abuso de substâncias, entre outros), se você nota que sua satisfação e apetite sexual está reduzido ou prejudicado, é importante que procure um médico especialista, para que seja possível realizar uma avaliação clínica. A consulta permitirá diagnosticar se a disfunção tem origem orgânica ou hormonal.

Caso essas hipóteses sejam descartadas e seja levantada a hipótese de que a origem da disfunção é emocional, é fundamental contar com o apoio profissional de um psicólogo, possibilitando investigar a natureza dos sintomas e, dessa forma, otimizar sua saúde e a qualidade de seu prazer e relações.

Muitas vezes, os sintomas estão vinculados a traumas, culpa, baixa autoestima, insegurança, entre outros, fazendo com que o acompanhamento psicológico torne-se indispensável.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Escrito por

Maitê Hammoud

Psicóloga clínica com curso de aperfeiçoamento em psicanálise, é especialista no atendimento de adolescentes, adultos e terceira idade. Seguindo a abordagem psicanalítica e da terapia breve, atua com foco em transtornos emocionais e comportamentais, relacionamentos interpessoais e questões familiares.

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